A guerra política que acontece no País e o nosso papel, como brasileiros comuns

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Contextualização: ontem, dia 9, escrevi um texto na parte da manhã que envolvia minhas considerações a respeito do que o povo havia feito no dia 7 de setembro, e qual a extensão do ato. Resolvi suspender a sua publicação em virtude da “Carta à Nação” divulgada pelo Presidente da República durante a tarde, para (i) não ofuscar a importância daquele fato, que deveria ser noticiado em primeiro lugar, (ii) me inteirar do ocorrido e formar minha convicção, e (iii) acrescentar os adendos que eu tivesse àquele primeiro texto, que considerava (e ainda considero) importante para organização do pensamento a respeito dos tempos em que vivemos atualmente.

Então, resolvi acrescentar uma segunda parte ao texto escrito ontem, dia 8, com minha análise sobre o movimento do Presidente Bolsonaro na divulgação da tal “Carta à Nação” como consequência dos atos do dia 7.

O texto a seguir foi separado em duas partes. A primeira é a que já estava escrita ontem mesmo, dia 9, produzida antes da tal “Carta à Nação”, divulgada ontem à tarde, e a segunda é, obviamente, de depois.

Sem maiores delongas, passo, portanto, ao texto que produzi.

– I –

Estamos em uma GUERRA POLÍTICA sem precedentes. Uma guerra pela retirada de poder da casta política que sempre dominou tudo desde a proclamação da República, no final de 1889.

Com efeito, durante toda a República o povo nunca participou ativamente de nada. Mesmo em 1964, período que todos adoram citar, ele, o povo, só foi até um certo momento; depois foi tirado de cena, como sempre foi feito.

Esses tempos atuais representam a primeira vez que o povo assume protagonismo de alguma ação política.

Não há democracia sem povo, e a vontade popular deve ser respeitada. Isso é incontestável, e não admite refutação mesmo entre aqueles que pregam a “relativização da verdade”, na atitude orwelliana dos tempos atuais.

O povo despertou e enxergou que pode ser protagonista dos rumos do país, e não mais apenas sendo mantido com a obrigação de votar nas eleições, para alimentar o sistema com os cargos que têm que ser preenchidos na máquina pública.

Por outro lado, o povo também já enxergou que aliado a esse protagonismo está o poder popular (que, aliás, é um dos postulados da Constituição da República, na expressão “todo o poder emana do povo”, constante do parágrafo único do artigo 1º da Carta).

E aqui, nesse particular, entra em cena a questão do exercício do poder. Olavo de Carvalho ensina que ter poder é se fazer obedecer; seja pelo convencimento ou seja pela força bruta. E diante do poder popular, a vontade da maioria tem que ser imposta. Não se pode ter medo de usar o verbo “impor”, que no léxico significa tornar obrigatória, forçar-se a cumprir.

Assim é em uma democracia. Se a vontade da maioria não é obedecida, ela tem que ser imposta. Não há mal algum nisso, repito. Não se trata de ser “antidemocrático”, trata-se justamente do inverso disso. Não se pode chamar de democracia a ideia de alguém impor a vontade popular da maioria frente à minoria. Viver em uma democracia é saber se resignar ante a vontade da maioria, caso seja minoria.

O povo saiu às ruas no dia 7 de setembro, na maior manifestação popular de toda a história do país, com, basicamente, três objetivos:

(i) estabelecer um marco temporal, fixando na história a data em que tudo começou, no despertar coletivo da população brasileira quanto à sua luta pela liberdade;

(ii) fazer um retrato para o mundo sobre o que vem acontecendo aqui, demonstrando à comunidade internacional o tamanho do movimento popular e a união de propósitos entre os brasileiros;

(iii) e demonstrar apoio ao Presidente da República, na sua luta em favor do povo contra o sistema oligárquico que escraviza o país, deixando claro que apoia e apoiará qualquer medida que ele venha tomar no sentido de impor a vontade popular da maioria sobre a minoria.

Esse é o panorama político em que nos encontramos. E aqui vou ao ponto principal desse meu texto. Não esperem resultados imediatos sobre o que o povo vem fazendo, daqueles de 24 ou até mesmo 48 horas, do tipo ultimato. Temos que ter maturidade para saber conservar o que já conquistamos nesses últimos anos e avançar mais, com consistência.

Entendo o sentimento de impaciência e até frustração de alguns, que têm feito contato comigo, dizendo-se agoniados ante a demora do Presidente em “fazer o que tem que fazer”. Na verdade, esse texto é mesmo endereçado a eles.

É realmente difícil, e entendo essas pessoas. Mas que saibam o seguinte: isso tudo que a minoria oligárquica que controla tudo faz para impedir a maioria do povo de tomar a frente nos destinos do país e garantir que o Presidente da República governe como deve governar é porque o Brasil é um país muito rico, mas muito rico mesmo, que mesmo com todas essas confusões e roubalheiras de sempre, funcionava relativamente bem, de acordo com a “teoria da graxa” que alguns juristas esquerdistas criaram para justificar as coisas erradas.

O sistema está em uma luta fratricida para se manter no poder e expelir o povo – representado por Jair Bolsonaro – do seu meio, tendo-o como um intruso, um invasor, uma persona non grata frente a essa casta oligárquica que controla tudo desde, repito, a proclamação da República.

Esse método de governar o país e de se tocar a máquina pública durou até o final de 2018, pois foi interrompido por Jair Bolsonaro quando foi eleito Presidente da República.

E agora, em um português claro, não querem largar o osso e não permitem que se pare a engrenagem que os alimenta.

A pergunta que alguns fazem é: como agir, frente a isso tudo?

Respondo por mim, que sou apenas um homem comum. De minha parte estarei com o Presidente da República aonde ele estiver, pois reconheço na figura dele a nossa única chance, como brasileiros, de conseguir algum avanço no que almejamos para o país. E estarei também com todos os brasileiros que lutam pela melhoria das coisas e pela demolição desse sistema que nos escraviza a todos, mantendo-nos reféns de um sistema falido, maquiado sob a alcunha de “democracia”, mas que na verdade se traduz em uma demofobia.

Não desanimo e nem me deixo levar pela emoção. Sei que todos nós nascemos nessa época para sairmos em defesa das coisas que amamos – e dentre elas está, em primeiro lugar, a liberdade. Tudo tem um propósito. A única diferença entre mim, você que lê isso aqui, os milhões que foram às ruas no dia 7, e Jair Bolsonaro, é que ele é Presidente da República e nós não.

De resto, ele é igual a nós todos, e deixá-lo de apoiar nas batalhas da GUERRA POLÍTICA significa o risco de nós perdermos o que já conquistamos, e retroceder àquele sistema que jamais podemos permitir que volte.

Devemos, por outro lado, continuar com a mesma demonstração de poder popular, com os mesmos discursos que temos usado, e sem retroceder um centímetro na nossa militância, até que enfim seja tomada alguma medida por parte do Presidente da República que garanta o cumprimento da vontade popular da maioria do povo.

É isso que penso sobre a situação do país e do nosso papel nisso tudo.

9 de setembro de 2021, 10 horas da manhã.

– II –

Divulgada a tal “Carta à Nação” por parte do Presidente da República, agora é hora de se avaliar a consequência política dela, e o que pode repercutir na militância de direita e na base de apoio de Bolsonaro.

Ressalvo que tudo o que escrevo aqui é com base em minha própria análise opinativa, de cidadão comum, que não integra governo nem partido político, e que portanto não possui qualquer informação chamada “de bastidores”.

Li a íntegra do documento, com muita atenção, sem me deixar contaminar pela emoção, e refleti bastante. Para mim, Bolsonaro sentou na mesa de negociação “com a moeda boa na mão”.

Ao chamar Michel Temer para servir de interlocutor para pacificação das instituições, especialmente do Supremo Tribunal Federal, na verdade não apenas golpeou a esquerda como desarmou completamente a narrativa de que ele seria antidemocrático ou golpista, e que estava prestes a decretar um regime de exceção, fora do Estado Democrático.

Transferiu a responsabilidade de tudo que envolva a crise institucional que, verdade seja dita, não foi gerada por ele, para o Supremo Tribunal Federal, e principalmente, restabeleceu a confiança imediata dos investidores no Mercado brasileiro, além de pretender avançar pautas no Legislativo que aparentemente não avançariam mais, em virtude da falada crise institucional.

Certamente, se não tivesse sido feito nada, o Governo de Jair Bolsonaro apenas se arrastaria tentando se equilibrar no gelo fino até o final do mandato, sem qualquer avanço no Congresso. E se tivesse sido tomada alguma medida de ruptura constitucional de verdade, daquelas que muita gente esperava, o país ingressaria em um caos econômico, social e político que no final apenas o povo é que sofreria, abrindo caminho para a esquerda radical e raivosa.

Por fim, tem um aspecto engraçado nisso tudo, que mostra como Bolsonaro é de fato uma pessoa de visão: ao “tirar Temer da cartola”, e deixar claro que foi ele quem rascunhou a tal “Carta à Nação”, fazendo questão de dizer que foi, sim, o ex-presidente quem escreveu, ele fez reviver nos ânimos da esquerda a questão do impeachment de Dilma, articulado muito por Temer nos bastidores, que chegou até mesmo a redigir uma carta à presidente naquela ocasião, carta essa que enfureceu os petistas que ainda defendiam a Mulher Sapiens.

A esquerda jamais superou o que Temer fez. Jamais o perdoou, e jamais o perdoará. E, por outro lado, foi Temer quem, agora, resolveu dar a viabilidade à pacificação institucional que Bolsonaro fez sem adentar em qualquer ato de ruptura.

No final, não teve golpe algum do Presidente da República, não teve tanque nas ruas, não teve fechamento de STF, não teve qualquer golpe antidemocrático como já haviam “vendido” para o mundo. Teve uma atitude de um verdadeiro estadista, que apenas com o capital político obtido no amplo apoio popular nas manifestações da véspera pode, com a maquiagem de acenar com a bandeira branca e estender a mão para quem o ataca, na verdade enquadrar todos e colocá-los de volta em seu círculo, transferindo para eles, inteiramente, a responsabilidade por eventuais disruptura na estabilidade do país.

Não tenho dúvidas que Bolsonaro não só garantiu a permanência do seu governo, com o desmantelamento de mais um golpe que se avizinhava para apeá-lo do cargo, como também a neutralização quase completa da esquerda, que nesse exato momento deve estar se perguntado o que aconteceu de errado dessa vez, no seu plano para provocar o caos e desestabilizar o país.

Agora é ter serenidade e paciência para ver os resultados da ação do Presidente da República, que certamente já aparecerão em um curto período de tempo.

10 de setembro de 2021, 11 horas da manhã.

Quebraram as nossas pernas!

O Jornal da Cidade Online está sofrendo ataques escancarados.

“Velhas raposas” da política, através da malfadada CPI, comandada por figuras nefastas como Aziz, Renan e Randolfe quebraram nosso sigilo bancário. Nada irão encontrar.

O TSE, por sua vez, determinou a desmonetização do JCO. Uma decisão sem fundamento, sem qualquer intimação e sem o devido processo legal. Quebraram nossas pernas!

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Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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