O traço de perversidade: O que esconde a frase “Nem Lula, nem Bolsonaro”?
03/07/2021 às 09:00 Ler na área do assinanteVocê já ouviu um amigo ou parente dizendo: “Nem Lula, nem Bolsonaro” como se fossem duas faces da mesma moeda?
Essa curiosa reação vem de pessoas inteligentes e educadas querendo mostrar que são “equilibradas” e evitam “extremismos”, como se estivéssemos de fato contrastando “extrema esquerda” e “extrema direita”. Nada poderia ser mais errado e distante da realidade.
Isso não tem nada a ver com ideologia. O próprio Lula já se declarou de “centro” como se isso o absolvesse de todos os crimes de corrupção dos quais é acusado. É uma forma de preparar o terreno para emplacar algum candidato de “centro” ou “terceira via”, o qual provavelmente será moderadamente corrupto e moderadamente comprometido com o status quo da nossa velha corruptocracia – a qual tem sido perigosamente ameaçada pelo atual governo.
Afinal, são mais de 900 dias sem nenhum escândalo de roubo flagrante gerado pelo governo federal. Antes tínhamos um escândalo por semana.
“Como ousas governar sem roubar, Bolsonaro? Qual é a graça?”
Enquanto isso acontece, eu peço que vocês considerem os seguintes fatos:
1) Uma CPI sobre COVID-19 sendo coordenada por políticos acusados de desvio de dinheiro público, os quais se mostraram abertamente tendenciosos mesmo antes de começar os trabalhos – nem mesmo disfarçando os objetivos políticos da iniciativa.
2) Mortes por COVID-19 no Brasil, 520.000 (até 2 julho). Mortes por COVID-19 nos EUA, 620.000 (até 2 julho). Ninguém chamando Biden ou Trump de genocidas, que país civilizado.
3) Taxa de vacinação no Brasil acima das taxas de vacinação por cada 1000 habitantes na Inglaterra, Alemanha, Itália, Japão, Chile, França e outros. Ninguém nesses países chamando seus Presidentes de genocidas (https://www.pharmaceutical-technology.com/covid-19-vaccination-tracker/)
4) Um STF flagrantemente ignorando aspectos da Constituição e se posicionando politicamente.
5) Um Congresso e um Senado enrolando a aprovação das medidas contra a corrupção e o fim do foro privilegiado.
6) Representantes do STF sendo abertamente contra urnas auditáveis, um procedimento normal e salutar no mundo inteiro.
7) Partidos políticos se unindo CONTRA urnas auditáveis. O fato de uma medida salutar gerar uma coligação partidária para impedi-la já é altamente suspeito.
8) Petrobrás e Estatais finalmente estancaram a roubalheira desenfreada, e estão saindo do vermelho.
9) Apesar da pandemia, o Brasil teve desempenho econômico positivo até acima de países Europeus em 2020.
10) O país parou de desperdiçar bilhões ao deixar de enviar dinheiro de graça via BNDES para ditaduras no exterior.
11) O Governo está inaugurando obras no Nordeste inacabadas há décadas, muitas das quais tinham servido apenas para desviar verba.
12) Apenas no últimos meses, 50 mil títulos de terras entregues para a população de baixa renda no Pará e 17 mil no Maranhão, sem o populismo agressivo do MST.
13) Os ministérios são liderados por especialistas da área, sem aquela antiga farra de fatiar orçamentos ministeriais por partidos políticos para financiar eleições.
14) O país economizou bilhões ao parar comprar espaço na grande mídia para que ficassem falando bem do governo. Estão falando mal, claro, porque perderam a mamata.
Ou seja, isso não tem NADA a ver com extremismo político ou fanatismo ideológico. Tem a ver com respeito a instituições e ao dinheiro suado dos impostos que pagamos.
Apenas querem que os brasileiros de bem pensem assim para continuar com os mesmos velhos esquemas de corrupção, propina e desvios que sempre impediram o Brasil de se desenvolver.
Jonas Rabinovitch. Arquiteto Urbanista, Conselheiro para Inovação e Gestão Pública em uma Organização Inter-Governamental em Nova York.
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