Palavra de ordem

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– O tempo se esgota!

– Não se pode mais esperar!

– As eleições estão à porta!

– As ameaças de mais uma derrota, crescentes!

A despeito das estratégias e dos meios – dentro ou fora da Lei (pouco importa) –, a palavra de ordem é uma só: “Fora Bolsonaro!” – assim raciocina a frente de oposição ao atual Governo.

Nessa maré oposicionista de muitas correntes, a cleptocracia oligárquica se move, desesperada, em todas as direções, no afã de estancar, a qualquer custo – e em tempo hábil –, a repetição de mais uma temida “onda bolsonarista” (a exemplo de 2018), cuja vertente se dirige, inevitavelmente, à desembocadura das urnas, em 2022 – momento simbólico e decisivo da atual guerra de secessão.

Os contendores, altamente polarizados, já enveredaram no ritmo frenético do tudo ou nada! Agem e se posicionam sem nenhum pudor e de forma escrachada, visando unicamente à aniquilação absoluta das “milícias” oponentes. Não há espaço para hesitações. O grau de beligerância alcançado não mais admite recuos ou conciliações.

Toda a artilharia pesada tem em mira o desgaste do abjurado e politicamente incorreto “capitão”, exaustivamente acusado, por adversários e inimigos, de “tosco”, “racista”, “misógino”, “fascista”, “homofóbico”, “desbocado”, “desiquilibrado” e, mais recentemente, “genocida” e “corrupto”, em movimento pendular de busca incessante de reversão da imagem mitificada do alvo comum junto às “iludidas” e “ignaras” massas – as mesmas que, outrora “esclarecidas”, haviam consagrado e legitimado a vitória de seus atuais e contumazes críticos e censores.

Sim, a pandemia não acarretou os efeitos políticos desejados pelos “editores da sociedade”. A crise sanitária, apesar das narrativas plantadas e das mortes propagandeadas, parece não ter infectado (como previsto) a percepção da massa da população. Tampouco aquela econômica, alimentada pelos lockdowns, gerou os escombros de estagnação e depressão na proporção e dimensão aspiradas.

Com a redução tendencial da curva de contágio da Covid-19 (graças ao avanço da campanha de vacinação) e a retomada do crescimento econômico (já em evidência), os ventos voltam a soprar em favor da situação, para desespero dos investidores do caos.

Resta, assim, a essa altura, uma única palavra de ordem para a oposição, com timbre de grito de guerra: “Fora Bolsonaro!” – sob qualquer hipótese! A união de todos, todas e todes no enfrentamento do inimigo comum, deixando-se momentaneamente de lado, por opção “tática”, as “pontuais” e “secundárias” diferenças entre aliados, passíveis de acomodações e compensações subsequentes, após a reconquista do poder.

A forjadura do impeachment presidencial, ora em operação, encomendada à consorciada (e patética) CPI, é a aposta de momento, no front. Tem método, estratégia e objetivo pré definidos. Além dela – e em caso de fracasso –, segue-se a tentativa da fraude eleitoral como último recurso projetado no horizonte – para o que a denegação do voto auditável, já em plena execução, é condição sine qua non.

Não é ao acaso, a propósito, que até membros do STF (também integrantes do TSE), partidários no conflito, estejam diretamente empenhados no campo de batalha, em ativismo político descarado. Personalidades que, por determinação constitucional, justo por serem juízes, deveriam ficar isentos e eximirem-se de fazer política ou interferir nas lides legislativas – tratando-se, o caso, de mais um escandaloso e monumental desvio totalitário de função.

Mas o que importa? Para o batalhão dos opositores de todas as cores e togas, prosélitos do “ódio do bem”, o “capitão genocida” não pode continuar surfando impunemente em sua inaceitável popularidade. Há que freá-lo, o mais rápido possível, em suas “loucuras” e “devaneios”, sob pena da debacle definitiva do autodenominado “bloco progressista”, que já não pode resistir de mãos vazias por mais uma temporada.

O preço a pagar é, em si, irrelevante! Que sejam dois pesos e duas medidas – e daí?! O pau que dá em Chico não precisa bater em Francisco. Afinal, o “Estado de Direito” não passa de uma ficção acadêmica, não é mesmo?! – sobretudo quando se está abaixo da linha do Equador.

Que se dane, pois, a “democracia”, com seus românticos princípios e regras, criados, unicamente, por trouxas e obtusos. Esta nunca passou de um mero instrumento de conquista do poder à mercê de toda sorte de manipulação, conforme o oportunismo de contexto. Porquanto, na lógica inclemente e amoral do “realismo político”, o que vale é a “dialética” da força, da trapaça, da cilada, sempre que vantajosa e necessária. O resto é esperança vã, pura fantasia, conto da Carochinha.

Afinal de contas, quem, em “sã hipocrisia”, ainda acredita nessa miragem de “soberania popular”? Em lenda da “ética na política”? Na proclamação da “república” como espaço do “bem comum”? – meras narrativas para enganar os ingênuos.

Pelo credo da “cartilha realista”, o mundo é (sempre será) dos espertos, dos lascivos, dos mequetrefes. “Esquerda” e “direita” – ardilosos artifícios discursivos – não passam de ilusão de ótica. E a história, de circulação de elites minoritárias e corporativas no poder – jamais de maiorias, meras massas de manobra. Ademais, rezam os mesmos preceitos da enredada “doutrina científica” que Deus não existe! Nem Moral! Nem Utopia – pueris crendices infantis.

E se “Deus não existe”, tudo passa a ser permitido! – já admoestara Dostoiévski. Eis a essência de toda a “lógica pragmática” em difusão. Tudo é válido para se chegar ao poder! Golpe, barbárie e fake News! Pois os fins justificam os meios – inclusive o extermínio das “conservadoras” e “nocivas” instituições, como família, pátria e religião.

Ao som das trombetas globais, passistas, palhaços, artistas, mulheres bem-quistas, intelectuais e jornalistas estão, portanto, convocados a se unir nessa “corrente pra frente” contra o fascismo imaginário e em favor do admirável mundo novo – onde reinarão, ad aeternum, de cetro em punho, os verdadeiros consortes da “suprema integridade”, redentores máximos da “pátria do progresso e da liberdade”: os Calheiros, os Lulas, os Maias, os Dirceus, os Randolfes, os Dórias, os Barrosos, os Gilmares, os Alexandres ... et caterva.

E viva o futuro do Brasil!

Alex Fiúza de Mello. Professor Titular (aposentado) de Ciência Política da Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestre em Ciência Política (UFMG) e Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP), com Pós-doutorado em Paris (EHESS) e em Madrid (Cátedra UNESCO/Universidade Politécnica). Reitor da UFPA (2001-2009), membro do Conselho Nacional de Educação (2004-2008) e Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Pará (2011-2018).

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