Henrique VIII e Lula da 'Çilva', a demonstração do quanto as mulheres são muito corajosas
21/05/2022 às 10:00 Ler na área do assinanteAs mulheres são, em geral, muito corajosas, ou, talvez, simplesmente por demais temerárias.
Como poderia uma mulher, por exemplo, querer casar-se com o rei Henrique VIII (1491-1547) da Inglaterra, após ele ter renegado a primeira esposa, Catarina de Aragão, para se casar com a amante Ana Bolena? Ana, que depois foi rejeitada e decapitada por Henrique, em favor de Joana Seymor, sua nova amante? Dizem que, enquanto Ana subia ao cadafalso onde a esperava o carrasco com o machado, Henrique se refestelava com Joana Seymor na cama. Era um monstro!
Pois Joana Seymor, aceitou casar-se com ele. É ser muito temerária. Morreu de parto, antes que fosse atingida pelo machado.
A quarta mulher, Ana de Cleves, aceitou com alegria o divórcio e deixou de ser rainha para escapar do machado de Henrique.
Aquele monarca tirano, cruel e insensível teve seis esposas. A quinta, Catarina Howard, teve a mesma sorte de Ana Bolena, isto é, enfrentou o mesmo machado afiado. Mesmo assim, Catarina Parr aceitou ser sua sexta esposa, quando Henrique já fenecia e corria célere em direção à morte.
Tirando as conveniências políticas que levaram Henrique VIII ao quarto casamento com a alemã Ana de Cleves, as demais aceitaram ser esposas do tirano livremente, ou sem maiores resistências. Algumas até o seduziram. Sim, reconheço, é difícil entender as mulheres! Eu me confesso absolutamente incompetente para esta tarefa.
Essas breves memórias históricas me acodem quando penso no casamento da socióloga Rosângela Silva, a Janja, com o escracho moral Lula em 18/05.
Claro, Lula não é Henrique VIII. Teve apenas duas esposas; Janja é apenas a terceira.
Mas Lula é um misto de contrastes e semelhanças com Henrique VIII. Lula nunca mandou matar uma sua esposa, mas fez um discurso de cerca de uma hora ao lado do caixão de Mariza, sua segunda esposa, falando apenas de si próprio, aparentemente esquecido de que deveria fazer o necrológio da defunta. Sei lá - talvez Freud explique - mas isto me lembra, guardadas as proporções, o refestelar de Henrique VIII com Ana Seymor, enquanto Ana Bolena era decapitada.
Lula é um reconhecido mega-ladrão, condenado em três instâncias judiciais por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. (E essas condenações não foram anuladas. Foram, digamos assim, “ignoradas” por aquilo que deveria ser uma corte de Justiça, o STF do petista Fachin.) O regabofe que Lula ofereceu aos seus relacionados no casamento com Janja é ostentação pura do torneiro mecânico. Coisa para os seus “cumpanheros” admirarem e seus “umildes” eleitores desconfiarem.
Já Henrique VIII, após romper com o Papado de Roma, criou sua própria Igreja - sim, a Igreja Anglicana foi criada e presidida por um devasso tirano! A Igreja Anglicana foi, na época, uma espécie de PT criado por Henrique VIII, que tratou de depenar todos os mosteiros de seu reino para encher as burras de seus palácios. Claro, na época não existiam a Petrobras e demais estatais para serem assaltadas, como fez Lula neste século. Mas vejo aí uma estranha analogia; vocês não?
Lula é, também, um confesso preguiçoso. Não trabalha desde os 29 anos. Hoje ele tem 76 anos e, mesmo sem trabalhar, conseguiu tornar-se milionário. Já escrevi sobre a fortuna de Lula, que não foi construída com sua pensão de presidente da República nem com suas palestras, que ninguém assistiu, ouviu ou gravou. É do ínclito Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, o seguinte desabafo:
“O que mais me impressionou foi o enriquecimento ilícito de Lula. Ninguém fala nisso, mas eu conheci o Lula numa casa de 40 metros quadrados. Hoje Lula é uma das grandes fortunas do País. Ele e seus filhos.”
Por aí se vê que o regabofe de Lula, celebrando o ato político-eleitoreiro de seu casamento, foi, em termos de despesas, café pequeno; uma leve coceira em seu bolso.
Como Lula, Henrique VIII era também um preguiçoso, além de devasso. Detestava o trabalho e delegava tudo ao Cardeal Tomas Wolsey (1471-1530), Lord Chancellor do Reino. Consumia seu tempo em farras, comilanças, bebedeiras, e torneios de Justas. Não há um toque de Lula nesta história?
Como as esposas de Henrique VIII, que sucederam Ana Bolena, Janja teve muita coragem, ou temeridade, ao casar-se com Lula. Problema dela.
Mas, eis aí a grande diferença: Henrique VIII era um homem letrado, culto, amante das artes. Uma das mais belas canções medievais, até hoje muito ouvida, “Greensleeves”, tem autoria atribuída a Henrique VIII. Provavelmente Henrique não é o autor de “Grensleeves”, mas só o fato de se atribuir a ele a autoria desta balada mostra o reconhecimento de sua cultura e educação artística. Por aí se vê que mesmo em se tratando de um tirano, um devasso, um beberrão, quando comparamos Henrique VIII com Lula, perdemos feio. Até aí o Grande Larápio de Garanhuns não se sustenta. As únicas coisas pelas quais Lula será conhecido “per saecula saeculorum” serão o aparelhamento das estatais, a destruição de todos os índices macroeconômicos de nossa economia, o Mensalão, o Petrolão, ou seja, a corrupção desabrida.
Para concluir, coloco abaixo um vídeo, escolhido dentre dezenas, sobre “greensleeves”.
Abra o vídeo e deleite-se.
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.