E volto ao passado, onde recordo os nomes grandiosos do Congresso Nacional, como Ulysses Guimarães, por 41 anos ininterruptos deputado federal por São Paulo, que em ato de valentia, enfrentou a polícia, baionetas e cães em Salvador no ano de 1978, demonstrando que antes de tudo o parlamentar deve ser um homem de princípios e coragem.
Em maio de 1978, o MDB fazia ato contra a ditadura, realizado um encontro em sua sede estadual em Salvador, quando por ordem dos mandantes do poder, fecharam as ruas de acesso ao diretório do partido, impedindo o encontro e colocaram policiais armados de mosquetão e cães para impedir a passagem.
O velho Ulysses, acompanhado de Tancredo Neves, Saturnino Braga e outros democratas ao chegar no local,
em dedo em riste, gritou: “Respeitem o presidente da oposição”, e abriu alas para toda a comitiva, e, em discurso inflamado depois, dirigiu-se aos soldados conclamando-os a unirem a oposição pela democracia, afirmando que “baioneta não era voto e cachorro não era urna.”
Assim eram os parlamentares de oposição que derrotaram a ditadura militar no voto, com atos de nobreza e respeito ao adversário, mas nunca sendo subserviente ao mal feito ou ao fisiologismo do “toma lá, dá cá” e de arrumar uma “boquinha” para parentes e amigos, como o próprio Ulysses declarou que “político bom era um mau parente”.
Os ensinamentos dos grandes homens da nação ficaram no esquecimento, hoje quando vemos políticos que se dizem progressistas e revolucionários como Tia Eron (PRB-BA), congratulada até no exterior como a “mulher do ano”, e aclamada como grande líder “negra e mulher” temos a certeza que estamos no “mato sem cachorro”.
A deputada baiana, cuja trajetória por 14 anos seguidos de vereança em Salvador, lhe carimbou o passaporte para Brasilia, sendo a mulher mais votada no Brasil, sucumbiu ao obscurantismo da covardia, da falta de respeito aos votos de seus eleitores que querem que ao menos tenha “posição”.
A deputada Tia Eron,
componente da Comissão de Ética na Câmara do Deputados, não se pronunciou quanto ao seu voto pela cassação de Eduardo Cunha (presidente da casa afastado por corrupção), se escondendo de tudo e de todos, demonstrando falta de personalidade e de maturidade política que esperamos dos nossos líderes.
Sabemos que o Congresso Nacional na “Era Lula” virou um mercado persa, onde deputados viraram prostitutas de alto nível e achacadores do erário, tendo centenas deles envolvidos em corrupção, tudo “adoçado” e tolerado pela cúpula petista que só pretendia ficar no poder, mas, deixar de cumprir o seu papel de parlamentar isto nunca acreditamos que veríamos.
Pois bem, a atitude da deputada Tia Eron demonstra claramente que o Congresso está na UTI, e que se de um lado temos os corruptos e truculentos que usurpam o poder e crescem em soberba, de outro lado vemos os covardes que se acomodam no poder e criam ideia de perpetuação e profissionalismo parlamentar, sem a mínima consciência que estão ali exercendo mandato temporário e devem prezar pelo bem da pátria.
Assim, Tia Eron foge da imprensa e de suas funções, cobrada reaparece e fala que vai apresentar seu voto na Comissão de Ética na Câmara, mas tenta proteger o corrupto do deputado Eduardo Cunha, parlamentar tão sem caráter como outros que lhe apoiam, e que devem ser banido da vida pública no voto nas próximas eleições.
Resta a frustração de termos um gaúcho eleito deputado por aqui (MS), de nome Carlos Marun (PMDB), que radicando família aqui no Estado, tem aparecido envergonhando meu querido Mato Grosso do Sul, cujo meu quarto avô José Francisco Lopes, o “Guia Lopes”, aqui chegou em 1835 para fazer destas terras parte do Brasil. O deputado Marun, sem nenhum pudor e sem nenhuma falta de respeito ao povo do MS e noção de ridículo, grita que é deputado de MS e que apoia Eduardo Cunha (que cinicamente diz não ter dinheiro no exterior e que não é corrupto).
Ao Deputado Marun, dito um pedido que na semana que vem crie coragem e não nos envergonhe mais, votando pela cassação de Cunha, determinando para o plenário decidir, ou então pegue suas traias e "vaze" daqui, por não merece do nosso povo, a confiança que lhe deram.
O Congresso tem que sair da UTI, e temos que doar oxigênio a ele na próxima eleição, especialmente analisando as atividades dos parlamentares e elegendo homens comprometidos com a nação e não com máfias ou grupelhos corruptos. Eu especialmente, ficarei de olho doravante em Carlos Marun (PMDB), gaúcho que tem nos envergonhado. 2018 está próximo!
Sergio Maidana - advogado