Juiz absolve Aécio por falta de provas, mas Barroso diz que encontrou uma infinidade de provas (veja o vídeo)

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A Justiça Federal em São Paulo absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) no processo aberto da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F.

O juiz Ali Mazloum passou por cima de uma série de evidências ao inocentar o deputado do PSDB de MG. O magistrado rejeitou as acusações feitas pela PGR de que Aécio Neves teria cometido o crime de corrupção passiva.

A decisão da Justiça Federal de São Paulo não citou diversas provas coletadas durante a investigação. Entre elas, a conversa captada entre o então senador tucano e o empresário, onde Aécio pede os R$ 2 milhões.

No último dia 22, o MPF reiterou o pedido de condenação de Aécio, Andréa, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima.

O magistrado classifica o papel de Aécio Neves no acordo de delação de Joesley como um "protagonista inconsciente de uma comédia".

"Na busca de espetáculo, situam-se as filmagens do transporte de dinheiro realizado pelos corréus Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima. Estas serviram apenas para criar impacto midiático, sobretudo porque o suposto delito já estava consumado com a prática do núcleo verbal do tipo penal consubstanciado no ato de 'solicitar' a vantagem. Não há qualquer liame objetivo ou subjetivo que coloque ambos os acusados no seio das conversas entabuladas entre os demais personagens".

Por fim, o juiz também afastou as acusações do MPF de que Aécio teria se utilizado do cargo de senador para impedir investigações.

"A irrogada 'intensa atuação' de Aécio, na condição de Senador da República, nos 'bastidores' do Congresso Nacional, no sentido de aprovar medidas legislativas voltadas a, segundo o MPF, impedir ou embaraçar a apuração e a efetiva punição de infrações penais que envolviam organização criminosa, tais como a lei da anistia do chamado caixa dois eleitoral e a lei de abuso de autoridade, não passa de devaneio. É risível. A mesma independência funcional exigida aos membros do Ministério Público é também atributo inalienável dos membros do Congresso Nacional".

Diferentemente do juiz de primeira instância, o ministro Luis Roberto Barroso, analisando o caso, em entrevista à BBC ainda em 2017, foi taxativo no sentido de que nesse caso havia uma infinidade de provas. A gravação, o pedido de dinheiro, a entrega com a mala e até a ameaça de matar o primo; Barroso disse ainda que, dos 650 mil detentos brasileiros, poucos estão presos com tantas provas como havia no caso Aécio.

Infelizmente, o juiz não viu...

Veja o vídeo:

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