Tudo que sabemos... Ou não, sobre as eleições de 2022 (ouça o podcast)

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Me refiro ao que podemos inferir com base nos pontos que nos permitem projetar até as mais loucas possibilidades...

Este artigo representa um exercício de reflexão sobre o tema e por obvio, está baseado em um conjunto de percepções sobre as quais podemos fazer algumas elucubrações.

Em tempo: trata-se de um texto longo, mas se preferir, ao final da página você tem acesso ao link na versão áudio/podcast.

Vamos em frente, então...

O Brasil, em termos de política, é “o país da piada pronta” (frase que se popularizou ultimamente): basta ver as pérolas da CPI da Covid ou as pesquisas de intenção de votos ou pior, a última pesquisa que aponta Lula como o arauto da moralidade e seria considerado pela população, como a pessoa ideal para conduzir a nossa luta contra a corrupção: você acredita?

Lá em Minas tem um ditado antigo que diz que só é confiável alguém com quem você “engordaria um porco a meia”...e a pergunta é a seguinte: você engordaria um porco a meia com o Lula?

Eu certamente não pois sei que o nosso porco só engordaria do lado dele!

Risos à parte, quero iniciar este artigo pelo fim:

LULA PROVAVELMENTE NÃO SERÁ CANDIDATO.

E não é difícil chegar a essa conclusão, por mais surpreendente que pareça essa possibilidade. Se a eleição fosse hoje, ela certamente seria decidida pelo índice de rejeição dos dois únicos candidatos relevantes, mas alguém tem dúvidas de que a rejeição de Lula é absolutamente maior do que a de Bolsonaro?

Vamos esmiuçar isso um pouco mais...

Hoje, Bolsonaro estaria reeleito com larga margem de votos, se não considerados fatores externos diferentes do voto popular efetivamente dado pela população.

Se numa eleição limpa Lula não teria a menor chance de eleição, dada sua monumental e irreversível rejeição, porque ele iria se “meter nessa fria” onde certamente enfrentaria um desgaste sem precedentes ( além dos incontáveis dossiês do tipo: nós sabemos e temos provas de tudo que vocês fizeram nos verões passados). Lula, como vemos, não consegue sequer caminhar pelas ruas, como o faz o seu virtual oponente, que é aclamado por onde quer que vá, inclusive no Nordeste que sempre foi um reduto Petista.

Contra fatos não há argumentos...vale o que os olhos veem (como os milhões de apoiadores de Bolsonaro que foram às ruas no 7 de Setembro e os milhares de apoiadores de Lula, que não foram).

Hoje, em tempos de redes sociais (mesmo que as tentem coibir e silenciar: me refiro aos canais e perfis de direita), não é mais possível repetir uma mentira um milhão de vezes até que ela se torne verdade na cabeça das pessoas: falo principalmente da velha imprensa e dos “institutos de pesquisa”, os principais ativistas eleitorais que temos no momento.

Não quero dizer com isso que Lula não teria votos em boa quantidade pois sei que os teria e seriam basicamente oriundos de:

Militantes Petistas de carteirinha que defendem a tal “Ditadura do Proletariado”, alegoria que povoa a cabeça dessas pessoas, mesmo que seja uma desgraça por onde o “Socialismo”, mesmo adotando apelidos sofisticados como “ Progressismo”, tenha sido implementado: como dizia Margaret Thatcher... “o Socialismo dura até acabar o dinheiro...dos outros” ou “para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber”;

Representantes da Cultura (as viúvas da lei Rouanet) que são militantes de conveniência habituados ao ganho fácil nos governos de esquerda;

Funcionários Públicos e de Estatais, o que inclui a Educação, também fruto do aparelhamento por 30 anos e mais intensamente nos últimos 15: basta ver que dos 600.000 funcionários públicos, 300.000 são do MEC onde cerca de 100.000 foram alocados nos governos do PT;

Parte das últimas gerações de Estudantes cujas cabeças foram bombardeadas pela “doutrinação” de professores militantes plantados na educação para levar a cabo essa missão (mas é bom lembrar que nem todo esse segmento foi idiotizado pela esquerda, mesmo que nossa educação sob a regência da pedagogia do “oprimido” de Paulo Freire, tenha nos levado à rabeira do PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), algo que levaremos décadas para recuperar até porque o aparelhamento residual continua e continuará por anos;

Apoio massivo da Mídia de Esquerda, acostumada a viver à sombra dos recursos generosos dos governos Progressistas (falamos de PT e PSDB);

Seguidores de Canais de esquerda presentes nas Redes Sociais que tem apresentado queda vertiginosa em número de seguidores, mas principalmente de engajamento pois a cada dia enganam menos gente, com um mínimo de dois neurônios.

Se somarmos todas essas bases que apresentei às demais existentes fora desses nichos, certamente teríamos um número de votos importante, mas onde Lula NÃO superaria a marca dos 25% dos eleitores, na minha avaliação (e certamente não temos nenhuma pesquisa honesta que possa cravar essa projeção, nem que sim e nem que não, logo vale meu conhecimento e intuição).

Mas vale dar uma olhada numa enquete “viva” e apartidária, cujo controle é feito pelo ip dos votantes e não permite votar duas vezes (podemos dizer que parece ser mais bem mais confiável do que as pesquisas de opinião que temos visto). Essa pesquisa está no site eleicoesaovivo, que mostra inclusive o resultado por estado.

Na enquete, onde temos uma nova pesquisa aberta e fechada mês a mês e que no momento em que escrevo este artigo apresenta mais de 1.5 milhão de votos, Bolsonaro aparece com cerca de 53% das intenções de voto e Lula apresenta cerca de 17% das intenções de voto (5 já feitas e a com mais votantes com cerca de 6 milhões de votos de 14/08 a 09/09 apresentou Bolsonaro com 53,6% das intenções de votos e Lula 15,1% das intenções de voto). Ou seja, mesmo sendo uma enquete, por ela, que parece mais confiável que as pesquisas, não haveria sequer um segundo turno, mas vamos ser um pouco mais “conservadores”.

É possível inferir, com base nas minhas observações, que Lula poderia obter até 25% dos Votos (ou menos) e Bolsonaro atingiria 45% dos votos (ou mais) e assim teríamos algo em torno de 36 milhões de votos para Lula e 67% milhões de votos para Bolsonaro num eventual primeiro turno.

A base de eleitores hoje é de 148 milhões e está estratificada da seguinte forma:

Mulheres que representam cerca de 52,49%;
Homens que representam cerca de 47,48%;
Os jovens entre 18 e 24 anos representam cerca de 19 milhões de eleitores ( o que representa 12,83% dos votos, algo que não é desprezível);
Ainda dentre os jovens com idade entre 16 e 17 anos temos apenas 1.03 milhão de eleitores, um segmento pouco relevante;

Se fossemos nos aprofundar seria importante destacar, por exemplo, que a religião no Brasil representa 64,6% dos Brasileiros onde 22,2% ou 123 milhões de pessoas declaram-se católicos e 42,3 milhões declaram-se protestantes (evangélicos, pentecostais e neopentecostais) e outros grupos representam 8% ou cerca de 15,3 milhões de pessoas...,boa parte dos cristãos no Brasil são conservadores, mas vamos parar por aqui...

Essa visão preliminar já nos dá conta de que quem define as eleições no Brasil, em condições normais de “pressão e temperatura”, são mesmo a população adulta com ênfase nos Tios, Tias e Vovôs do Zap, onde é pouco provável que o cenário tenha mudado significativamente de 2018 para cá, mesmo que a pandemia e a militância da mídia tenha feito o possível para corromper tal contingente que votou em Bolsonaro, mas o que vemos é um tiro pela culatra bastante evidente, diante do que temos visto em termos da queda galopante da audiência desses canais (alguns vão quebrar ou ser assumidos por capital estrangeiro, algo que já ocorre em outros países, como nos EUA por exemplo).

Assim, confirmados os percentuais no primeiro turno, possivelmente haveria um segundo turno onde a diferença seria ainda um pouco maior em favor de Bolsonaro dada a rejeição maior de Lula.

O fiel da balança para alterar eventualmente esse quadro, poderia ser mesmo a situação da economia que em nada evidencia que possa piorar até as eleições, ao contrário, deverá melhorar com base nos indicadores que temos (o PIB brasileiro deverá crescer este ano algo entre 5,3% e 5,5% bem melhor que algumas mega economias de primeiro mundo como Alemanha (2,9%), Japão (2,5%) e Coreia (4%), apenas para citar algumas e, além disso, já temos como projeção para nosso PIB 2,3% para 2022, e que poderá ser ainda melhor).

O Planeta foi afetado pela manutenção de juros baixos e pela inundação de liquidez via programas assistenciais ao redor do mundo que, associados a Lockdowns absurdos, produziram uma inflação Global sem precedentes o que vai afetar a todos.

UMA COISA ESTÁ ABSOLUTAMENTE CLARA:

...a tal terceira via foi mesmo o BOLSONARO em 2018 e que nenhuma evidência nos indica que algo similar poderá se repetir em 2022, a não ser por alguma articulação em curso que analisarei superficialmente neste artigo, mas que mesmo com a tal “frente única” (o todos contra um) não parece que conseguirá impactar o eleitorado ao ponto de reverter o quadro que se desenha no momento.

Mas sim... teremos mesmo a estratégia do TODOS CONTRA UM (contra Bolsonaro) que até aqui tem dado com os “burros n’água”, embora o jogo esteja sendo jogado e os bastidores estão em absoluta efervescência, algo que vai se intensificar à medida que o tempo passa: sabemos que para a esquerda o tempo não é parceiro, mas isso os faz errar mais do que acertar como temos visto, a julgar pelo fiasco da CPI que produziu um efeito ao contrário do que planejaram.

ENTÃO QUAL SERIA AFINAL, A ESTRATÉGIA DA OPOSIÇÃO?

Me refiro à estratégia para impedir a fragorosa derrota que se anuncia nas urnas (numa eleição limpa, faço questão de frisar...) nas eleições do ano que vem.

Se Lula pode abdicar de sua condição de candidato, por “n” razões, sendo a maior delas a absoluta e irreversível rejeição que ele encarna, qual seria mesmo a “grande estratégia” da oposição para derrotar Bolsonaro?

Alguns dos movimentos que já estamos vendo há algum tempo como as narrativas da mídia de esquerda que teve início no primeiro dia do atual governo em 2019 e outros que foram sendo somados, na escabrosa formação do “bloco único” integrado por boa parte dos parlamentares; pelos oligopólios; pelo supremo, pelo Metacapital Global e por ditaduras ao redor do mundo e, mais recentemente, pelos institutos de pesquisas... poderiam ser a resposta, mas isso do ponto de vista prático se revelou não ser estratégia alguma...me refiro a resultados.

Aqui cabe uma breve análise:

Os Institutos de pesquisas no Brasil, diferentemente do que ocorreu nos EUA onde seu principal objetivo foi o de “legitimar” a “vitória” de Biden, numa eleição “imunda” e cujas investigações (as poucas que foram feitas) ainda estão em curso, no Brasil, talvez não tenham como meta “validar” uma possível fraude das urnas (digo possível porque sabemos que elas não são seguras e foram invadidas comprovadamente). Digo isso em razão que a discussão sobre o tema, colocou uma lupa gigante sobre nosso sistema eleitoral (mesmo que a nuvem negra permaneça no ar).

Acredito que tais pesquisas “suspeitas” (que vão se intensificar) sirvam principalmente para “ELEVAR O CAPITAL POLÍTICO DE LULA” face uma negociação, já em curso para “EMPURRAR A TAL TERCEIRA VIA” que, mesmo parecendo um ato de desespero, faz total sentido pois tem gente GROSSA por trás dessa estratégia.

Cabe ressaltar que temos TRÊS JOGOS EM CURSO (que vão determinar o nosso futuro):

As eleições envolvendo Estados e Assembleias Legislativas estaduais;

A eleição de um terço dos 81 membros do Senado (os demais foram eleitos no pleito de 2018) e dos 513 membros da câmara dos deputados;

E é claro, a Presidência da República.

Nesse sentido, o movimento partidário, que já teve início com a megafusão de PSL com o DEM resultando no maior partido do Brasil, o UNIÃO BRASIL (mesmo que muitos dos seus correligionários ainda possam migrar para outros partidos), que embora “pareça mais um de tantos partidos fisiológicos do Brasil, se diz “liberal de centro direita” (uma postura conveniente, mesmo que retórica que talvez não engane o eleitorado), começa a desenhar o quadro que determina o que chamamos de GOVERNABILIDADE e que representa um CANCRO histórico no Brasil, com base no atual sistema de governo que condiciona o poder Executivo a um conjunto de interesses, nada Republicamos na maioria das vezes como temos visto nas últimas décadas, desde a nova constituição de 1988: a mais corporativista de todos os tempos.

E o que é ruim parece que sempre pode piorar: temos hoje uma composição dentre as piores da história no nosso Parlamento, principalmente no senado que se alia ao ativismo judicial que tem afetado negativamente o Brasil.

Isso aumenta significativamente a responsabilidade do ELEITOR: não se pode perder a oportunidade de promover uma renovação, mesmo que parcial. Uma de 3 ou 4 que ainda teremos que fazer, se os eleitores cumprirem sua missão (e hoje há mais consciência dessa necessidade do que em qualquer outra época da nossa história).

MAS VOLTEMOS À ESTRATÉGIA DA OPOSIÇÃO...

O decantado “Capital Político de Lula” que poderia resultar em alguns milhões de votos, estaria sendo oferecido, mediante barganha é claro, a determinadas candidaturas nada improváveis que poderiam incluir o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como representante do Mega Partido UNIÃO BRASIL, recém-criado pela fusão do PSL/DEM.

Evidentemente, uma candidatura como essa cresceria em termos de intenções de votos caso fosse a ela agregado o tal “capital político” da Esquerda progressista, representado por Lula (e podemos incluir Fernando Henrique)...o difícil seria explicar isso ao eleitores, mesmo que não fosse impossível...seria uma missão. Além disso, o Rodrigo Pacheco não evidencia o carisma necessário de um, candidato à presidência, nem assumindo esta semana a “bandeira populista” de “doar absorventes íntimos” para mulheres carentes, o que de quebra agradaria imensamente o Globalista JP Lemann membro do conselho da PG que lidera um segmento que possivelmente seria o fornecedor dos R$120 milhões que essa manobra representaria. Porque a Tabata Amaral, autora desse projeto, não propõe um incremento no Renda Brasil para esse tipo de aquisição?

Mas, sobre eleições, o que seria mais razoável pensar?

Nesse quadro, não seria absurdo acreditar numa chapa tendo como titulares alguém apoiado por Temer (senão ele próprio que mesmo aos 81 anos parece estar em muito melhor forma do que Lula aos 75 anos, sem fotoshop, claro) e tendo como vice alguém tipo Heloisa Trajano, 69 anos (que hoje sem ser candidata já aparece com mais votos do que Dória).

A Utopia da Terceira via é um barato!

Por absurdo que pareça, os últimos movimentos de Temer nos fazem desconfiar de que suas reais intenção sejam as de voltar ao poder (direta ou indiretamente) já que sentiu o gostinho desse poder, inclusive com uma gestão que é reconhecida pela grande maioria da população e que quase ninguém mais lembra que ocorreu pelo fato dele ser vice da Dilma.

Sua aproximação em relação a Fernando Henrique e outras velhas raposas da nossa política, como Sarney, não deixariam margem a dúvidas de que um movimento nesse sentido pode estar sendo articulado: some-se a isso, seu protagonismo na “tal carta à nação” e a evidente mudança de comportamento que notamos em suas “redes sociais” (deixando transparecer que tem gente boa de marketing por trás disso).

Por certo Temer, “o pacificador” ou alguém apoiado por ele, seria uma candidatura que agradaria ao Establishment já que teria inclusive a possibilidade, de indicar (direta ou indiretamente) dois novos ministros para o Supremo chegando a três o número de indicações feitas por ele, se fosse o caso.

Recentemente Temer, segundo matéria da Revista Oeste e alusivo ao que disse no programa “Roda Viva”, que aconselharia Bolsonaro, se tivesse intimidade com ele, a não se candidatar à reeleição, pode isso? Mas pensando bem: uma chapa encabeçada por Tarcísio Gomes de Freitas e tendo como vice o Luciano Hang (que numa enquete atual aparece hoje com 12% dos votos para presidente) ou Silas Malafaia, apoiada por Bolsonaro, seria praticamente imbatível também, não acham? (risos).

Política é coisa de doido...não dá para descartar absolutamente nada: basta olhar como os Americanos elegeram um presidente aos 78 anos, visivelmente afetado pela senilidade que é inevitável face sua saúde precária e fazendo crer que as atenções devam ser focadas na possível sucessão por Kamala Harris, sua vice com apenas 56 anos, dentro do próprio atual mandato: seria essa a estratégia?

Nessa linha outros arranjos possíveis estariam a negociar os “dotes” eleitorais de Lula para dar uma apimentada no quadro eleitoral (na hipótese, cada dia mais plausível, de Lula abdicar de sua candidatura).

Como diz o ditado, “o jogo é jogado e o lambari é pescado” e as águas vão correr muito mais velozmente sob essa ponte, mas uma coisa é certa: Bolsonaro (ou alguém apoiado por ele) representa um adversário dificílimo de bater.

Nem Lula e nem eventuais candidatos de uma eventual TARCEIRA VIA, apresentam potencial, mesmo com o apoio de Lula, para mudar o resultado das eleições para presidente.

Já as eleições para o Parlamento e nos Estados, podem fazer um estrago enorme nos rumos do nosso país.

Mais uma vez:

Esse é um jogo de estratégia e não apenas de força! É preciso pensar nas eleições como um todo.

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JMC Sanchez

Articulista, palestrante, fotografo e empresário.

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