A carta Temer

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Em sete de outubro desta semana completaram-se 30 dias desde que mais de 65 milhões de brasileiros foram para as ruas e praças do Brasil inteiro exigindo as liberdades que lhes foram surrupiadas, a implantação do voto “auditável” e sua contagem pública e transparente, bem como assim a exemplar punição para os agentes públicos que vêm violando acintosamente seus direitos e suas garantias individuais, previstos na Constituição da República.

Este movimento revolucionário verdadeiramente democrático, ordeiro, pacífico e inédito na história do Brasil que, rompendo o cerco sórdido da velha imprensa, se exibiu para o mundo vestido de verde e amarelo com toda sua força e dimensão, até aqui não alcançou literalmente nada ou, o que é pior, por conta de seus inesperados desdobramentos somente acarretou mais instabilidade social, mais medo e insegurança, mais frustação, arrependimento e vergonha por tudo que estamos passando.

As vãs e vis ameaças contra as legítimas reivindicações do povão, justo de quem todo poder emana, advindas da parte do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal; o deboche escarnecedor esfregado no frontispício do cidadão e da família brasileira por alguns outros Mandarins daquela Corte; o estranho silêncio dos parlamentares com os quais os patriotas contavam incondicionalmente; a abjeta “tripudiação” da esquerda delinquente e dos solertes “terceirosviistas” foi tudo quanto conseguimos. Não é justo isso, minha gente! Não é justo!

Esperávamos que o Judiciário recuasse das afrontas diárias com as quais chicoteiam a soberana vontade da imensa maioria do povo, solapando o legítimo governo eleito em 2018. Ao invés disto vimos se intensificarem as decisões do Supremo e do Superior Tribunal Eleitoral no sentido de emparedar o Planalto e de coagir em dobro qualquer cidadão que ouse apoiar o Capitão e sua equipe.

Almejávamos que o Congresso Nacional, por qualquer de suas casas, se libertasse da criminosa pressão que sofrem do STF, votando os inúmeros pedidos de impeachment relativos a conhecidos Mandarins venais e corruptos, há muito requeridos por milhões de brasileiros. Em contrapartida, além de deixar tudo como está agora, ainda continuaram a engendrar medidas e aprovar novas leis para resguardar suas impunidades, em socorro de suas regalias e privilégios, sem falar de que a cada hora mais garantem seus ilegítimos acessos aos bilhões do famigerado “Fundão Eleitoral”, para gastar em uma eleição fraudada.

Mas não é só, há mais. O grandioso movimento do “Dia da Independência” que não resultou em nada do que se reivindicou, está dando margem para que os Barrosos da vida se vangloriem no sentido de que lograram dobrar o Presidente a aceitar sua ilegítima e suspeitíssima obsessão em favor de urnas eletrônicas fraudáveis, como zombeteiramente declarou o referido Mandarim de Dilma por ocasião de um evento recente.

A falta de resposta ao povão de Sete de Setembro vem servindo para fazer escola no sentido de estimular qualquer vermelhusco mais imbecil – como um general melancia da antiga quadrilha de FHC, só para exemplificar – e que desfrute de uma diminuta parcela de poder, a se julgar poderoso o suficiente para denunciar quem não lhe agrade, apurando o que lhe apraz, para condenar e punir ao sabor de sua vontade e de seus inconfessáveis interesses, como vem ensinando costumeiramente o abominável Mandarim de Temer, no STF, Alexandre de Moraes.

Nos dias que antecederam ao histórico Sete de Setembro, os Mandarins do STF se trancaram em seus bunkers e até se noticiou, pelas redes sociais, que os mais odiados por nossa brava gente brasileira haviam viajado para se esconderem em suas mansões no exterior. Igualmente, naqueles dias memoráveis a “ratalhada” do Senado e da Câmara se homiziou em seus esconderijos, tanto quanto emudeceram as quadrilhas de FHC a Temer, em especial a petralhada de Lula e de Dilma. Tal como ocorreu com a canalha vermelha de 1964, todos aqueles correram como medo da força descomunal que estava nas ruas.

De minha parte e, tenho convicção, também da parte do meu caro leitor – foi deveras gratificante perceber o pavor dos vermelhuscos que rodeiam qualquer de nós se encolhendo com as calças molhadas, apavorados com o que poderia advir do descomunal movimento. Por igual motivo restou evidenciada a culpa dos que nos traem e dos que apunhalam a Nação Verde Amarela pelas costas, como se viu a partir do sintomático acocoramento dos infames dos tipos que vão desde: Ciro a Boulos e, também, de Pacheco a Alcolumbre, de H. Costa a J. Wagner, de M. Rosário a G. Hoffman, de Molon a Freixo, de Z. Dirceu a P. Pimenta e de outros porcarias iguais.

Agora, entretanto, posto que aquelas maltas de vendilhões da Pátria estejam convencidas de que o povo rebelado foi “escanteado” mais esta vez, o STF tornou a invadir a competência do executivo e aos poucos voltou a atacar o Presidente eleito, seja o encurralando como indiciado no louco e desafiador inquérito de Alexandre de Moraes, seja mantendo na cadeia todos os presos políticos que reconhecem como “bolsonaristas”. Visto que o povo voltou de mãos vazias para suas casas, o lado negro do Parlamento, dia sim e outro também, luta ao lado do STF para paralisar a economia e afastar da equipe de Bolsonaro o ministro Paulo Guedes. A meta é instituir o caos e com este destruir a “Nova Ordem Brasileira”.

A rigor, Senhor Presidente, foi muito esforço despendido; foi uma luta enorme para trocarmos tudo por enganosas promessas em relação às quais somente um lado tinha boas intenções e sinceros propósitos. A esperança que se viu exibida era e continua sendo muito grande. É tudo que ainda temos e que não pode ser trocada por algo que lhe foi criminosamente sugerido objetivando tão somente que se permita a vermelhada continuar a nos apunhalar e a vender nosso País. Ledo engano. O povo rebelado é maior do que qualquer liderança, porque é do tamanho do seu País.

Releve que assim lhe fale Senhor Capitão e o faço com respeito e admiração por sua luta e a de sua família, mas a “Carta Temer” com a qual o Presidente do Brasil e seu povo foram perfidamente passados para trás em seus mais elevados anseios republicanos, ou seja, aquela missiva elaborada a quatro mãos - duas das quais há muito foram identificadas como sujas e imundas pela “Operação Lava Jato” - não vale nada, é escrita sem valor, é mero fruto de indecoroso ardil oriundo de gente inescrupulosa, não está a altura de sua trajetória e de seu espírito patriótico, trai o Chefe da Nação, ludibria o líder, insulta o soldado.

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José Maurício de Barcellos

Ex-Consultor jurídico da CPRM-MME. É advogado.


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