Alckmin e suas lacunas de consciência

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Foi Geraldo Alckmin quem disse:

"Os brasileiros não são tolos. E estão vacinados contra o modelo lulopetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas vejam a audácia dessa turma! Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime."

Assim falou Alckmin em 2017 numa convenção do PSDB, lembrando, ainda, pormenores da roubalheira do PT na PETROBRAS e a herança maldita de Dilma Rousseff: a maior recessão da história do país e mais de 15 milhões de desempregados (nem a pandemia desempregou tanta gente!).

Mas será que, para os brasileiros, a máscara do lulopetismo caiu mesmo?

Segundo o portal Diário do Poder (26/12/2021), Pesquisa nacional Dataveritas/IRG/Uninter revela que, para 88% dos brasileiros houve corrupção no governo Lula (PT); e que, também para 88%, foi "por corrupção e lavagem de dinheiro" que Lula cumpriu pena de prisão.

Só os zumbis ideológicos negam a roubalheira nos governos petistas.

E os fatos respondem. Matéria da Gazeta do Povo (11/05/2021) diz que, em 278 acordos de colaboração e de leniência da Operação Lava Jato, condenados comprometeram-se em devolver a astronômica cifra de R$ 22 bilhões - o que é, sabidamente, apenas uma pequena parte da pilhagem.

Na matéria da Gazeta lê-se também que o Tribunal de Contas da União (TCU) estima que o prejuízo (só o da PETROBRAS!) foi de R$ 29 bilhões.

Pois Alckmin, certeiro ao apontar o autoritarismo e a corrupção que caracterizaram os governos petistas, sabe que Lula foi favorecido por canetaços judiciais, pelo casuísmo de se mudar a jurisprudência para tirá-lo da cadeia e pela inutilização da Lei da Ficha Limpa - manobras para Lula ficar livre, leve e solto para candidatar-se caso queira.

Como se explica, então, que Alckmin esteja articulando uma aliança com Lula, réu de cujos crimes ele não tem dúvida? Como pode agora favorecer àquele que, em suas palavras, "quer voltar à cena do crime"?

Não é de uma vestal que se está a falar, mas de um homem público que, supostamente, não quereria jogar no lixo o próprio capital político.

Já estudante de Medicina, Alckmin completava 20 anos de idade quando se elegeu vereador em Pindamonhangaba, SP. Aos 24, elegeu-se prefeito. Foi deputado estadual, deputado federal (dois mandatos) e foi eleito três vezes governador de São Paulo, uma obra de meio século.

Sabidamente, granjeou muito prestígio e um vasto e fiel eleitorado. E é disso que, cinicamente, Lula quer tirar proveito para voltar ao poder.

Foi Leonel Brizola quem sentenciou:

"Para subir, Lula é capaz de pisar no pescoço da própria mãe."

Alckmin não conhece a advertência? E não conhecerá a fábula do escorpião e do sapo?

Ingênuo é que ele não é. E tem plena noção das consequências que viriam de uma eventual eleição de Lula. O que pretende então?

Alckmin sabe que nada, absolutamente nada é pior do que devolver o Brasil ao Foro de São Paulo, congregação macabra da qual Lula é ponta de lança, coisa que a extrema imprensa, a parasitária casta acadêmica e afins fingem desconhecer, mantendo o rebotalho na ignorância.

O que estará ele ganhando em troca de seu capital político? O que é que o faz trair a própria consciência e esquecer o que havia denunciado?

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Renato Sant'Ana

Advogado e psicólogo. E-mail do autor: sentinela.rs@uol.com.br

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