As três etapas do trabalho que o povo faz e a necessidade de Jair Bolsonaro ser reeleito
29/12/2021 às 06:02 Ler na área do assinanteNão há dúvidas em se reconhecer que nesses últimos anos passamos por um período novo na República; especialmente a partir de 2018, com a última eleição presidencial, que levou Jair Bolsonaro à Presidência da República.
E esse período republicano novo tem uma característica principal: o povo assumiu o protagonismo político que sempre teve, mas nunca soube exercer.
E, nesse contexto, vem ele, o povo, fazendo um trabalho que, além de ter levado à eleição de Jair Bolsonaro para presidente, levou ainda a várias outras coisas paralelas, sendo a principal delas a criação da conscientização de que a participação popular no processo político não se limita a eleições, ele é permanente e constante, em prol de uma realidade futura duradoura.
Esse trabalho de que falo aqui passa por três fases.
A primeira: chegar ao Governo, passando à condição de administrador da máquina política e executor do orçamento público. A segunda: entrar no interior do Estado, ocupando os espaços disponíveis e preenchendo os cargos existentes, desaparelhando as instituições e mudando a forma de a engrenagem da máquina pública funcionar. A terceira: conquistar Poder (com “P” maiúsculo mesmo, propositalmente), onde ordens e determinações são obedecidas.
A primeira fase foi cumprida, sem sombra de dúvidas. Ela é a que deita reflexos no curto prazo, pois o governante que o povo escolheu tem a “chave do cofre” nas mãos, e como executor do Orçamento Público dita o ritmo do seu próprio Governo.
A segunda está sendo cumprida, e os resultados dela não são visíveis senão do médio prazo para frente. Envolve desde (i) a nomeação de novos integrantes para o STF (como já feito por Jair Bolsonaro), (ii) a revisão dos destinatários dos recursos da renúncia fiscal da Lei Rouanet, ou ainda (iii) as empresas que prestam serviços ao MEC ou ao Ministério da Saúde. Um adendo: o tamanho do Estado brasileiro é colossal, e ninguém pode cometer o erro crasso de achar que quando se fala em “entrar no interior do Estado” está-se a referir apenas a instituições públicas.
Essa segunda fase está sendo cumprida aos poucos – não na velocidade que o povo gostaria, mas está sendo cumprida sim. Apenas para exemplificar, considerem o seguinte: o Ministério da Educação, um colosso com 500.000 funcionários, agora não entra mais nas reportagens policiais com os antigos esquemas de superfaturamento de compra de material didático, ou a área da Cultura não joga mais dinheiro pelo ralo como antes, ao destiná-lo a artistas milionários que não precisam de fomento ou dinheiro público para suas produções.
O processo de entrada no interior do Estado até o seu desaparelhamento é lento. Pode durar uma década – especialmente considerando-se que muitas pessoas que usam o cargo para praticar ativismo político de esquerda são concursadas e possuem estabilidade.
Já a terceira fase é a mais complexa, e é a consequência do êxito das outras duas. O Poder virá quando as fases anteriores se consolidarem. Ele deriva, portanto, do que for feito com êxito nas outras fases.
Olavo de Carvalho já definiu que só tem o poder aquele que se faz ser obedecido; aquele que de alguma maneira vê suas ordens serem cumpridas. É assim ele explica o fenômeno, bem objetivamente mesmo. Nesse contexto é que se consegue diferenciar o que ocorre no Brasil atualmente, onde um Presidente da República, eleito por ampla maioria de votos, amado pelo povo, que o apoia em todas as suas ações e se vê nele representado, simplesmente não consegue se fazer ser obedecido, por causa de “n” fatos, dentre eles as sabotagens institucionais e o evidente caráter democrático do qual é imbuído o Presidente, de seguir à risca a separação de poderes e a ordem legal e constitucional do país.
Daí vem a reflexão que quero passar aqui. Nós, o povo, não podemos deixar de reconhecer que precisamos preservar o que já temos (a fase 1, já completada, e a 2, em andamento), e avançar mais no trabalho de assunção do protagonismo político para adquirir o verdadeiro Poder (fase 3).
Isso é o que deve ser conservado, esse é o ponto de partida do qual deriva tudo o que será feito a partir de agora. E não embarcar em aventuras sobre essa ou aquela via que supostamente se apresenta, ou – pior ainda – instigar divisões internas pueris entre pessoas que no fundo apenas desejam a mesma coisa: o cumprimento de todo o itinerário que destaquei antes, com as 3 fases do trabalho necessário à reconstrução do Brasil e da maneira de se lidar com a coisa pública.
Nesse contexto, não vejo como o povo prosseguir no trabalho de reconstrução do Brasil, assumindo o protagonismo das escolhas políticas e adotando-se uma nova forma de se lidar com a coisa pública, sem conservar o que já obteve: Jair Bolsonaro na Presidência da República.
Como eu já escrevi alhures, “o protagonismo nisso tudo é nosso. Jair Bolsonaro, repito, é nosso instrumento, nossa ferramenta. E, principalmente, nossa arma mais poderosa. Ele é o nosso aríete, que vem abrindo caminho para continuarmos, depois, a avançar e ganhar terreno, quando as portas estiverem derrubadas”. (O despertar do Brasil conservador, Vol. 1 - O período eleitoral e o Governo de Jair Bolsonaro, p. 258)
Reelegê-lo é vital para prosseguirmos no nosso trabalho, destacado antes aqui nesse texto. A questão que norteará nossas ações, como povo, a partir do início do ano que vem, deverá ser: deve ser formada uma base política que possibilite ao Presidente da República governar com mais tranquilidade no segundo mandato, implementando as pautas pelas quais foi eleito, e, no final, avançar nas fases 1 e 2, até conseguir chegar na 3 (a consolidação do Poder).
Não é hora de brigas internas e de racha na base da militância. Muito ao contrário, é premente e urgente que enxerguemos o cenário que se desenha para 2022, e criemos a conscientização que estamos praticamente em um “all-in”: ou aumentamos nosso “gain” ou perdemos tudo.
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Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).