Desespero, bizarrice e insanidade na ‘bancada da chupeta’ e agregados
09/08/2016 às 20:00 Ler na área do assinanteA senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, quer interromper o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff para que seja incluída nos autos processuais a recente declaração do pré-candidato derrotado à Presidência dos Estados Unidos, Bernie Sanders, que veio ao Brasil falar num suposto ‘Golpe de Estado’ em curso no Senado Federal, ainda que não soubesse sequer que a capital do país é Brasília e não o Rio de Janeiro.
Algo semelhante fez o senador Randolfe Rodrigues, do Rede Solidariedade do Amapá, que pleiteou interrupção do processo de impeachment para que seja incluída nos autos a matéria da Revista Veja sobre uma possível delação de Marcelo Odebrecht, quanto a ter repassado R$ 10 milhões, em espécie, ao vice-presidente da República, Michel Temer, em reunião no Palácio Jaburu.
Noutras palavras, por tratar-se de uma suposta delação — reitero: não se sabe sequer se essa delação está sendo negociada, de fato —, ela deveria ser, em primeiro lugar, acatada pelo juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal do Paraná, depois homologada pelo ministro-relator Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para então ser um fato jurídico disponível à inclusão em autos processuais.
Ainda assim, se em algum momento estiver confirmada e homologada uma delação de Marcelo Odebrecht nesse sentido, a obrigação do Congresso Nacional será instaurar um processo de impeachment contra Michel Temer e não interromper ou cancelar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, neste momento julgada por crimes outros.
Ou será que estamos regredindo aos tempos de Luiz Inácio da Silva — vulgo ‘Lula’ —, que tentou colar a máxima de que, no Brasil que ele conhece, todo mundo rouba, ‘sempre foi assim’, e, portanto, ninguém poderia ser considerado ladrão?
Ademais, os próprios senadores Vanessa e Randolfe foram peremptoriamente contrários à inclusão de outras dezenas de acusações graves contra a presidente Dilma Rousseff no escopo do atual processo de impeachment, resumindo-o aos decretos de suplementação orçamentária ilegais e às chamadas ‘pedaladas fiscais’.
Os partidos de Esquerda no Brasil deveriam estar bastante atentos a esse tipo de movimento de seus representantes no Parlamento. Não bastasse a responsabilidade máxima do PT na roubalheira institucionalizada que destruiu os projetos dessa Esquerda, são bizarrices de tal envergadura que mergulham no mar da humilhação tantas pessoas sérias e dignas que integram a vida pública brasileira na defesa de seus ideais e que, hoje, correm o risco de amargar um enorme rechaço da expressiva maioria da população.
Sou amplamente favorável ao amplo direito de defesa, à exposição do contraditório e até ao jocoso ‘Jus esperneandi’, ainda que tudo isso tenha mero efeito procrastinatório. No entanto, o que se vê nos supramencionados casos é um verdadeiro insulto à inteligência do povo brasileiro e, sobretudo, à Constituição da República Federativa do Brasil.
P.S.: Nem foi preciso citar os senadores petistas Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Fátima Bezerra, que tão certos do lodaçal onde estão com os pés enterrados, não vão tentar uma nova vaga no Senado Federal. Serão candidatos à Câmara dos Deputados, porque são necessários menos votos.
Que triste fim, hein?! #PobreBrasil...
Helder Caldeira
da Redação