O novo mantra da "direita intelectual" é dizer que "Bolsonaro não combate a guerra cultural"

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NENHUM presidente combateu a guerra cultural. Quando a esquerda chegou ao poder, apenas deu mais munição para seu "exército intelectual" combater nessa batalha que já existia há muito tempo.

Podemos datar o início do "combate" no final do século XIX, quando surgiu, na Inglaterra, a "The Fabian Society". Poucas décadas depois, os métodos do "Marxismo Cultural" se consolidaram com a fundação do Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfut, berço de Gramsci, Marcuse, Horkheimer, entre outros, cujo conjunto das obras ficaria conhecido como "Escola de Frankfut".

No Brasil, a guerra cultural ganhou força ainda durante o regime militar. A esquerda tomou todos os espaços possíveis; desde mídia e universidades até os presídios, onde os militantes aproveitavam o tempo de cárcere para fazer proselitismo e doutrinar os outros presos.

Foi assim, aliás, que - baseado na filosofia do Lumpemproletariado de Hebert Marcuse - surgiu o Comando Vermelho, a célula inicial do crime organizado brasileiro e responsável por difundir a ideia do "terrorismo criminal" no país, usando os métodos compilados por Marighella.

Com décadas de hegemonia na academia e nos meios de comunicação, o Socialismo Científico formou gerações de profissionais, que hoje ocupam os mais diversos cargos; de professores altamente doutrinadores a juristas totalmente militantes.

Desde a "redemocratização", quando os Sociais Democratas já eram maioria no Congresso Nacional, passaram também a ocupar espaços na máquina pública. Óbvio que, 30 anos depois, eles comandam todo o stablishment.

E a direita, em todo esse tempo, fazia o que? NADA! Nem sabia que era direita, aliás. Vivia sua vida, repetindo que "Política, Religião e Futebol não se discute". Acordamos há menos de uma década.

Neste momento, então, um Presidente de direita pode, NO MÁXIMO, retardar o avanço da Agenda Progressista; estrangulando o financiamento público e reduzindo a máquina Estatal. NADA ALÉM. Contra ele, existe TODO O SISTEMA; dos professores primários aos jornalistas, da classe artística aos Ministros do STF.

A "Guerra Cultural" é combatida pelos "intelectuais", não pelos políticos. Estes, que cobram o Presidente, é que deveriam estar nas trincheiras.

E não venham me dizer que é o que eles fazem. NÃO É! Fazer live no Youtube e vender cursinho na internet, onde só falam para o público cativo, não é ocupar espaços.

A "Guerra Cultural" só terá a presença da direita quando NÓS, em volume significante, estivermos DENTRO DAS ESCOLAS e UNIVERSIDADES, apresentando o contraditório e formando as próximas gerações de profissionais.

Precisamos de PROFESSORES (de verdade, licenciados, com diploma reconhecido), dispostos a disputar e ocupar os territórios que hoje são de domínio absoluto da esquerda; não de falastrões, que arrotam bravatas e frases de efeito, depois fogem para outro país e, de lá, dizem como se deve combater o sistema do qual fugiram, ou de militantes histéricos, criando manifestações para auto-promoção, que mais atrapalham do que ajudam.

É um trabalho para DÉCADAS e totalmente de responsabilidade da "militância intelectual". Se os "intelectuais" estão dizendo que é o Presidente quem deve combatê-la, isso significa que sequer sabem onde são as trincheiras.

Por isso, talvez, cuspam tanto "fogo amigo". Tão perigoso quanto um falso aliado é um idiota bem intencionado.

"A ação não surge do pensamento, mas de uma disposição para assumir responsabilidades." (BONHOEFFER, Dietrich)

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Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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