PT conseguiu a façanha de falir os Correios, revela o presidente do órgão
30/06/2016 às 14:28 Ler na área do assinanteA situação dos Correios não pode mais ser classificada como ‘grave’ ou ‘crítica’. Neste momento, a estatal está à beira da falência. Não há mais dinheiro sequer para pagar os salários dos funcionários, executar serviços ou cumprir prazos com fornecedores.
A tétrica constatação foi feita pelo novo presidente dos Correios, Guilherme Campos, em entrevista à Revista Veja e ao jornal Estadão. O rombo deixado pela roubalheira generalizada e pelo caos administrativo na última década pode ter comprometido, em definitivo, a histórica Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Nos últimos três anos, os Correios estão registrando sucessivos prejuízos, mas as contas estavam aparentemente maquiadas e o rombo é bem maior do que fora apresentado nos balanços de 2013 e 2014, quando registrados saldos negativos de R$ 313 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente. A prévia do balanço de 2015 já aponta um prejuízo estratosférico de R$ 2,1 bilhões.
Em dezembro, a então presidente Dilma Rousseff autorizou um aumento de 8,89% nas tarifas. Mas, nem chegou perto de ajudar amenizar o rombo. Agora, o presidente em exercício Michel Temer acaba de autorizar novo aumento de 10,64% em todos os serviços monopolizados pelos Correios. O efeito será apenas paliativo.
A informação oficial é de que o rombo deverá ser coberto pelos cofres públicos dos otários nacionais pagadores de impostos. Para tentar sobreviver — você leu corretamente: ‘tentar sobreviver’ —, os Correios estão pedindo um socorro imediato de R$ 6 bilhões ao Tesouro Nacional.
Sob o mesmo viés, a partir desta quinta-feira, 30 de junho, e pelos próximos 25 anos — isso mesmo: 25 anos! —, os 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas dos Correios terão 17,95% confiscados de seus rendimentos para cobrir o rombo do Postalis, estimado atualmente em R$ 5,6 bilhões.
Noutras palavras, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos literalmente faliu. O curioso é que, mesmo diante dessa situação catastrófica, os Correios seguem no rol dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Não é apenas irresponsável. É bizarro!
Helder Caldeira