O nefasto efeito “Freixo” na confusa cabeça do prefeito de Petrópolis

21/02/2022 às 08:32 Ler na área do assinante

Três dias depois do temporal de Petrópolis, o pré-candidato Marcelo Freixo resolveu aparecer em Petrópolis e o efeito pôde ser sentido imediatamente: POLITIZOU A TRAGÉDIA.

O comportamento do Prefeito Rubens Bomtempo mudou completamente e reassumiu um protagonismo para o qual não estava preparado. Começou mandando parar as maquinas escavadoras que estavam com adesivos da logo da Prefeitura de Magé, que trabalham no marco zero da tragédia, o Morro da Oficina.

Atenção, não é fake news. A Prefeitura de Petrópolis mandou que máquinas que tentavam ajudar a cidade parassem de executar o serviço, só porque tinham o logo de outro município.

A relação com o Governo do Estado azedou de vez. As equipes da prefeitura passaram nesta terça a obedecer apenas à demanda do Prefeito. O trabalho que estava sendo coordenado pelo estado, com uma central única de comando e logística, foi fragmentado por puro capricho do PSB, querendo assumir um espaço de visibilidade, para beneficiar o seu pré-candidato a Governador, Marcelo Freixo.

A omissão e letargia do Prefeito de Petrópolis criou, na percepção de Freixo, uma oportunidade para o seu oponente nas urnas e destruiu o seu discurso de desgoverno no estado. A reação de Castro foi imediata. Por coincidência, a máquina estava concentrada no Médio Paraíba, em regime de mutirão. Foi só transferir o Governo e se fazer presente, horas depois da tragédia.

Marcelo Freixo comete o seu maior erro político, ao exigir que o seu aliado politize a tragédia de proporções catastróficas, que arrasou a cidade. Neste pacote, incluiu a realização de pequenos vídeos com um prefeito “em ação”. Petrópolis vive um cenário de guerra. Nenhum Prefeito ou Prefeitura tem condições de reagir sozinho. Rechaçar o apoio de cidades vizinhas e tornar ácida a relação com o Estado é um crime neste momento de mutirão.

Uma pena que a presença tardia de Freixo em Petrópolis deixe ainda mais confusa a cabeça do Prefeito do seu partido. Bomtempo deveria era aplaudir a turma de Magé e agradecer.

Texto de Cláudio Magnavita. Diretor de redação do jornal Correio da Manhã.