
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Ao comprar um Smartphone você tem a impressão de que está comprando um produto industrial. Ao perceber que o produto é 'made in China' fica indagando: porque não produzir no Brasil?
Outros poderão indagar: quantas toneladas de soja foram necessárias para pagar as gramas do aparelho? Porque o Brasil não produz e exporta produtos de maior valor agregado?
Há vários equívocos nessa visão e indagações.
Você pode receber um aparelho de graça. De graça não, porque você vai pagar o valor do aparelho na forma de serviços que lhe serão cobrados mensalmente.
Os aplicativos usados em smartphones são os maiores agregadores de valor aos próprios smartphones.
O negócio principal é o serviço de comunicação, que se torna o principal meio de cobrança dos usuários dos aplicativos.
Para ampliar o seu mercado a empresa de telecomunicação transforma o aparelho de telefonia móvel numa ferramenta. Que pode ser oferecido praticamente de graça ou com baixo custo e cobrado pelo uso dos serviços. Ou melhor pela disponibilidade dos serviços. Para operadora o ganho maior está na não utilização de serviços colocados à disposição do usuário, em relação ao custo de aquisição do aparelho do produtor industrial.
Para o usuário final o custo real da aquisição do aparelho está no acréscimo do valor do seu "pacote de serviços". O que é cobrado sem que muitos usuários deem conta de que estão pagando.
A forma como o consumidor ou usuário final paga pelos produtos gera uma impressão diferente dele com relação à composição setorial do PIB, ou seja, da economia como um todo.
Jorge Hori
Jorge Hori
Articulista