Bolsonaro avança... O "contragolpe" está pronto!

10/07/2021 às 08:46 Ler na área do assinante

Eis a sequência dos últimos acontecimentos da república:

1. Um representante do alto-escalão da CIA vem se encontrar com Bolsonaro aqui no Brasil, para tratar (oficialmente) sobre “tecnologia 5G”.

2. Bolsonaro escreve nas suas redes sociais um texto enigmático a respeito de um exemplo hipotético de um tal “Daniel”, que estaria chantageando alguém do STF.

3. Barroso aumenta a cruzada contra a PEC do voto impresso auditável, chamando mais 2 colegas (Fachin e Moraes) para pressionar o Congresso e melar a aprovação da PEC.

4. Bolsonaro começa a falar, abertamente, sobre ocorrência de fraude nas eleições, inclusive na de 2014, que segundo ele foi vencida por Aécio Neves.

5. Na CPI do Senado, Omar Aziz acusa os militares de serem corruptos, achando que com isso eles abandonariam o Presidente da República à própria sorte. Recebe uma resposta avassaladora do comando das FFAA que deixa claro que as Forças não tolerarão que se faça “politicalha” com o seu nome e com a instituição das FFAA.

6. Bolsonaro, prosseguindo nas falas contundentes e incisivas, diz que tem provas que a eleição no Brasil é fraudada dentro do TSE, e fala, ainda, do caráter de Barroso e de Alexandre de Moraes, demonstrando as atuações partidarizadas de ambos no STF.

7. Alexandre de Moraes fala em “crime comum e de responsabilidade”, por atentado à democracia.

8. Barroso (via TSE) fala que colocar em dúvida o sistema de votação e apuração configura crime de responsabilidade.

Eis a minha leitura disso tudo.

O Presidente da República tem acesso a informações que nós não temos. Quando ele fala sobre fraude com essa convicção e segurança toda, é porque de fato elas existem. Em uma hora dessa, ele se pronuncia como Chefe de Estado, em defesa da Nação Brasileira, e não apenas do governo.

O Presidente não seria leviano (para se dizer o mínimo) de falar algo dessa gravidade, dessa magnitude, apenas para tumultuar as coisas - especialmente considerando que ele está no poder, com amplo apoio popular.

Bolsonaro passou 2 anos sendo massacrado pelo STF, aguentando calado as provocações e sabotagens, enquanto ao mesmo tempo trabalhava para pavimentar a via para sua própria reeleição, para continuar o trabalho que vem fazendo com muito custo desde o início de 2019.

Agora que o sistema político vê como favas contadas a reeleição do Presidente, entra em desespero, partindo para o tudo ou nada - principalmente porque pode finalmente ser alterado o modelo de votação no país, com a aprovação da PEC do voto impresso auditável.

Nesse contexto, percebendo que o momento está propício, o Presidente eleva o tom contra Barroso e Alexandre de Moraes, do STF, na tentativa de jogar a isca para que eles façam alguma coisa contra ele, como tentar removê-lo do cargo através de uma acusação de crime (inexistente).

Caso eles mordam a isca e resolvam agir em alguma ação “costurada” e combinada entre eles, para apear o Presidente do cargo, sairão das chamadas “quatro linhas da Constituição” a que Bolsonaro sempre se refere.

E daí o Presidente terá a seu lado as FFAA que, como ele já deixou claro, são as fiadoras da democracia no país, e já estão comprovadamente a seu lado.

Se for necessário, nesse panorama, as FFAA, chamadas à responsabilidade pelo Comandante Supremo (o Chefe de Estado), certamente deverão atuar na missão de garantir a paz social.

Portanto, não é o Presidente que tem que dar o primeiro passo, mas sim os ministros do STF. Daí, nesse momento, será caso de se armar o contragolpe.

Além de não o derrubarem no “tapetão”, ainda serão responsabilizados.

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Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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