Carlos Gabas não é convocado a depor, e CPI escancara a proteção à corrupção e ao desvio de verbas públicas
16/06/2021 às 13:00 Ler na área do assinanteEm votação nominal, na manhã desta quarta-feira, os membros da CPI da Pandemia, no senado federal, rejeitaram, por 6 a 4, a convocação do secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas.
O objetivo para obter o depoimento de Gabas, que também foi ministro de Lula e Dilma, sobre a compra de respiradores hospitalares para UTI, por meio intermédio da Hempcare, empresa especializada na importação de produtos derivados de Cannabis, a maconha.
O contrato avalizado pelo Consórcio Nordeste previa a entrega de 300 equipamentos, a um custo total de R$ 48 milhões. Os produtos jamais foram entregues, ainda que parte do valor tenha sido pago e não ressarcido, gerando prejuízo ao erário e levando a abertura de investigações pela Polícia Civil da Bahia, na operação Ragnarok.
A convocação foi solicitada pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Ciro Nogueira (PP-PI).
Votaram contra o requerimento, Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente, Jader Barbalho (MDB-PA), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) e Humberto Costa (PT-PE).
O resultado comprova o que os parlamentares da base governista vêm afirmando desde antes da criação da CPI. O colegiado surgiu apenas com o objetivo de atacar politicamente o presidente Jair Bolsonaro e os membros do executivo, além de criar uma verdadeira cortina de fumaça para encobrir os milhões desviados, em verbas federais, nos estados e municípios.