Nem sempre a vida reserva para algumas pessoas a chance de alcançar o sonho de ser pai e mãe, mas, seguramente, ela premia pessoas que de forma amorosa se dispõe a amar alguém sem ser gerado de seu ventre.
O crescimento do filho da gente é uma aventura. Todo santo dia ele conquista e aprende alguma coisa. Para se tornar um adulto feliz e saudável, a criança vai passar por muitas fases de desenvolvimento, cada uma com suas particularidades, necessidades e seus obstáculos. A nós cabe a tarefa de estar ao lado dele, aprendendo junto, orientando... Esse é nosso papel.
"Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los." (Zilda Arns Neumann).
O grande vilão na relação pais e filhos é o tempo, ou a falta dele, que é o que vem gerando o desamor, pois a maioria dos pais modernos ainda não aprendeu a lidar com essa deficiência – base da solidez familiar – que pode ser demonstrada em pequenos gestos, como um olhar carinhoso, um sorriso amigo, uma palavra despretensiosa. Não custa quase tempo algum, é simples e tem valiosos resultados.
O cuidado é a exteriorização do amor. Orientar nossos filhos, saber por onde anda e com quem, é uma das formas de cuidar, é amá-los com todos os seus defeitos e dificuldades. Faz parte de um amor maior, verdadeiro, incondicional, um amor operativo que se traduz nas obras que nós, pais, realizamos em prol da família.
Hoje, vemos que alguns pais se eximem da sua missão de educar ao entregar as crianças a terceiros, escolas, parentes ou vizinhos, como se tivessem o papel redentor de curar as feridas, de amenizar as dores, de apagar as marcas de uma estrutura familiar desorganizada e omissa em relação à educação dos seus filhos e a formação do seu caráter.
Ter filhos não se baseia somente em dar amor. A responsabilidade em cuidar, dar limites e prestar atenção vai além dos cuidados essenciais.
Fechar os olhos para um comportamento por entender ser apenas “do momento”, uma “brincadeira de criança”, poderá trazer prejuízos comportamentais no futuro e a partir daí, o que poderia ser uma fase ruim, torna-se uma conduta definitiva. As etapas existem para que sejam devidamente superadas.
Devemos assumir de uma vez por todas o controle da situação. Ela nos pertence.
Não há manual para criar filhos, deve haver sim, muita vontade de acertar. Começando por amanhã, Dia das Crianças… Sugiro que além dos jogos e brinquedos eletrônicos que pensamos dar aos nossos filhos, possamos aproveitar o dia para brincar com eles. Certamente, será o melhor presente.
“Quando a gente gosta é claro que a gente cuida…” sábia frase cantada em um dos versos escritos por Peninha. É verdade, cuidar é uma forma de dizer: “eu gosto de você”.
O ato de amar e a adoção, são formas comuns de afirmar o direito negado àqueles que por razões outras, foram renegados a condição servil de “excluídos", banidos, largados a vil sorte de não serem aceitos, apesar de gerados e terem um sobrenome, contudo, falta-lhes o "elan vital" da vida - pessoas que as amem e que façam desta realidade a sua missão.
Todo indivíduo possui uma família, independente de ser ela a desejável ou não.
A importância da família na vida do ser humano é indizível, vez que é a partir dela que o 'homem' adquire os seus primeiros conceitos que formarão, ao longo do tempo, as pilastras de seu caráter, servindo de orientação para os inúmeros caminhos que a vida imporá durante sua trajetória.
Ela é vista como um sistema equilibrado e o que mantém este equilíbrio são as regras do funcionamento familiar.
A abordagem sistêmica visa à família na sua interdependência com outros sistemas sociais e enfoca a inter-relação entre os seus componentes, transferindo a questão individual para o plano relacional.
Não entendo por que há tantos seres indesejados mesmo antes de nascer, talvez por que o amor não foi o elo, a base, o pilar desta relação.
Não se pode punir filhos por causa do erro dos pais, afinal, eles não pediram para nascer, mas, se nasceram, devem ser amparados, cuidados, protegidos, como parte de uma relação que estabelece o zelo e a proteção como pilares desta convivência.
Nascer é o dia, viver é todo dia. É começo, é não ter escolha, é o novo, é o ventre, e o translúcido, o brilhar da luz, é sorte, é aposta, é caminhar, Nascer é o pêndulo, viver é o movimento, é prosseguir. Nascer é palavra, viver é frase.
Nascer é felicidade, viver é emoção, que nos enche de alegria. (Edilson Sabino.)
A vida é a mais difícil das tarefas e o amor à vida, o mais difícil dos amores, mas também o mais gratificante (Clement Rousseut).
A vida é uma oportunidade, aproveita-a... É beleza, admire-a... é sonho, torna-o realidade... é um desafio, enfrenta-a... é um dever, cumpra-o. E um jogo, joga-o... é preciosa, cuida-a...é riqueza, conserva-a....é amor, goza-a...é um mistério, desvela-o...é promessa, cumpre-a...é tristeza, supera-a...é um hino, canta-o...é um combate, aceita-o... é tragédia, domina-a.... é aventura, afronta-a... é felicidade, merece-a. A vida se basta a si... defende-a. (Madre Tereza de Calcutá).
Quando nasci, foi assinado um acordo. A minha vida em outras vidas, alguns dissabores, amores, desamores; plantios em terrenos nem sempre férteis. Quando eu nasci nunca tinha visto nada… ”É quando nascemos que começa a grande aventura! Do respirar, do provar, do sentir…
Pio Barbosa Neto
Professor, escritor, poeta, roteirista.
Pio Barbosa Neto
Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará