Agronegócio: revolução industrial e verde

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O Brasil praticamente não participou da 1ª Revolução Industrial. Inseriu-se amplamente na 2ª Revolução Industrial implantando grandes e modernas fábricas - dentro do padrão de então - baseadas no modelo do fordismo, isto é, da produção em massa, em linha de produção. 

Foi uma indústria voltada para o mercado interno, induzida pela substituição de importações, protegida por barreiras regulatórias. Isso levou a atrasos tecnológicos e de modernização que acabou por provocar a sua ruptura por uma ampla, indiscriminada, unilateral, não negociada, abertura da economia. 

Abriu a economia, mas manteve o paradigma de indústria para o mercado interno, opondo-se à globalização, no seu sentido amplo. Manteve-se contra o modelo exportador e, em particular, contra as plataformas de exportação.

Com essa posição, assumida pelos Governos, com amplo apoio da sociedade, a indústria brasileira não se inseriu na 3ª Revolução Industrial. Participa apenas das etapas finais das cadeias produtivas globais, como montadora de máquinas, equipamentos e veículos, com tecnologia embarcada para suprimento do mercado interno. E pouco participa nas cadeia globais de suprimento. 

O colapso da indústria brasileira por ter ficado fora da 3ª Revolução Industrial está na base da crise econômica do país.

Por outro lado, o Brasil se inseriu amplamente nas Revoluções Verdes, indo além dos movimentos iniciais. Inovou e se tornou um dos maiores produtores de grãos do mundo, em direção a se tornar nos próximos anos, o principal produtor superando os EUA. Já é líder em alguns produtos do agronegócio.

Diferentemente da indústria que ficou voltada para o mercado interno e perdeu o dinamismo e a auto-sustentabilidade o agronegócio sempre se voltou predominantemente para o mundo. E apesar das crises globais manteve um desenvolvimento continuado.

Jorge Hori

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Jorge Hori

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