Ecce Homo! (Eis Aqui o homem!): Minha homenagem a Olavo de Carvalho

30/01/2022 às 10:59 Ler na área do assinante

O título do texto são as palavras de Pilatos, apresentando Jesus ao povo judeu “já coroado de espinhos, tendo nas mãos uma cana e nos ombros um farrapo de púrpura”.

Não, não estou comparando Olavo de Carvalho a Jesus. Não!

Olavo foi o nosso D. Quixote de La Mancha Tupiniquim.

Sozinho empreendeu uma luta sem tréguas contra os “moinhos de vento” comunistas.

No capitulo XX, página 109 do livro “D. Quixote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes, parte I, com tradução de Francisco Lopes, há um trecho especial, um dos mais bonitos do livro e que se adequa como uma luva a Olavo de Carvalho.

Nesta cena “O Cavaleiro da Triste Figura”, D. Quixote, encontra-se em um lugar tenebroso “por modo que a solidão, o lugar, o escuro, o cair da água, com o sussurro das folhas, tudo infundia terror e espanto, mormente reparando-se em que nem os golpes cessavam, nem o vento adormecia, nem a manhã chegava; acrescentando-se a tudo isto o não saberem em que lugar se achavam”.

Porém D. Quixote, acompanhado do seu intrépido coração, saltou sobre o cavalo Rocinante e disse:

- “Sancho amigo, hás-de saber que eu nasci, por determinação do céu, nesta idade de ferro, para nela ressuscitar a de ouro (ou dourada, como se costuma dizer). Sou eu aquele para quem estão guardados os perigos, as grandes façanhas, e os valorosos feitos” ...

Eis Olavo de Carvalho! O homem que viu uma idade de ferro no Brasil. Viu homens aprisionados por uma ideologia invisível, afundados na “mais escura noite”, vítimas de um mecanismo que moía sem piedade suas mentes e corações, doutrinados incansavelmente pelas esquerdas incrustadas nas escolas, Universidades, jornais, Tvs, Centros Culturais, Igrejas “nem os golpes cessavam, nem o vento adormecia, nem a manhã chegava; acrescentando-se a tudo isto o não saberem em que lugar se achavam”.

O “Bravo Cavaleiro Tupiniquim” viu tudo isso e não recuou. Aceitou com audácia seu destino de ressuscitar no Brasil “uma idade de ouro”. Livrar os brasileiros dos grilhões que os prendiam:

“Sou eu aquele para quem estão guardados os perigos, as grandes façanhas, e os valorosos feitos”.

Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo! Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comercio.

Em declaração retirada do livro de Lucas Patschiki, “Os Litores da Nossa Burguesia: o Mídia Sem Máscara em Atuação Partidária” - (2002-2012), explicou aos leitores que sua demissão de todos os órgãos de comunicação onde havia trabalhado, havia sido fruto de censura ideológica, provocada por sua insistência em denunciar o Foro de São Paulo:

“Nos vinte anos de governo militar, nunca vi um só jornalista ser expulso de toda a ‘grande mídia’ brasileira por divulgar algum fato politicamente indesejado. Esse privilégio, que me lisonjeia ao ponto de me corromper a alma, ficou reservado para ser conferido à minha irrisória pessoa no período histórico imediatamente posterior, chamado, por motivos esotéricos, ‘redemocratização’.
Por informar ao público a existência do Foro de São Paulo e os laços mais que íntimos entre partidos políticos e quadrilhas de narcotraficantes e sequestradores, fui chutado do Globo, da Época, da Zero Hora, do Jornal do Brasil e do Jornal da Tarde.
O número dos que por esses e outros canais me chamaram de louco, de mentiroso, de desinformante, de teórico da conspiração e coisas similares conta-se como as estrelas do céu.”

Morreu Olavo de Carvalho. Imediatamente as hienas comunistas brasileiras e internacionais se lançaram vorazmente sobre seu cadáver, arrancando nacos de sua carne transformada em livros e se lambuzando com as letras, palavras e frases de seus escritos. Hordas, bandos de hienas sedentas, com dentes afiados como navalhas destroçavam as páginas que nunca serão apagadas, tentando destruir na sua morte a obra que não conseguiram destruir em vida. Eis os escritos imortais que rasgavam as imundas hienas comunistas:

- A imagem do homem na astrologia. São Paulo: Jvpiter. 1980./ O crime da Madre Agnes ou A confusão entre espiritualidade e psiquismo. São Paulo: Speculum. 1983./ Questões de simbolismo astrológico. São Paulo: Speculum. 1983/ Universalidade e abstração e outros estudos. São Paulo: Speculum. 1983./ Astros e símbolos. São Paulo: Nova Stella. 1985./ Astrologia e religião. São Paulo: Nova Stella. 1986./ Fronteiras da tradição. São Paulo: Nova Stella. 1986. / Símbolos e mitos no filme “O silêncio dos inocentes”. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1992./ Os gêneros literários: seus fundamentos metafísicos. 1993./ O caráter como forma pura da personalidade. 1993. / A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais & Stella Caymmi. 1994. / Uma filosofia aristotélica da cultura. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1994. /O jardim das aflições: de Epicuro à ressurreição de César – Ensaio sobre o materialismo e a religião civil, Rio de Janeiro: Diadorim. 1995. / Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à teoria dos quatro discursos. Rio de janeiro: Topbooks. 1996. / O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. Rio de Janeiro: Faculdade da Cidade. 1996./ O futuro do pensamento brasileiro. Estudos sobre o nosso lugar no mundo. 1998. /O imbecil coletivo II: A longa marcha da vaca para o brejo e, logo atrás dela, os filhos da PUC, as quais obras juntas formam, para ensinança dos pequenos e escarmento dos grandes. Rio de Janeiro: Topbooks. 1998. / O Exército na História do Brasil. Edição bilíngue (português / inglês). 4 Vols. Rio de Janeiro/Salvador: Biblioteca do. Exército e Fundação Odebrecht, 1998. / Coleção história essencial da filosofia. São Paulo: É Realizações. 2002-2006. / A Dialética Simbólica – Ensaios Reunidos São Paulo: É Realizações. 2006. /Maquiavel ou A Confusão Demoníaca São Paulo: Vide Editorial. 2011. / A filosofia e seu Inverso, São Paulo: Vide Editorial. 2012. / Os EUA e a nova ordem mundial (coautor Alexandre Dugin), São Paulo: Vide Editorial, 2012. / Visões de Descartes entre o gênio mal e o espírito da verdade. Vide Editorial, 2013/ O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota, Felipe Moura Brasil (org.), 467 páginas, Rio de Janeiro: Record, 2013. / Apoteose da vigarice – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume I). São Paulo: Vide Editorial, 2013. / O mundo como jamais funcionou – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume II). Vide Editorial, 2014. / A Fórmula para Enlouquecer o Mundo – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume III). Vide Editorial, 2014. / A inversão revolucionária em ação – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume IV). Vide Editorial, 2015. / O império mundial da burla – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume V). Vide Editorial, 2016. / O dever de insultar – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume VI). Vide Editorial, 2016. / Breve retrato do Brasil – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume VII). Vide Editorial, 2017/ Como autor secundário: Arthur Schopenhauer. Como vencer um debate sem precisar ter razão: em 38 estratagemas (dialética erística). Introdução, notas e comentários de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997. / Otto Maria Carpeaux. Ensaios reunidos, 1942-1978. Organização, introdução e notas de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: UniverCidade & Topbooks. 1999./ Émile Boutroux. Aristóteles. Introdução e notas de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Record. 1999./ René Guénon. A Metafísica Oriental. Tradução de Olavo de Carvalho. / Mário Ferreira dos Santos – A Sabedoria das Leis Eternas. Introdução, edição de texto e notas de Olavo de Carvalho. São Paulo: É Realizações. 2001./ Paulo Mercadante. A coerência das incertezas: símbolos e mitos na fenomenologia histórica luso-brasileira. Introdução, edição de texto e notas de Olavo de Carvalho. É Realizações, 2001. / Wolfgang Smith. O Enigma Quântico. Prefácio à Edição Brasileira: Olavo de Carvalho. Vide Editorial, 2011. / Andrew Lobaczewski. Ponerologia: Psicopatas no Poder. Com prefácio de Olavo de Carvalho. Vide Editorial, 2014.

Eis aqui o homem e sua respeitável obra!

Seus livros, cursos e palestras, libertaram os brasileiros da “peste comunista gramsciana” que “matava a intelectualidade, doutrinava os talentos, deturpava a verdade, idiotizava as consciências. Olavo de Carvalho quebrou esta barreira e iluminou as mentes”. Cito a continuação da passagem do inicio do texto, onde Olavo de Carvalho assume o espirito de D. Quixote, de Cervantes:

“...Sou, torno a dizer, quem há-de ressuscitar os da Távola Redonda, os doze Pares de França, e os nove da Fama; o que há-de pôr em esquecimento os Platires, os Tablantes, Olivantes e Tirantes, os Febos e Belianises, com toda a caterva dos formosos cavaleiros dos passados tempos, fazendo neste em que me acho tais grandiosidades, estranhezas e feitos de armas, que escurecem os que eles fizeram mais brilhantes” ...

Sórdidos, babando de ódio perante um dos maiores pensadores que já nasceram em solo brasileiro, “os intelectuais de meia-tigela” da esquerdalha marxistas e gramsciana, ligados às Universidades canhotas, baniram as obras de Olavo usando frases desse tipo: “ sua obra é absolutamente irrelevante do ponto de vista filosófico"; "Olavo de Carvalho é um obscurantista, retrógrado, seu discurso é puramente ideológico e não tem sustentação argumentativa"; “seu pensamento representa uma ameaça para o sistema universitário e para a ciência”.

Pura inveja, fantasiada de rigor acadêmico.

Esses esquerdopatas da academia e das universidades mostraram toda sua idiotice aplaudindo, entusiasticamente, a eleição de fernanda montenegro e gilberto gil para academia brasileira de letras, (tudo com letra minúscula, pois são todos minúsculos).

Diante das câmeras, em entrevista para Pedro Bial, Olavo declarou:

“Nada que se diga contra os comunistas é discurso de ódio. Porque eles são os donos absolutos não só do discurso de ódio, mas como da prática do ódio assassino. Ninguém os superou nisso. Nem os nazistas os superaram nisso. Se você somar todas as matanças de governos de direita no mundo não dá 10% do que os comunistas fizeram. Então falar mal de comunista, chamar comunista de assassino, de monstro, é inteiramente justificado, porque eles são realmente isso” (2019).

Na mesma entrevista dada a Pedro Bial, afirmou:

“Pega as universidades brasileiras nos últimos 30 ou 40 anos e pergunta quantas teses anticomunistas foram aprovadas. A resposta é: nenhuma! O anticomunismo está proibido nas nossas universidades. Está proibido nas nossas mídias. Não é a pregação comunista. É a supressão do anticomunismo. Esse que é o problema”. (Carvalho ,2019).

Olavo desmascarou a grande mídia, os artistas, os políticos, os intelectuais de esquerda que dominavam o cenário e falavam de temas como desarmamento, liberação das drogas, marco civil da internet, desmilitarização da polícia militar, democracia, mostrando que tudo aquilo que essas pessoas diziam não era fruto de pesquisa ou reflexão, mas sim, um palavreado oco de pessoas famosas, de jornais, de comentaristas de TV, de políticos, de entidades "progressistas", todos defendendo soluções únicas e amorais para esses problemas.

As palavras finais do capitulo XX, página 109 do livro “D. Quixote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes, parte I, são especiais e mostram que os ideais de D. Quixote, fazer o bem, buscar a verdade, ser digno e nada temer, foram assumidos por Olavo de Carvalho:

“...Bem estás vendo, escudeiro fiel e de lei, as trevas desta noite, o seu estranho silêncio, o soturno e confuso estrondo destas árvores, o temeroso fracasso daquela água, em cuja busca vimos, que parece que se despenha e derruba desde os altos montes da Lua, e aquele incessante martelar que nos fere e importuna os ouvidos, as quais coisas todas juntas, e cada uma só por si, são bastantes para infundir medo, temor e espanto ao peito do mesmo Marte, quanto mais a quem não está acostumado a semelhantes estranhezas e aventuras.

Pois tudo isto, que eu te pinto, Sancho amigo, são incentivos e despertadores do meu ânimo, que já está fazendo que o coração me rebente no peito, com a ânsia que tem de acometer esta aventura, por temerosíssima que se mostra.

Aperta, pois, as silhas ao Rocinante, fica-te com Deus, e espera-me aqui até três dias, não mais. Se neles eu não voltar, podes tu tornar-te para a nossa aldeia; e de lá, para me obsequiares e fazeres uma obra boa, irás a Toboso, onde dirás à minha incomparável senhora Dulcinéia que o seu cativo cavaleiro morreu, por tentar coisas que o pudessem fazer digno de chamar-se dela”.

Obrigado, “Cavaleiro da Triste Figura Tupiniquim”, saibas, pois, esteja onde estiver, que sempre honraremos sua memória.

Obrigado por tudo.

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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