A realidade e a estratégia na indicação de André Mendonça para o STF

08/07/2021 às 11:51 Ler na área do assinante

André Mendonça - Foto: Anderson Riedel/PR

Tudo o que a oposição quer é tirar o Bolsonaro, certo?

Acho que todos viram na CPI, que é reflexo do Senado, que a oposição é imensa maioria, certo?

Vocês também sabem que o voto auditável tem que ser analisado pelo Senado, certo?

E que a indicação do Ministro do STF também…

Agora, para pra pensar um pouquinho…

Bolsonaro vai lá e escolhe um cara que colocaria uma bomba no STF. Alguém como o Arthur Weintraub por exemplo (só um exemplo porquê o próprio Artur não queria).

O que aconteceria no Senado?

Imagina o tamanho da manobra que teria que ser feita dentro do Senado para marcar a sabatina?

Sim, marcar a sabatina, porque imagino que é claro pra você que esse nome nunca seria aceito…

Mas aí você me fala: ah, mas o Senado nunca barrou um nome…

Primeiro que já barrou 5… mas há mais de 100 anos… mas te pergunto: quantas vezes o STF abriu inquérito sem provocação?

A indicação de um nome para o STF nesse momento é muito mais do que estratégica. Ela faz parte de uma guerra muito pesada.

Se Bolsonaro indicar um nome que o Senado não quer perderá a chance de indicar qualquer nome.

Isso porque o Senado está babando para não votar o voto auditável.

E uma pauta polêmica como a indicação de um ministro cascudo é tudo o que eles querem.

Resultado?

Não aprovam o voto, não aceitam o ministro, entram na briga no STF, atrasam a indicação, elegem um novo presidente e voilá… a ocupante da vaga do Marco Aurélio é indicado pelo presidente que eles colocaram…

Sim, eu também preferia um homem-bomba lá dentro…

Mas antes de qualquer coisa eu prefiro uma indicação de Bolsonaro e o voto auditável do que qualquer outra coisa!!

Quer mudar essa realidade? Escolha bem seu senador!

Flavia Ferronato. Advogada. Coordenadora nacional do Movimento Advogados do Brasil