Olavo de Carvalho nos deixou hoje.
Viveu e construiu uma obra que será avaliada, julgada e reverenciada pela história.
Um homem de coragem.
Um pensador raro, com um brilho excepcional.
Usava a franqueza por vezes percebida como acidez agressiva, como forma de defesa contra ataques sistemáticos que recebia, sempre tentando desqualificar seu intelecto brilhante.
Por detrás deste aparente ranzinza estava um homem doce, com valores simples, até certo ponto frágil e com uma capacidade extraordinária de ler a vida e reportá-la em ideias.
Pensador que viveu a fé e das próprias convicções e as compartilhou generosamente pelos textos e pelos exemplos com seus milhares de alunos e discípulos.
Enfrentou o mundo acadêmico munido de uma única arma: seu corpo franzino, uma vida franciscana em exílio quase monástico.
Nunca um pensador brasileiro foi tão perseguido pela "academia" - em sua singificativa composição, integrada por gente arrogantemente formada com títulos que não tem sintonia com o saber, mas com a vaidade das cártulas obtidas por vezes no "recorta" e "cola", quando não com objetivo de somar horinhas de engordar aposentadorias e sem nenhum compromisso com produção de ciência.
É claro que não são todos, mas a academia brasileira enfrentou com Olavo uma quebra de paradigmas.
Ele mostrou - produziu e consagrou - uma nova tese: o saber não tem donos e a generalidade não é monopólio dos pseudo intelectuais arrogantes, soberbos, preconceituosos, vaidosos e egoistas.
E o que corroeu seus desafetos foi e seguirá sendo a sua coerência estética, ética e lógica.
E mais que isso, seu sucesso! Inteligência, cultura, genialidade.
Munido de si mesmo, com um certo deboche que só os gênios sabem manejar para angariar atenção, criou uma escola com milhares de discípulos no Brasil e no mundo.
Jamais em nossa história um filósofo teve tanto impacto e cativou tantos no seu tempo.
É isso o fenômeno!
Nunca fui seu aluno. Mas li suas obras. E tive a imensa honra de ter artigos e vídeos meus compartilhados por ele.
Tamanho é o ódio, o ciúme e a inveja que lhe devotaram seus desafetos gratuitos, que outro dia o citei para um intelectual desses de araque, cheio de medalhas e lauréis de honras aos méritos que nunca teve, sobre seus livros.
O idiota me respondeu que não perderia tempo lendo Olavo, pois não acreditava em autodidatas!
Fui procurar saber mais sobre esse néscio e encontrei um teórico do nada, tituladíssimo em merda nenhuma.
Olavo de Carvalho deixou uma vasta obra.
Como filósofo será lembrado, estudado, citado e reverenciado por gerações.
Morre o homem, nasce o mito!
O liberal conservador foi o homem brilhante que inverteu a ordem.
Com um beijo calou e transformou em sapos e mandou para o brejo um batalhão de pensadores que nunca pensaram, mas que se julgavam príncipes!
Só para inticar: Olavo, sempre presente!
Aos milhares e aos borbotões!
Gratidão, Mestre!
Descansa em paz!
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Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz