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Depois de liberar Cavendish e Cachoeira, desembargador alega suspeição e deixa o caso
06/07/2016 às 01:52 Ler na área do assinante
Uma verdadeira aberração a soltura de Fernando Cavendish e Carlinhos Cachoeira, presos na Operação Saqueador, enrolados até o pescoço em atividades ilícitas e com extrema capacidade financeira e notável índole para influenciar nas investigações.
Eis que agora, o desembargador Antonio Ivan Athié, que converteu em prisões domiciliares as prisões preventivas, declarou-se suspeito para ser o relator do caso.
O Ministério Público pediu a sua suspeição, alegando os seus laços de amizade com o advogado de Cavendish e, para tanto, enumerou decisões tomadas por Athié no passado que beneficiaram o empresário Fernando Cavendish.
Ora, se não pode relatar o caso, em hipótese alguma poderia ter ser manifestado em relação às prisões preventivas.
Aliás, o advogado de Cavendish é o mesmo que defendeu e absolveu Athiê, num caso que o manteve durante sete anos afastado da magistratura (veja aqui).
Todavia, a decisão de Athiê ainda não foi cumprida. Felizmente, no caso, o estado do Rio de Janeiro está sem tornozeleiras - e sem dinheiro para pagar o fornecedor - cujo uso foi determinado para soltura dos réus. Benditas tornozeleiras!
O MP já entrou com recurso contra as tais prisões domiciliares. A decisão caberá ao novo relator.
A alegação do órgão acusador é de que as prisões preventivas são admitidas ‘para fins de desarticulação definitiva da organização criminosa, de grande poder econômico’.
da Redação