Ameaças vazias

26/06/2021 às 19:04 Ler na área do assinante

O óbvio vem sempre tão impregnado de sua própria obviedade que o tolo se ilude quanto às suas implacáveis consequências e o incauto descura quanto à sua relevância.

Nestes tempos de trevas em que o Brasil luta para se libertar de décadas do social-comunismo, tenho visto e ouvido o Presidente eleito repetir incansavelmente que “o direito à liberdade é tão ou mais importante que o direito à vida, porque sem liberdade não há vida”.

Em relação a isto os vermelhos nada dizem, fingem demência; os mal-intencionados ou os poderosos desprezam porque se julgam muito acima do homem comum e os “Contras” à “Nova Ordem” silenciam convictos de que quanto pior ficar, melhor será para seus inconfessáveis propósitos.

Por conta deste cenário adverso, que se instaurou nesta Terra de Santa Cruz desde janeiro de 2019, a Nação Verde e Amarela vivencia um tempo de medo e de ameaças aos direitos fundamentais de todos os cidadãos no País, como nunca se viu em tempos de paz. Ainda não sei bem onde esse estado de coisa nos levará. Não sei mesmo, mas ponderem, a bom porto não chegará porque democracia alguma suporta conviver com a afronta à lei, com o ultraje à ordem e com a insegurança jurídica que, de Brasília-DF, se empurra goela abaixo da nossa gente brasileira. É óbvio que algo acontecerá para pôr fim a esta “pandemia cívica”, para usar a palavra da moda.

Falei da insegurança jurídica motivada por escusos interesses ou por ideologias incompatíveis com a índole e a natureza deste povo, mas parafraseando o inexcedível Machado de Assis em “Dom Casmurro”, digo que, “A Confusão é geral”.

O lado negro da força no STF ameaça a independência do executivo e do legislativo quando usurpa seus poderes expressos na Carta de 1888; viola as prerrogativas constitucionais das Forças Armadas quando humilha seus generais e petulantemente afronta decisões de seu Comandante Supremo; quando também interfere na Segurança Pública e diretamente põe em risco a vida daqueles que estão sob o domínio das “OCRIM’s”; colocando em liberdade criminosos procurados pelas polícias do mundo inteiro e muito mais.

O lado negro da força no Congresso Nacional, que conta sempre e incondicionalmente com alguns Mandarins da Suprema Corte, quando não está dedicado a sabotar os programas e as medidas do Executivo, não sugere nada, não cria nada, não aprova uma lei sequer se não for para onerar os cofres do erário e não quer conversa porque, como apregoa sem rebuço, há que se destruir este País a todo custo, pois do contrário Bolsonaro se reelege.

As ameaças, sempre implícitas ou veladas, vindas do centro do poder e reverberadas pela extrema imprensa dos Barões Marinho com suas criminosas indústrias de pesquisas manipuladas, pairam como um crepe escuro do medo sobre a cabeça dos que trabalham para ver o Brasil progredir. ”Tanto melhor, combateremos à sombra”, tal como respondeu Leônidas de Esparta ao invasor, Xerxes da Pérsia, nos desfiladeiros das Termópilas.

Quando encaro este atual estado de coisas me afloram à mente as histórias que ouvi ainda muito jovem, nos bancos do velho Colégio Militar, de um colega filho de judeus poloneses que, juntamente com os pais e um irmão, foram resgatados do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, para onde haviam sido levados, no final da 2ª Grande Guerra.

Os relatos acerca das ameaças sofridas, em seu país ocupado pelos nazis foram traumatizantes. Debaixo de pressão constante, as famílias tinham verdadeiro pavor de um dia ver seus meninos cooptados pelas associações civis de Hitler, porque com alguns meses de doutrinação ideológica – como hoje ocorre em nossas universidades dominadas pela esquerda delinquente – fatalmente os pais eram denunciados e fuzilados. Com olhos marejados certa vez ele me disse:

“O pânico e o terror eram as únicas coisas que não faltavam nas casas das famílias judias”.

Registre-se que na Rússia de Stalin, em Cuba de Fidel, na China de Xi Jinping, na Coreia do Norte de Kim Jong-un, as ameaças e medo dos tempos da Alemanha de Hitler foram e continuam a serem os mesmos. Se o molequinho de Lula, o tal “Haddad do Kit Gay”, tivesse chegado ao poder há dois anos, avalie o caro leitor qual o nível de ameaças e o grau de pavor que teria se instalado neste País e o quanto daquelas cominações teriam sido executadas pelo Brasil a fora? Digo sem medo de errar. Tal qual como aconteceu nas ditaduras da América Central ou do Caribe e igualmente nas da Ásia vermelha, já teriam sido tiradas no Brasil dos sociais-comunistas muito mais do que as 500 mil vidas ceifadas pelo vírus chinês.

Quando vejo jornalistas nacionais e ex-ministros do atual governo mudando-se para o exterior sob a iminente ameaça de serem presos arbitrariamente por um Ministro e ex-advogado de empresas ligadas ao PCC ou, então, a Câmara Alta entregar, de joelhos, a imunidade de um parlamentar (por opinião e votos) recebida do povo – garantia constitucional que é do povo e não do eleito - bem como igualmente sua honra e sua liberdade, tanto quanto enxergo também o achincalhe perpetrado contra nossos militares da mais alta patente, igualmente digo sem equívoco, o alvo não são os representantes do povo e muito menos ainda os generais de 4 estrelas, é o próprio povo porque é este que se quer manter com o rosto colado no chão.

Assim como qualquer homem de personalidade e de bom caráter, também não gosto de ameaças, mas pessoalmente não as levo muito a sério porque estou convicto de que se o aterrador me conhece, bem sabe que, pelo Brasil, estou sempre pintado para guerra e se não me reconhece logo saberá em que em pau está lenhando. A ameaça que me inquieta é aquela que diariamente se desfia contra o povo. Esta é séria e, em tudo e por tudo, intolerável.

É intolerável porque não se zomba da opinião dos patriotas sem se dar conta de que não se pode brincar com os destinos de uma Nação. Que não se pode criar um falso sentimento no sentido de que a grande maioria de nossa gente quer conspurcar as instituições republicanas, só porque se quer construir um fosso inexpugnável em torno dos castelos e dos bunkers dos poderosos, afim de que possam delinquir livremente. O povo, de quem todo poder emana, não ameaça ninguém e nem precisa, pois é a sua vontade que deve prevalecer e não a dos que se julgam donos dos poderes, por mais iluminados que se sintam, já que aqueles não tem brilho algum se afrontam a vontade do povo.

Nossa gente ordeira e trabalhadora está exausta dessa histérica cantilena no sentido de que tudo quanto combate a velha política, torpe e podre, é um ato antidemocrático a ser punido exemplarmente. Afinal, quem ameaça quem? É o povo? Como, se é o homem do povo a primeira e a maior vítima de tudo quanto ainda ultraja esta Nação, que luta desesperadamente para manter sua ordem, seu progresso e sua liberdade? Como iniciei dizendo, não se pode descurar do óbvio e chega de tanta ameaça torpe e vã!

José Maurício de Barcellos

Ex-Consultor jurídico da CPRM-MME. É advogado.


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