Exploração sexual de menores e pedofilia... E a punição?

Políticos devassos e Justiça inoperante. Uma dura e triste realidade.

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Em meados do início do segundo semestre de 2015, uma rede de exploração sexual de menores e pedofilia começou a ser desvendada em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

O caso foi destaque no programa 'Fantástico' da Rede Globo. Políticos e empresários envolvidos. Crianças de 9, 10 anos eram aliciadas pela rede de prostituição e faziam programas com pessoas poderosas.

Um sujeito de nome Fabiano Otero, resolveu ganhar dos dois lados. Agenciava as crianças e filmava a performance sexual dos clientes, para na sequência extorqui-los. 

Um então vereador de Campo Grande (MS), não suportando mais a extorsão, resolveu denunciar o crime. Fabiano foi preso em flagrante. Mais tarde, fez um acordo de delação premiada e obteve benefícios, inclusive a sua soltura. 

Políticos e empresários envolvidos, filmados por Fabiano, certamente foram delatados. Infelizmente, possivelmente em razão do poderio dos envolvidos, o caso está abafado.

Um ex-deputado, Sergio Assis, flagrado como ativo participante do esquema de exploração sexual, prontamente e com veemência rechaçou e garantiu que se tratava de uma “armação política”. Um politico sem mandato e sem projeção no cenário politico de Mato Grosso do Sul. Quem teria motivação para “armar” um escândalo sexual envolvendo o ilustre ex-deputado?

De outro lado, Sergio Assis, nos mandatos que conquistou em sua apagada carreira politica, sempre teve o maciço apoio do Movimento de Cursilho da Igreja Católica (MCC). Um grupo cristão que busca fundamentalmente a valorização da família. Sem dúvida, um dos movimentos mais respeitados e eficientes do catolicismo no Brasil.

Infelizmente, a classe política brasileira está tão emporcalhada, que pessoas do naipe deste cidadão, aproximam-se de movimentos sérios, formados por pessoas de bem, apenas para conquistar vantagens e votos.

Outros, como por exemplo, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, chegam a audácia de fundar a sua própria igreja. Depois, utilizam-se da fé de seus incautos fiéis, para satisfazer interesses inconfessáveis e cometerem crimes e ilicitudes que até o capeta duvida. É o caso também de Alceu Bueno, apadrinhado do apóstolo Valdemiro Santiago, 

que renunciou ao mandato de vereador em Campo Grande, para não perder os seus direitos políticos.

De qualquer forma, o ato mais criminoso ou que mais atenta contra a sociedade, é a possibilidade que o Poder Judiciário dá para que pessoas desse tipo, consigam através de verdadeiras “chicanas” jurídicas, frustrar a aplicação da lei penal.

Olarte, enquanto ainda era prefeito, utilizava a força do dinheiro público para sustentar um grupo de advogados e arrastar os processos que tem contra si, todos eles com farto material probante. No processo que foi afastado do cargo, inúmeros indícios da prática de pedofilia, que necessita ser investigada com maior denodo pela polícia.

Assis, filmado transando com menores, tenta derrubar na Justiça a prova obtida, alegando que não tinham autorização judicial e que, portanto, teria sido conseguida de forma ilegal.

Sem dúvida, uma barbárie que não pode dar certo e que a sociedade não pode aceitar.

Esses cidadãos merecem punição exemplar.

O TJ/MS parece ter complacência com esses criminosos. Olarte, por exemplo, já declarou publicamente que tem força no TJ. Também pudera, enquanto prefeito tinha na sua assessoria dois filhos de desembargadores, guindados aos cargos não pela competência, mas sim pelos laços familiares.

O Conselho Nacional de Justiça precisa agir urgentemente. Não podemos mais ser obrigados a conviver com a bandidagem.

José Tolentino

Editor do Jornal da Cidade Online

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