O Brasil batalhou e conseguiu sediar os dois maiores eventos esportivos mundiais: a Copa da FIFA, em 2014 e as Olimpíadas em 2016.
Investiu, realizou com sucesso os eventos, mas que resultados efetivos obteve? E que legados deixaram?
Os principais indicadores dos resultados seriam: o sucesso esportivo, a animação da economia, o fluxo de turismo e a imagem do país no exterior?
A começar pela imagem três fatos chamaram atenção da mídia internacional: o sucesso na realização dos Jogos, contrariando uma expectativa fortemente negativa, diante da crise política e econômica; a imagem da violência urbana denunciada por um grupo de nadadores norte-americanos que levaram uma brincadeira a sério e colocaram em dúvida o estereótipo; e finalmente o mais marcante para os visitantes, sejam esportistas ou jornalistas: a vaia.
Nelson Rodrigues o grande interprete do sentimento brasileiro diz que o Maracanã, a torcida vaiava até o minuto de silêncio.
A torcida brasileira é o oposto do espírito olímpico: o importante não é vencer. É competir. O público não vai para acompanhar as competições. Vai para torcer. Aplaudir e vaiar. Animar os nossos e vaiar os adversários. Isso vai tirar a atenção deles? Esse é o propósito mesmo. Não é civilizado? Com que parâmetros?
Além da eterna beleza da paisagem carioca, a imagem da violência urbana que ficou em xeque, o mundo ficou sabendo que o espectador brasileiro é extremamente ativo, diferente de outros povos. O que é falso.
Mas para o mundo as Olimpíadas do Rio de Janeiro ficarão marcadas por uma diferença em relação a todas as anteriores: o público é protagonista. O Brasil vaia.
Jorge Hori