Pastor aproveita brecha na lei e funda Igreja para cultuar a Maconha
A igreja criada para cultuar a maconha é reconhecida pelo Estado e tem isenção fiscal
10/06/2015 às 03:28 Ler na área do assinanteBill Levin, de 59 anos, vive no estado de Indianápolis, nos Estados Unidos, e, aproveitou uma brecha na lei local, que proíbe o consumo de maconha, mas prevê que cultos religiosos não devem ter qualquer censura, para abrir a primeira igreja da maconha reconhecida no mundo e cultuar a famosa canabis.
A lei que possibilitou a fundação da Primeira Igreja do Cannabis surgiu de um embate entre evangélicos e ativistas gays. O governador de Indiana, Mike Pence (Partido Republicano), sancionou a Lei da Restauração da Liberdade Religiosa, garantindo o direito de cristãos pregarem que a homossexualidade é pecado sem que sofressem processos de entidades LGBT.
Como a lei abrange todas as religiões e garante a elas o direito de exercer suas crenças, a Secretaria de Estado de Indiana se viu obrigada a reconhecer a denominação fundada por Bill Levin, um usuário de maconha que acredita que a erva oferece acesso a um astral diferente.
Segundo Levin, a religião da maconha é baseada em “amor e compreensão com compaixão por todos” e tem na erva seu “sacramento”.
De acordo com informações da revista Época, assim que a Lei da Restauração da Liberdade Religiosa foi assinada, no último dia 26 de maio, a Igreja da Cannabis começou a se organizar. Levin, autointitulado “ministro do Amor”, divulgou os 12 mandamentos da religião da maconha em sua página no Facebook, que tem mais de 30 mil seguidores.
“Ria mais, compartilhe humor”, “Não seja um troll na internet” e “Gaste pelo menos dez minutos por dia contemplando a vida em um espaço silencioso” são alguns dos mandamentos da nova religião. Como a maconha não pode ser comprada ou vendida em Indiana, devido a uma lei estadual, Levin sugere aos fiéis que plantem, cultivem e doem a erva.
Até o dia 01 de junho, a Primeira Igreja do Cannabis já havia arrecadado US$ 10,8 mil em ofertas, feitas por 634 fiéis diferentes. Já que a denominação tem isenção fiscal, a ideia é usar o dinheiro para alugar um espaço onde possam ser realizadas as celebrações dos fiéis à erva.
A Lei da Restauração da Liberdade Religiosa rendeu ao governador Pence algumas intrigas com personalidades de nível internacional, como Tim Cook, presidente da Apple e homossexual assumido, e o ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que também é membro do Partido Republicano.