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O que levou a velha mídia a mudar repentinamente e radicalmente de opinião
23/12/2021 às 09:08 Ler na área do assinante
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em abril de 2019, a revista IstoÉ publicava matéria se insurgindo contra os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, a quem tratava como “Os novos censores”.
Um texto duro demonstrava revolta com os magistrados:
“O temor da arbitrariedade voltou ao Brasil. Ferindo a Carta Magna, os ministros do Supremo Dias Toffoli e Alexandre de Moraes usaram do poder da lei e atentaram contra a liberdade de expressão e direitos individuais, numa afronta mais grave do que a praticada pelos militares nos tempos da ditadura. Afinal, deveriam ser eles os guardiões da Constituição.”
Na sequência a matéria dizia algo extremamente relevante:
“A liberdade de expressão é um valor inegociável.”
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Eis que esta semana, a mesma revista surpreende a todos conferindo ao ministro Alexandre de Moraes o título de “O brasileiro do ano de 2021”.
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Aquele Moraes de 2019 apenas avançou em suas atitudes contra a democracia. Prendeu jornalistas, ativistas, presidente de partido e deputado.
A conclusão que se chega é a de que a revista IstoÉ, assim como a toda a velha mídia, negociou aquilo que considerava inegociável, a liberdade de expressão.
Isso é frustrante.
Gonçalo Mendes Neto. Jornalista.
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