Hélio Schwartsman - “um pau no Brasil” e o nascimento do novo homem consequencialista
14/11/2021 às 09:27 Ler na área do assinanteO colunista da Folha, Hélio Schwartsman, a quem já critiquei aqui neste espaço, gaba-se de ser adepto da filosofia “Consequencialista” e escreveu, mais uma vez, um texto estúpido contra a nação brasileira intitulado:
“O Brasil merece apanhar bastante na COP26”, é o título da matéria.
Vou usar o mesmo raciocínio consequencialista que ele empregou sobre o Brasil e utilizar a filosofia que ele divulga e impõe sobre os outros e emparedá-lo com os mesmos argumentos.
Em negrito/itálico e aspeado o texto de Schwartsman e em fonte normal o meu texto e o uso da filosofia consequencialista aplicada sobre ele e seus amigos.
“Espero que o Brasil apanhe bastante na COP26. Não acharei ruim nem se países europeus erguerem barreiras ambientais contra nossos produtos ou se decidirem boicotá-los”.
Espero que alguém espanque com intensidade Hélio Schwartsman na redação da Folha e quebre todos os seus dentes. Não me compadecerei e nem criticarei o espancador se ele resolver aplicar o castigo em sua família, em seus amigos ou se decidirem sequestrá-los.
“Meu raciocínio é consequencialista. Como brasileiro, tenho interesse em que nossas empresas se saiam bem, o que em tese resulta em mais riqueza para distribuir à população. Mas eu também sou terráqueo e, nessa condição, tenho interesse em que lidemos da melhor forma possível com a emergência climática. O segundo objetivo, creio, prepondera sobre o primeiro. Há muito mais indivíduos (humanos e não humanos) afetados negativamente pelo aquecimento global do que brasileiros beneficiados pelo sucesso do agronegócio”.
Meu raciocínio é consequencialista. Como brasileiro tenho interesse em que todos sejam bem tratados, e isso em tese resulta em que todos se tornarão bons. Mas eu moro no planeta Terra, e nessa condição tenho interesse na erradicação imediata da violência que impregna os humanos. Bater em Hélio, um sujeito que não serve para absolutamente nada dentro da sociedade, que provoca ódios e discórdias é irrelevante, pois meu interesse maior é que todos sejam menos violentos. Há muito mais seres humanos afetados negativamente por seus textos do que (humanos e não humanos) beneficiados por seus escritos.
“E o aumento das temperaturas médias no planeta, para o qual o Brasil concorre em boa medida por causa das queimadas e do desmatamento, é só parte do problema. O desflorestamento da Amazônia também afeta o regime de chuvas, em especial nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Menos área verde no Norte significa menos água para os reservatórios e plantações. Alguns cientistas creem que já estejamos perto do ponto em que a savanização da Amazônia se torna irreversível”.
E o aumento da violência nas grandes e pequenas cidades que são influenciadas pelos escritos de Hélio Schwartsman, é só uma parte do problema. Bandidos, traficantes, estupradores e mais uma infinidade de homens violentos corroem os valores da civilização. A selvageria que assola o Brasil vai da Amazônia às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Isso significa menos bondade, menos altruísmo, menos cooperação. Alguns cientistas sociais acreditam que estamos perto do ponto de anomia, que segundo sociólogo francês Émile Durkheim quer dizer: “ausência ou desintegração das normas sociais”.
“E a pressão sobre o país pode trazer resultados? Bolsonaro, é claro, não vai se comover. Ao contrário, como ele é turrão, é possível que vejamos aumentar seu ímpeto antiambientalista. Mas o presidente, dadas suas incompetências, se tornou refém do centrão, o qual é sensível aos interesses do agronegócio”.
E as pancadas que quebraram os dentes de Hélio surtirão efeito? Hélio, é claro, não vai amolecer. Ao contrário, ele é consequencialista, e é possível que aumente a quantidade de raciocínios obtusos. Mas o colunista, empregado da Folha, se tornou refém dos interesses do “Consórcio de Imprensa”, o qual é sensível aos interesses dos antigos donos da nação.
“Se os empresários do setor perceberem que vão perder dinheiro pelo fato de o país não ter uma política ambiental decente, há chance de que ela surja. Por isso, pau no Brasil”.
Se os que quebraram os dentes de Hélio perceberem que a violência não vai cessar pelo fato dela ser intrínseca ao ser humano, há chance de que um novo homem surja. Por isso, pau no Schwartsman.
Nota - O texto foi escrito para mostrar que aqueles que escrevem e influenciam outras pessoas, devem ter responsabilidade, coerência e nunca vender sua pena aos interesses escusos de grandes corporações, usando como escudo argumentos filosóficos obscuros. Note ainda que usei, propositalmente, em meu texto, partes do texto de Schwartsman que se voltam contra ele.
Esclarecendo um pouco mais, o texto de Schwartsman pede o fechamento do agronegócio através da filosofia consequencialista e incentiva que o mundo inteiro fale mal e bata no Brasil para que ele se torne melhor. O meu texto usa o mesmo argumento consequencialista para acabar com a violência: bater no colunista até ele se tornar um novo homem. Lamentável e absolutamente idiota.
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)