Um alerta grave sobre o "caso Moise", o congolês brutalmente assassinado no RJ
04/02/2022 às 12:24 Ler na área do assinanteO caso congolês assassinado a pauladas no Rio de Janeiro reacendeu uma discussão: o racismo.
Doce engano. Moise não foi morto por ser negro, até porque um de seus algozes também eram negros. Moise foi morto pelo mesmo motivo que diariamente Joãos, Marias e diversas vidas são ceifadas no Brasil: a IMPUNIDADE.
É ela que estimula um criminoso a matar um jovem por um carro, uma estudante por um simples celular ou um pai de família numa briga de torcida em jogo de futebol.
Num país que tem cerca de 160 mortes violentas por dia, e que cerca de 40% destas mortes sequer tem autoria identificada, já dá pra se ter ideia do quanto a impunidade é o principal combustível do crime.
Soma-se a isso, o fato de que 50% dos crimes previstos na legislação penal permitem ao autor o benefício da transação penal, acordo em que o acusado sequer responde processo se pagar multa ou tiver uma restrição de direitos, e que em apenas 2,67% dos crimes, isso mesmo, menos de 3%, se têm a obrigatoriedade do cumprimento da pena inicialmente em regime fechado.
No Brasil, se comete crimes e há grandes chances de não ser identificado. Sendo, há chances de não ser condenado. E sendo, há diversos benefícios que o fazem não ficar preso.
O mais curioso, é que esses que enchem a boca pra falar em "racismo" no caso Moise, pedindo rigor na punição, são os maiores defensores da "bandidolatria" impregnada há anos nas universidades e academias, na imprensa, no Poder Judiciário e em diversas instituições e segmentos sociais, e que faz com que criminosos sejam vistos como vítimas.
São os primeiros a clamar por direitos humanos aos criminosos enquanto, às suas vítimas, relegam o desprezo e o abandono. Pregam o desencarceramento em massa como solução pro país, numa máxima de menos grades e mais liberdade.
Hoje, como querem forçar uma narrativa racial, ironicamente mudam o discurso pedindo repressão e punição aos criminosos, numa hipocrisia sem limites.
E antes que me chamem de negacionista já aviso: não estou dizendo que o racismo não existe no Brasil. Ele existe sim, mas culpá-lo por esta morte é enganar a sociedade e tapar os olhos para o real motivo desta violência: a IMPUNIDADE.
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Mariana Lescano
Policial Penal, Armamentista e Conservadora.
Suplente de vereadora em POA.
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