As consequências da queda do deputado Eduardo Cunha serão devastadoras.
Inteligente na mesma proporção em que é corrupto e corajoso na mesma proporção em que é aético, o presidente afastado da Câmara Federal vai certamente detonar de vez, qualquer pretensão petista de retorno ao poder.
Em entrevista concedida a Revista IstoÉ, nesta quinta-feira (23), ele começa a esmiuçar detalhes ainda ocultos das negociações havidas com o então chefe da Casa Civil do governo da presidente Dilma Rousseff, Jacques Wagner, com o objetivo de evitar o início do processo de impeachment.
Wagner ofereceu em troca os votos dos deputados petistas no Conselho de Ética e garantiu influência sobre o Poder Judiciário nos processos envolvendo Cunha, sua esposa e a filha.
Aliás, oferecimento de influência sobre o Poder Judiciário é algo onipresente em todas as negociatas petistas.
Quem não se lembra? Foi assim a negociação entre Delcídio do Amaral e Nestor Cerveró, representado pelo filho Bernardo.
E Wagner, assim como Delcídio, garantiu que a presidente honrada sabia de tudo.
Cunha não aceitou e diz o motivo. Ele considerou que o petista não tinha condições de entregar o que prometia.
Estava correto. É esse o ‘modus operandi’.
Agem a margem da lei e prometem o que não podem entregar.
Cunha vai cair, mas fatalmente vai delatar e provocar consequências muito piores do que o impeachment.
E vai definitivamente jogar a pá de cal na moribunda do Alvorada.
Amanda Acosta
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