Partidos! A que servem mesmo?

Ler na área do assinante

De nada adianta termos tantos partidos políticos, se no fim das contas não nos sentimos representados por nenhum deles. A farta proliferação de siglas partidárias se deu a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, que permitiu com certa frouxidão de regras, a criação de tantos partidos e a banalização de pretensas “bandeiras ideológicas” que se confundem, dada a semelhança de denominação e das excessivas repetições sem nenhuma lógica representativa.

Alias, não é pela lógica da ideologia que se entende essa proliferação partidária! É pela observação de que se prestam simplesmente a abrigar vaidades e interesses de pequenas oligarquias políticas. Nunca por ideologia de fato! Geralmente, novos partidos surgem de fragmentos de outros partidos já consolidados, que já não comportam as facções em constantes atritos por espaço e poder.  As siglas ou as bandeiras levantadas são meros detalhes!

Antes da Constituição de 1988, eram apenas 7 partidos políticos registrados. O que se deu depois foram verdadeiros puxadinhos de legendas já existentes. Somente com a bandeira da Democracia são 5 legendas. Com a denominação: Trabalhadores ou Trabalhista são ao menos 8 legendas. Com a bandeira do socialismo são 4 legendas. Depois, outros partidos sem nenhuma razão de existir foram criados e registrados até chegarmos hoje ao absurdo de 35 partidos, que as vezes de tão inexpressível, acabam se tornando meras prostitutas na composição do tempo de propaganda eleitoral.

Uma reforma política se faz urgente, sob todos os aspectos! A começar por uma redução drástica na quantidade de partidos. Outra, pelos critérios de eleição! Não dá para conceber que legendas utilizem populares bucéfalos como Tiririca para içar seus inexpressivos personagens do lodo eleitoral! Por fim, critérios de financiamento de campanha de forma mais transparente e democrática, equalizando forças e oportunidades.

Resumindo, poderíamos facilmente reduzir para no máximo 10 legendas partidárias e já seria o suficiente! Sem prejuízos estruturais ideológicos e filosóficos! Haja vista que a solução nem de longe está na quantidade de partidos e sim na qualidade da representatividade que temos. A redução por si só não garante nada, mas com certeza diminui o balcão de negócios, antes, durante e depois de cada eleição. 

Autenir Rodrigues de Lima

Assistente de Planejamento e Controle

Jateí-MS 

da Redação Ler comentários e comentar