A militância de Dom Orlando Brandes, o arcebispo que adora colocar política no altar
18/10/2021 às 20:31 Ler na área do assinanteDom Orlando Brandes adora colocar política no altar. O Arcebispo de Aparecida utilizou o sermão na missa de 12 de outubro para falar o seguinte:
"[...] Para ser pátria amada não pode ser pátria armada. Para ser pátria amada, seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção [...]’’.
O Arcebispo pode ter falado tais coisas de forma genérica sem a menor intenção de atingir o presidente Bolsonaro e a corrente política por ele representada? Pode. Mas fica difícil acreditar na ingenuidade de quem já falou insanidades como ‘’a direita é violenta e injusta’’ e ‘’temos o dragão do tradicionalismo’’.
Não estamos tratando de um caipira desinformado. Se Dom Orlando Brandes repete os clichês do mainstream sobre tais temas, há intencionalidade nisso. Ele tem claramente uma posição político-ideológica, e essa posição é incompatível com a doutrina da Igreja Católica – a que ele deveria zelar e defender.
Quando falou que a direita é injusta e citou o tal dragão do tradicionalismo, Dom Orlando lamentou as críticas ao Concílio Vaticano II. Pois bem, o CVII foi uma das maiores – se não a maior das – vitórias que os inimigos da Igreja obtiveram ao longo de dois mil anos. Ao invés de ser a bússola desse mundo caído e manchado pelo pecado, a Igreja Católica – ou parte importante dela – preferiu fazer bella figura ao modernismo, que desde São Pio X é considerado herético. De mudanças aparentemente banais como o rito da missa até questões fundamentais como a salvação das almas, o Concílio foi lamentado pelos católicos mais fiéis, como o gigante Gustavo Corção em seu primoroso ‘’A Igreja Católica e a Outra’’.
Ao saudar o Concílio como uma maravilha inquestionável, Dom Orlando atesta que a sua concepção de Igreja difere irreversivelmente daquela dos santos e mártires. E lamento dizer aos autoproclamados católicos progressistas, mas a verdade é única e independe da opinião de quem quer que seja. A Santa Igreja é incompatível com o progressismo e com coisas do tipo ‘’qualquer igreja ou religião salva’’.
Dom Orlando falou em violência direitista. Pois bem, qual o grande ato violento da direita nos últimos anos? As manifestações com famílias, crianças, idosos e outros cidadãos pacíficos carregando a bandeira do Brasil e pedindo aos ocupantes momentâneos das instituições que respeitem a Constituição e deixem o presidente Bolsonaro governar? Se ele entende como ‘’direita’’ tudo o que pode existir de ruim, isso diz mais da sua formação esquerdista do que sobre a própria corrente política.
Mas já que o Arcebispo gosta de falar contra a violência, a esquerda é um prodígio nisso e ofereceu inúmeros exemplos para ele se manifestar. O MST transformou o campo em uma zona de conflito ao invadir diversas propriedades. Os black blocs aterrorizaram as manifestações de 2013 com um nível de virulência jamais visto – as ligações do grupo com partidos de esquerda são amplamente conhecidas. E claro, a cereja desse bolo podre foi o atentado contra o presidente Bolsonaro em 2018, na época da campanha presidencial, atentado esse feito por um militante esquerdista que já foi filiado ao PSOL. Os casos são abundantes, sendo impossível citá-los em sua totalidade, mas os colocados aqui bastam.
Em todos esses episódios de violência esquerdista, Dom Orlando Brandes não levantou a voz para condená-los. Mas quando se trata de uma violência inexistente do outro lado, ele é o primeiro a falar em tom indignado. É de um cinismo inigualável.
A esquerda é a corrente política dos revolucionários, e em praticamente todas as grandes revoluções a Igreja Católica foi alvo da fúria doentia dos destruidores da ordem. A Revolução Francesa matou clérigos, expropriou terras da Igreja e iniciou a danosa remoção do altar da vida pública. A Revolução Russa não fica atrás em nível de virulência e ódio anticatólico. Ambas são saudadas como grandes eventos pela esquerda. A direita, pelo contrário, busca a manutenção da ordem combinada com a preservação das liberdades individuais e do direito natural, com a própria Igreja Católica tendo um papel fundamental nisso. Ao condenar o lado que defende a Igreja e silenciar sobre o inimigo, Dom Orlando Brandes mostra de que lado está.
Sobre as tais fake news citadas pelo Arcebispo, vale um esclarecimento importante: a esquerda adota a moral revolucionária, o que significa que qualquer meio necessário para o sucesso da revolução é, por tal lógica, moralmente correto. Roubar, chantagear e até mesmo matar é aceitável se beneficiar a revolução.
Com a mentira não é diferente. Não por acaso a esquerda sempre se valeu da desinformação contra seus inimigos. Um caso célebre está na própria Igreja: a associação mentirosa do Papa Pio XII ao nazismo. Tal engodo começou com os soviéticos e ganhou vida própria no Ocidente graças ao livro ‘’O Papa de Hitler’’, de John Cornwell. O autor disse ter examinado por meses documentos secretos que comprovam o colaboracionismo nazista de Pio XII, mas nos registros da biblioteca do Vaticano ele permaneceu nela por menos de um mês, além do fato de que tais documentos são públicos. Mesmo assim, a lenda do Papa de Hitler permanece utilizada pela esquerda ocidental no seu afã de espalhar o ódio contra a Igreja Católica.
Dom Orlando Brandes é um militante de batina e eu já falei disso em outro artigo. A sua fala mais recente só atesta isso. Como diria o outro, só se é traído pelos seus. Além de mentir e desinformar conscientemente, ele presta um desserviço gigantesco à Igreja Católica. Nada que nós já não vimos em outras ocasiões.
Referências:
2.https://www.youtube.com/watch?v=FagDhy1yXZs
3.https://veja.abril.com.br/brasil/psol-pstu-e-pt-comandam-sindicatos-ligados-a-black-blocs/
4.https://www.conexaopolitica.com.br/coluna/coluna-dom-orlando-brandes-o-militante-de-batina/
Carlos Júnior
Jornalista