Fernando Henrique Cardoso, o conspirador crônico, se reuniu hoje com sua criatura, Lula, o cínico.
Agora vai!
Vão salvar o Brasil, coisa que não fizeram nos exatos 16 anos em que exerceram a presidência da República nas gestões mais indecentes da nossa história republicana.
A imagem é do progresso do regresso.
Nunca antes na história deste país tivemos duas personalidades tão vaidosas, egocêntricas, ególatras, narcisistas e soberbas que tenham se beneficiado tanto do Estado como esses dois e seus bandos.
O primeiro é um homem culto, sem inteligência ou sabedoria.
O segundo é um homem inteligente, sem cultura ou sabedoria.
A junção dos dois, que nunca pensaram em ninguém, que não fosse a si próprios, é uma bomba que só faz barulho, pois no atual cenário são defuntos políticos insepultos.
Sem votos, sem prestígio, sem nada que não seja o interesse de voltar a mamar.
Só quem os prestigia são os que se beneficiaram dos seus desastrosos governos, e que até hoje estão encravados nas estruturas do Estado para raspar os cofres até perderem as unhas.
Dentre essa pequena e barulhenta torcida sem time, está a grande mídia, minguando por falta de tetas e alguns meio tolos da cabeça ou alucinados que não passariam num psicotécnico para manejar um vídeo game.
O encontro teve a chancela de Nelson Jobim, o articulador das sombras e das trevas a quem devemos a tragédia da atual composição do STF.
A princípio, aos menos avisados, esse encontro de lideranças extintas, destituídos de credibilidade e confiança, pode levar à falsa interpretação do surgimento de uma aliança com algum futuro.
Ledo engano. Essa é uma cruza infecunda. É estéril.
É que nem a melhor engenharia consegue edificar ou fincar fundamento num pântano.
Destas duas serpentes só se extraí a peçonha. Venenosos, antes de significar qualquer ameaça ao Governo Bolsonaro, são uma bravata recíproca.
Desse encontro é impossível sair algo de bom para o Brasil que não seja a leitura do desespero que os une, por serem do meio e estarem cientes que o Governo vai bem e que é imbatível.
Por isso, passam recibo da falência de tudo o que representam e do que já foram.
No mais o intento e o objetivo de construção de um diálogo ou aliança entre estes dois cadáveres insepultos não passa de uma assombração de trem fantasma, que já não assusta ninguém.
Então, é de se comemorar que eles se juntem, pois se equivalem e se merecem.
O único risco real deste encontro de vampiros é que um se agarre na jugular do outro para buscar um sopro de sobrevida.
Nada, absolutamente nada de bom, de útil, de real, ético ou republicano pode resultar daí.
Pelo simples fato de que numa equação meramente singela e matemática, zero somado a zero resulta em outro zero.
E zero é zero. E vice versa.
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz