Corrupção: A doença e o remédio

15/07/2016 às 14:04 Ler na área do assinante

Enxergar a corrupção como uma doença grave, não é exagero! No Brasil, vivemos uma verdadeira epidemia! Novos casos surgindo todos os dias, nas mais diferentes esferas. Não há fronteiras, não são casos isolados. A corrupção virou uma doença complexa, cheia de artimanhas e ramificações dentro e fora do poder. Aliás, não existe mais exceção, a corrupção virou a regra do jogo no trato entre o poder público e o privado. Descaradamente, virou meio de sobrevivência para empresas e políticos. Em jogo, sempre o financiamento da pilantragem para se manterem no poder pelo poder a qualquer custo.

É assustadora a quantidade de casos de corrupção revelados e investigados ao mesmo tempo no país! Quem dera fosse um modismo de momento! Mas tratam-se de esquemas criminosos com raízes profundas que há muito tempo se nutre dos cofres públicos.

A Operação Lava Jato, foi apenas o gatilho que detonou esse tiro de realidade e jogou luz na relação entre governantes e empresas sob a outorga de doações “licitas” para campanhas eleitorais, que não passam de pano de fundo para lavagem de dinheiro.

No noticiário, só tem sobrado espaço mesmo para a previsão do tempo. Um emaranhado de nomes de pessoas e empresas dão um nó na cabeça dos brasileiros, e a revelação dos valores desviados é que deixa qualquer cidadão de bem no mínimo revoltado. Os esquemas milionários chegam a cifras tão altas que quem tem roubado abaixo de um milhão de reais já é tratado como ladrão de galinha!

Mas, independente do valor ou dos métodos utilizados, qualquer que seja o setor afetado por esta doença, tem nos cofres públicos sempre o alvo principal.

Dinheiro público virou terra de ninguém!  Eleitos para defender os interesses do povo, os políticos são os principais agentes causadores de danos ao Estado brasileiro. Não raro, antes mesmo de se elegerem já penhoraram os orçamentos públicos aos generosos colaboradores de campanhas. E nesse ciclo vicioso, perpetuam-se os esquemas fraudulentos e instala-se o modus operandi que temos assistido.

Claro que a atuação da Policia Federal, do Ministério Público Federal e a coragem dos investigadores da Operação Lava Jato, enchem os brasileiros de esperança e cria principalmente a expectativa de que a justiça seja feita. Mas não podemos esquecer que a justiça brasileira é cheia de curvas e muitas vezes tendenciosas.

O ladrão de galinha do colarinho branco com certeza pode pagar um ou mais advogados que sabem tirar proveito dos caminhos tortuosos das leis brasileira.

As condenações já sentenciadas pelo Juiz Federal Sergio Moro, fazem parte do tratamento desta doença maldita e não podem parar.

A Operação Lava Jato não pode ser fogo de palha, nem tão pouco abafada em meio à vaidades de tribunais e instancias judiciais.

Autenir R. de Lima

Funcionário Público em Jateí (MS) 

da Redação
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