Tarcísio dribla a imprensa e deixa oposição em fúria

12/05/2022 às 19:15 Ler na área do assinante

Se fossem jogadores de futebol, Tarcísio seria um meia-esquerda habilidoso, estilo Rivaldo ou Everton Ribeiro, o camisa 10 do time. Enquanto Bolsonaro seria o volante viril que protege a defesa e não evita o choque, no estilo Dunga ou Felipe Melo.

Por isso Tarcísio não cai em provocações como as da Revista Veja, onde o pré-candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, classificou como um “remédio” necessário o perdão do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-SP). Para o ex-ministro da Infraestrutura, a pena de oito anos e nove meses de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por “críticas” a ministros da Corte e “atentar contra a democracia” foi um “exagero” e Bolsonaro “fez o que tinha que fazer”.

"O presidente não agiu um milímetro fora da regra do jogo até hoje. Aplicou um remédio, aplicou um instrumento, previsto na Constituição. Totalmente dentro da regra do jogo", disse ele em entrevista ao programa Amarelas On Air, da revista Veja, nesta terça-feira (10).

Tarcísio também defendeu que o perdão não favorece um risco futuro de ruptura institucional entre o presidente e o STF.

"Não há golpe, não há caminho golpista, não há nada disso", afirmou.

Nessa entrevista e em outras aparições, o ex-ministro tem deixado claro que, apesar de ser leal ao presidente, tem estilo próprio e procurou se distanciar do discurso do presidente ao afirmar que não tem perspectiva de reproduzir no estado de São Paulo um processo de auditoria de votos. Na última quinta-feira (5), Bolsonaro afirmou que o PL irá contratar uma empresa para fazer auditoria das urnas eletrônicas nas eleições deste ano e defendeu novamente que as Forças Armadas realizem uma apuração paralela dos votos.

"Acho que todo sistema tem que ser periodicamente analisado. Acho que tem muita gente dedicada ao tema da integridade das eleições. Eu tenho que confiar no trabalho desses profissionais. Não tenho nenhuma desconfiança quanto a isso", disse Tarcísio.

Em viés de alta nas pesquisas o pré-candidato do Republicanos é ‘disputado’ por vários bolsonaristas e conservadores que planejam disputar uma vaga no Senado por São Paulo na chapa de Tarcísio.

O ministro, porém, foi claro e reafirmou que o nome apoiado por ele e pelo presidente, é o do apresentador José Luiz Datena (PSC).