O que está acontecendo no Canadá, sob o silêncio da mídia, é um movimento de massa que, na verdade, é uma espécie de revolução pacífica. As mesmas que estão ocorrendo na Europa e em outros países.
Um grito da população em favor da defesa das suas liberdades individuais contra os ensaios de tiranos que usam o Estado para babar seus abusos de poder visando dominar.
E vem o embate, a dúvida e o sentimento de cidadania a questionar:
As liberdades individuais podem ser garroteadas pelo Estado opressor?
São os indivíduos que devem dar sentido e direção ao Estado, ou é o Estado que deve impor aos indivíduos a sua vontade, seja ela qual for?
Você consegue fazer essa escolha, eleger um caminho?
Ou prefere que outros façam isso por você?
Qual a sua decisão?
No Brasil, já tivemos um ensaio de um movimento de massas em 07 de setembro de 2021.
Aquilo foi uma afronta à Democracia?
Por quê?
O que temos hoje?
É razoável e democrático não aguentarmos mais as impunidades que vão desde a libertação de criminosos com alto grau de periculosidade à prescrição recorrente e corriqueira de processos envolvendo políticos poderosos junto ao STF?
Temos que aceitar tranquilos o desplante de termos condenados por corrupção com suas penas anuladas?
É legal termos presos políticos e a implantação da censura impondo o garrote e semeando o medo no seio da sociedade?
É republicano termos ministros do STF participando de reuniões políticas e/ou judicando em ativismo judiciário escancarado?
Algo não está errado quando não passa um dia sem que a sociedade sofra ameaças e golpes, como clonagem de celulares e cartões de crédito sem que seja possível sequer termos uma mísera esperança de uma ação contra os bandidos?
É normal criarmos nossos filhos e nosso futuro numa base crescente de inseguranças?
Temos uma classe política dominante que representa e respeita a maioria?
Temos uma imprensa livre que reporta os fatos com lealdade e clareza?
É aceitável termos um país com a real percepção de estarmos a beira de perder a confiança e a segurança no funcionamento adequado de muitas das nossas instituições?
Se as respostas foram sim, então está tudo bem!
Se as respostas forem não, então não terá chegado a hora de mostrarmos os dentes?
E mais que isso, não será o tempo de dizermos que somos o povo e que o povo precisa, merece e tem que ser ouvido e respeitado?
Será que ainda dá tempo?
Só estou perguntando.
Mas perguntar ofende?
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Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz