Finalmente, João Santana firma termo de delação premiada

21/07/2016 às 05:40 Ler na área do assinante

Presos desde 23 de fevereiro de 2016, o marqueteiro do PT, João Santana e sua esposa Mônica Moura, assinaram documento que dá início ao processo formal de delação premiada.

Nesta quinta-feira (21), o casal comparece à presença do juiz Sérgio Moro.

A audiência terá como objetivo a investigação que gira em torno de um possível esquema de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em razão do recebimento de US$ 4,5 milhões (R$ 14,6 milhões) em 2013 e 2014 do representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e fornecedor da Petrobras, o engenheiro Zwi Skornick, como contribuição para ajudar a financiar a campanha pela reeleição da presidente afastada, Dilma Rousseff.

Esse pagamento foi feito numa conta na Suiça, diretamente para o marqueteiro João Santana.

Zwi Skornick, em sua delação, confirmou o pagamento e disse ainda que a iniciativa foi a pedido do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

No caso específico da Mônica Moura, esta é a segunda vez que ela tenta fazer acordo de delação. Os procuradores da Lava Jato recusaram a primeira tentativa, em abril, pois entenderam que era necessário também a formalização com Santana.

Mesmo assim, nos depoimentos preliminares realizados na época, Mônica admitiu ter arrecadado R$ 10 milhões para a campanha de Dilma, em 2014, pagos em caixa dois. A mesma situação, segundo Mônica teria acontecido nas campanha de Dilma (2010), e pela reeleição de Lula (2006), além das campanhas municipais de Fernando Haddad (2012), Marta Suplicy (2008) e Gleisi Hoffmann.

Segundo Mônica, os pagamentos no caixa 2 de 2014 teriam sido intermediados pelos ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, além do próprio tesoureiro do PT, João  Vaccari Neto.

O trio é que determinava quais as empresas que deveriam ser visitadas.

Presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o casal tem conversado todos os dias com os seus advogados, recebendo orientações sobre os termos da delação.

Os depoimentos de Santana e Mônica deverão certamente atingir frontalmente o ex-presidente Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff.

da Redação

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