Há alguns anos uma organização criminosa integrada por médicos foi desvendada. O grupo atuava no Hospital do Câncer de Campo Grande (MS).
Médicos, que em tese se formam para salvar vidas, aproveitavam-se do sofrimento de pacientes e suas respectivas famílias para se enriquecer.
Na época, as investigações da Polícia Federal detectaram o envolvimento do então governador do estado de Mato Grosso do Sul André Puccinelli, que também é médico, da secretária de saúde Beatriz Dobashi e de uma série de pessoas ocupantes de cargos estratégicos para o desenvolvimento das atividades criminosas.
Até hoje, apesar do trauma na sociedade que os fatos causaram, ninguém foi efetivamente punido.
Neste domingo (4) reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, trouxe como principal destaque matéria que relata a ação de uma outra organização criminosa formada por médicos e comparsas também ocupantes de posições estratégicas, atuantes em Brasília (DF), com o objetivo exclusivo de se enriquecer em detrimento do sofrimento alheio.
A organização criminosa lucrava com a prescrição de cirurgias sem necessidade.
‘Não me viram como uma paciente. Não me tratavam como uma vida e sim como algo que estava gerando lucro’, foi a declaração de uma das vítimas.
O esquema movimentou mais de R$ 30 milhões nos últimos cinco anos.
A Operação Hyde - em alusão ao médico que virou monstro na literatura e no cinema – da Polícia Federal, na quinta-feira (1º) prendeu 13 pessoas envolvidas no esquema maldito.
‘Os médicos têm um profundo envolvimento e um desejo sempre de ganhar dinheiro’, disse o promotor Maurício Miranda.
O grupo de médicos criminosos encaminhavam os pacientes para fazer as cirurgias desnecessárias, principalmente no hospital Home, na Asa Sul. O dinheiro pago pelos planos de saúde era dividido entre o grupo.
A estimativa é de que pelo menos 60 pessoas tenham sido vítimas do golpe só neste ano.
Entretanto, não raro, pacientes operados desnecessariamente, apresentavam sequelas da operação.
Uma vítima, que perdeu os movimentos do corpo, afirma que o grupo ‘tem brincado com a vida das pessoas’.
Uma outra vítima relata que entrou no hospital andando normalmente, fez uma operação desnecessária e ficou tetraplégica.
Cenas e fatos horríveis e lamentáveis.
O que se espera é que o caso tenha um desfecho e a punição de todos os envolvidos, diferentemente do que ocorreu no Hospital do Câncer de Campo Grande (MS), onde até o momento todos os criminosos continuam livres e atuantes em suas respectivas áreas, representando um grande risco para a sociedade.
da Redação
da Redação