Pesquisa revela a força das novelas para promover engenharia social

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É possível perceber na prática o quanto as novelas, especialmente da Rede Globo, tem impacto no Brasil, moldando opiniões, reforçando valores progressistas e catapultando atitudes que relativizam valores morais, da justiça, da família, da religião, dentre outros.

Todos esses temas são tratados nestas telenovelas com a seguinte abordagem: o vilão é conservador e um opressor retrógrado e o mocinho um oprimido que rompe os "terríveis" tabus da sociedade.

Essa influência, que já era possível ver no cotidiano das pessoas, também já é confirmada por meio de estudos científicos. O economista do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Alberto Chong, realizou duas pesquisas para entender o impacto da teledramaturgia da Rede Globo na redução do número de filhos e no aumento do divórcio no Brasil.

Os dois estudos foram feitos em 2008 e são intitulados “Soap Operas and Fertility: Evidence from Brazil” – Novelas e Fertilidades: Evidências do Brasil e “Television and Divorce: Evidence from Brazilian Novelas” – Televisão e Divórcio: Evidência das novelas brasileiras.

O pesquisador se propôs a fazer um mapeamento em locais onde o sinal da Globo chegava bem e também onde tinha dificuldade de estar presente.

As pesquisas analisaram o conteúdo de 115 novelas transmitidas pela TV Globo entre 1965 e 1999. Nesta amostragem, 62% das principais personagens femininas não tinham filhos e 26% delas eram infiéis. Isso mesmo, uma de cada quatro mulheres traíam os seus cônjuges; o objetivo é suavizar o “tabu” do adultério, romantizando as difíceis consequências desta atitude.

A conclusão foi de que naqueles municípios onde a emissora tinha muita presença o número de divórcios aumentava substancialmente e a taxa de natalidade reduzia. O estudo mostrou que esses comportamentos aconteciam, prioritariamente, pelo enredo das novelas. Os temas, e a abordagem em que eles eram tratados, tinham uma resposta quase imediata da população. Quando na novela o divórcio era um 'assunto protagonista', que pertencia ao arco narrativo principal, nestes municípios existiam um crescimento dos pedidos de separação.

O mesmo acontecia com a fertilidade da população estudada, que diminuía em momentos que os personagens não queriam ter filhos.

É importante lembrar que Alberto Chong fez a pesquisa com o propósito de mostrar que é possível fazer engenharia social por meio das telenovelas. Ou seja, “a coisa funciona mesmo, temos que estimular isso! Assim vamos mudar a estrutura moralista e patriarcal da sociedade”. Em uma entrevista à revista Época, na edição de 04/03/09, o pesquisador falou:

“A família está no centro dessas transformações. As novelas são instrumentos muito poderosos na formação de um modelo bastante específico de família: branca, saudável, urbana, bonita, consumista – e pequena”.

Na entrevista, o economista diz, de maneira implícita, que as novelas são um instrumento de controle comportamental e usado como uma ferramenta de engenharia social. No estudo, ele comenta que a utilização de telenovelas como ferramenta para mudança de comportamentos acontece devido ao alto índice de analfabetismo no Brasil.

Podemos deduzir, com essa informação, que a manipulação social se torna simples e fácil quando as pessoas não conseguem reconhecer falácias argumentativas, o que tem acontecido, em escala industrial, nesses espaços midiáticos. Basta ter um rostinho “bonitinho” e uma retórica envolvente que é possível enganar pessoas pouco escolarizadas.

É claro que as transformações culturais dos últimos 40 anos não se devem exclusivamente às novelas; e que não ter filhos e divórcios também são efeitos de outros fatores. Existem uma série de atores culturais, econômicos e sociais que influenciam nesses fenômenos, mas é evidente que por ter uma forte penetração nos lares, e uma audiência cativa da população feminina - estimulando uma mudança do coração da mulher -, as novelas têm o poder de interferir no tecido social e fazem um grande estrago.

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Thiago Lagares

Jornalista

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