A síndrome do “saco1” e o novo febeapá

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“Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus” (“Estão em dores de parto as montanhas e nascerá um ridículo rato”).

Era o que dizia Horácio aos que faziam grandes alardes de sua obra e ao final aparecia algo pequeno, grotesco, um “rato”, resultado de seu berreiro ao mundo.

No sábado, 29 de maio, para ajudar a tal CPI, “os canhotas” foram às ruas. Todos devidamente “carimbados”, segundo os meios de comunicação que fizeram as chamadas ao protesto contra o governo durante toda a semana e gritavam, como “as montanhas em dores de parto”, que milhões iriam às ruas pedir a saída do Presidente. E convocavam, dia e noite, os brasileiros, chamando-os para o protesto dos milhões!

Os que acorreram a esse chamamento, todos devidamente “carimbados” pelos partidos, foram, não porque quiseram ir, mas porque foram convocados! Todos vermelhos, talvez de vergonha. Foi a “Manifestação dos Carimbados”, ou “convocados”, como você quiser chamá-los.

Convocados! Por quem? Os três grandes parceiros da fracassada manifestação (Folha/Globo/Estadão) “entregam a rapadura”: os protestos foram organizados e apoiados pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda: Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos (que são integradas por dezenas de entidades) e apoiada por partidos como PT, PSOL, PC do B, PCB, PCO e UP.

Foram ainda “carimbados” por Sonar: Juliette, Gil do Vigor e Camilla de Lucas que ajudaram a promover protestos contra Bolsonaro nas redes. E teve “Os Artistas”, “os Jornalistas”, a União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), entre outros.

E mais! Pois apareceram, ainda, nesses protestos o Fórum pelos Direitos & Liberdades Democráticas, o movimento LGBT+, movimentos estudantis e sindicalistas ligados à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e à Universidade Federal Fluminense (UFF), as Organizações sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

O pré-candidato do PSOL ao Governo de São Paulo, Guilherme Boulos, indagado sobre o fato de o protesto ser realizado em meio à pandemia de Covid-19, afirmou:

"Se você olhar em volta, vai ver todas as pessoas de máscara. Não há nenhum tipo de comparação entre essa manifestação e aquelas promovidas pelo Bolsonaro, baseadas no negacionismo".

E não tem mesmo. Não tem comparação, pois os brasileiros que se vestem de verde-amarelo e saem às ruas de modo ordeiro para apoiar o governo, gritam:

- “Eu vim de graça"/"Lula ladrão, seu lugar é na prisão"/"Nossa bandeira nunca será vermelha".

Essa é a diferença: nenhum foi convocado; nenhum foi carimbado por movimentos sociais ou partidos políticos. Nenhum foi “chamado”. Foram porque quiseram ir. De graça. Livres, leves e soltos! Foram porque defendem a liberdade, a ordem e a justiça. Torcem pelo Brasil, pelo governo que elegeram.

Já os “carimbados/convocados” foram porque torcem contra o Brasil e torcem porque perderam a eleição, não querem democracia, querem ditadura. Com esse ato tornaram-se “cidadãos de quinta categoria” e se ofendem quando se deparam com o Brasil real, com a pequenez de sua ação e tem acessos de raiva, muita raiva porque em 2 anos e 5 meses de governo Bolsonaro, constatam que não há um único escândalo de corrupção.

Esses estados raivosos dos manifestantes provocam o surgimento do “SACO1” (“Síndrome de Abstinência da Corrupção”). Uma nova doença, um novo vírus que ataca os “teleguiados/convocados/carimbados” que estavam mamando nas tetas da nação e querem corrupção, precisam de corrupção, se alimentam da corrupção. Deles foram retiradas as tetas onde mamavam, por isso gritam, esperneiam, soltam impropérios, ameaçam. É a fase 1 do “SACO1”. É o vírus dentro do vírus, assim como a música de Jararaca & Ratinho: “O Sapo dentro do Saco”:

“E era o sapo dentro do saco/ O saco cum sapo dentro
O sapo fazendo papo/ O papo fazendo vento
Nós agora vai falá desse noivo zé perneta/ Era vesgo de uma perna e do ôio era maneta/A noiva fazia mala, ele fazia maleta/ A noiva tocava trompa, ele tocava trombeta
Ele escrevia de lápis, e a noiva de caneta/ A noiva cortava vara, ele cortava vareta/ Ela dormia no carro, e o noivo na carreta /Ela fazia carinho, e ele fazia careta
No dia do casamento, na casa do zé fulô/ Agora nóis vai dizê, aquilo foi um horrô/ Os dois se recolheram, logo ele se estranhô/ Ela foi se desmanchando, ele logo se espantô
Ela foi tirando um olho, depois um braço tirô/ Arrancou a cabeleira, ele aí se apavorô/ Ela aí tirou uma perna, ele aí logo gritô:
"minha filha, minha noiva, vê pra mim o que sobrô!!!"

Parece que quase nada sobrou ao zé-perneta da música. Aos “canhotas” apenas restou a Síndrome do SACO1 e o FEBEAPÁ (“Festival de Besteiras Que Assola o País”). Esse é o segundo estágio do “SACO1”. A vítima acometida de “FEBEAPÁ”, em sua fase mais aguda, perde a noção. Sua cabeça roda e o festival de besteiras se apossa de sua mente.

Fica um sem-noção, um zé-mané, pois em sã consciência, não é possível que uma pessoa normal saia às ruas para defender um ladrão, ou melhor, a volta de uma corja de ladrões. Defender os seus crimes, pedir a volta dos que assaltaram a nação. Só um imbecil completo é capaz disso, pois os crimes estão documentados. São verdadeiros.

Enfim, os “canhotas” imaginaram fazer nascer uma montanha e pariram um rato. Estão infectados pelo “SACO1” e a maioria já está na fase dois: “FEBEAPÁ”.

Urge a descoberta de vacina contra o “SACO1”.

Vacina já!

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Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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