Há quem diga que reverter o impeachment parece ser uma tarefa menos árdua para a presidente afastada Dilma Rousseff, do que defender a sua biografia.
A iminente delação do marqueteiro João Santana parece ser a ‘pá de cal’ na tese da ‘mulher honesta, mulher honrada, coração valente’.
Quando o ex-senador Delcídio do Amaral, ex-líder de Dilma no Senado, fez a sua delação e denunciou o caixa dois e outras mazelas, a petista declarou: ‘O senador tem a prática de mentir’.
Foi uma tremenda cara de pau, mas ficou o dito pelo não dito. Com Santana a situação é bem diferente.
Dilma e João tinham ligação intima, encontros permanentes, duradouros e frequentes.
Com João Santana, ela não tem como dizer o mesmo, não tem como acusar, não tem como blefar, aliás, já admitiu o ‘caixa dois’, mas disse que foi sem o seu consentimento.
De qualquer forma, ainda mais diante do que certamente está por vir, Dilma, muito mais do que sua biografia, tem que se preocupar em defender a sua liberdade.
Não a liberdade democrática, mas a liberdade de ir e vir, que fatalmente está por um fio.
Amanda Acosta