A seletividade e o ativismo político dos ministros do STF
13/06/2016 às 14:57 Ler na área do assinanteO ministro Teori Zavascki liberou mais um dos inquéritos contra Eduardo Cunha para que o plenário do Supremo Tribunal Federal julgue se aceita ou a não a denúncia, podendo o presidente-afastado da Câmara dos Deputados tornar-se réu em outra ação penal.
Que seja efetivamente punido. Isso é indiscutível.
O problema é que ficam cada vez mais evidentes a seletividade e o ativismo político dos ministros do STF.
Renan Calheiros, por exemplo, está denunciado em mais de uma dúzia de ações — uma delas, agora, com pedido de prisão imediata! — e nada acontece, não há tramitação.
Aliás, há crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República ao coronel alagoano que já prescreveram e a denúncia sequer foi levada ao pleno do STF para que os ministros aceitem ou não torná-lo réu. Ignomínia pura!
É o caso da amante sustentada pela empreiteira Mendes Júnior através de falsos contratos, crimes que obrigaram-no a renunciar à Presidência do Senado Federal em 2007. Desde então, três ministros do STF sentaram sobre o processo e os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica prescreveram em fevereiro de 2016. Noutras palavras, o Supremo Tribunal Federal continua garantindo impunidade a Renan Calheiros.
O mesmo acontece com a nata do colarinho-branco brasileiro que goza de prerrogativa de foro privilegiado. Os togados ministros da Suprema Corte estão usando Eduardo Cunha como boi-de-piranha.
Não se engane: as instituições da República não estão saudáveis, não estão funcionando plena e corretamente, não são isentas e independentes e a Operação Lava Jato só está em curso porque comandada por um grupo inteligente, ousado e coeso instalado na ‘República de Curitiba’. Basta dizer que o braço da Lava Jato na "Capitania Hereditária de Brasília" está enterrado em sigilos, processos ocultos, ineficiência e nenhuma condenação.
É simples assim... e só não enxerga quem não quer.
Helder Caldeira