Corporativismo canalha: Senado apoia Gleisi e quer punição do Juiz
23/06/2016 às 22:37 Ler na área do assinanteA mesa diretora do Senado Federal acaba de determinar que seus advogados - funcionários públicos, custeados com recursos dos pagadores de impostos - impetrem, imediatamente, duas ações contra o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, responsável por expedir os mandados da Operação Custo Brasil.
Atuando em visível espírito de corpo — ou porco! —, os senadores querem que o juiz seja punido pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por ter determinado mandado de busca e apreensão no apartamento funcional Gleisi Hoffmann — também custeado com recursos públicos —, que servia de residência para o agora presidiário Paulo Bernardo.
Para a mesa diretora do Senado federal, Gleisi tem prerrogativa de foro e, portanto, um juiz federal de 1ª instância não poderia determinar qualquer ação dentro de sua residência, ainda que o alvo seja o marido, que não tem foro privilegiado e estava no comando de um esquema que saqueou centenas de milhões de Reais dos cofres públicos.
É um escárnio! Não há qualquer vestígio de vergonha na cara nos senadores da República. Nenhum deles está preocupado com Democracia, transparência ou Justiça. Enxergam apenas os próprios umbigos e querem manter as fartas tetas do Estado que, por equívoco, os trata como príncipes, repletos de regalias, mordomias e rapapés. Pilantras! Porcos privilegiados!
No fundo, essa cambada de vagabundos quer permanecer nas mãos dos ministros do STF, que sentam nos processos e não conseguem punir ninguém, quiçá colocar corruptos no xilindró. Basta observar que o senador Renan Calheiros é investigado ou réu em mais de uma dúzia de ações penais no Supremo Tribunal Federal e nunca foi julgado. Ao contrário, continua todo-poderoso, presidente do Senado federal, do Congresso Nacional e, neste momento, primeiro na linha sucessória da Presidência da República Federativa do Brasil.
Reitero: é um escárnio! É uma cusparada na cara do povo brasileiro. O fim da prerrogativa de foro privilegiado é uma urgência nacional.
Helder Caldeira
da Redação