Rodrigo Pacheco - a transição política passa pela covardia
17/05/2021 às 14:33 Ler na área do assinanteO atual presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, traz reflexões aos brasileiros para entender a nova leva de políticos que ocupam cargos públicos. Das duas, uma... ou são assumidamente defensores de uma nova realidade política para o país, ou são aqueles que se escondem atrás de ações mesquinhas e covardes. Dos antigos políticos podemos esperar mais do mesmo, ou seja, continuarão trabalhando em benefício próprio, por seu grupo político, pouco se importando com a sociedade e com o Brasil. Bem, desses, esperamos que sejam afastados pelo voto popular, cada vez mais.
Mas, voltando aos covardes... ainda que possamos citar vários deles, como o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que sempre joga a culpa de sua própria incompetência nas costas de terceiros (geralmente do próprio povo), do governador de São Paulo, João Dória, que se esgueira pelo sombrio submundo inescrupuloso dos bastidores da política, quero aqui tomar como exemplo as atitudes do Pacheco e sua covardia.
Sua eleição para senador da república teve como alça uma opção para impedir que a ex-presidente Dilma Rousseff retornasse à função pública, deixando bem claro, o desejo do povo mineiro. Associado a isso, Pacheco não deixou de representar também a esperança na renovação política, bem como a eleição, também para senador, do jornalista Carlos Viana, ambos em primeiro mandato.
Salvaguardado pela premissa de que teríamos um político que não tem dívidas na esfera judicial, popularmente conhecida por “não tem rabo preso”, e que seu nome contava com o apoio do governo federal, Pacheco foi eleito facilmente para presidente da Casa Legislativa brasileira. Mas tinha um senão a ser observado... sua candidatura tinha um viés altamente explosivo. Um conjunto de interesses, sabe-se lá quais, estava reunido em pessoas nada confiáveis.
Numa ação bastante duvidosa, fecharam com o nome do Rodrigo Pacheco, numa reunião, em Belo Horizonte, nomes como o de Alexandre Kalil, Rodrigo Maia, Gilberto Kassab, e a anfitriã, a ministra do STF, Cármem Lúcia. Contou, ainda, com o apoio público do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e mais tarde, até o PT se alinhou. A costura política, certamente, tem seus interesses. A respeito dessa reunião, escrevi em janeiro a coluna - A lei 1079/50 vale ou não vale? A ministra Cármem Lúcia virou política? - https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/25976/a-lei-107950-vale-ou-nao-vale-a-ministra-carmem-lucia-virou-politica
Hoje, após quatro meses no cargo, nota-se que prevaleceram todas as dúvidas a respeito da condução dele à presidência do Senado. No início, as especulações sobre sua postura ficaram de lado, até com certo apoio popular (esperança sempre fala mais alto), mas o que se viu...
Entre várias situações, duas decisões do Pacheco, não só estremeceram as esperanças da renovação, mas afundaram o nome dele na lama.
Recentemente, aceitou como um cordeirinho, ordens de outro poder (judiciário) para abrir a CPI da Covid, sob a alegação que sentença judicial é para ser cumprida. Na contramão, uma outra ordem judicial (afastamento do Renan Calheiros da relatoria da CPI), não foi acatada sob alegação de que seria uma interferência de outro poder (????).
Antes, numa inédita ação popular (abaixo-assinado), promovida pelo jornalista Caio Coppolla, com a chancela de mais de 2,5 milhões de assinaturas, o presidente do Senado recebeu das mãos do senador bipolar Jorge Kajuru (devidamente protocolado na casa), acompanhado pelos senadores Styvenson Valenti e Eduardo Girão, o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes do STF. Lá se vão quase dois meses e nada de alguma providência.
Tudo isso passou a render muitas cobranças nas redes sociais contra o senador do DEM. Pressionado, tratou de esconder-se dessas cobranças. E para isso trancou covardemente seus perfis nas redes, bloqueando a todos aqueles que exigem sua postura tal a exigência do cargo: democracia e observância da vontade popular. Coincidência ou não, até onde se tem notícia, apenas os que defendem o governo federal são vítimas desse bloqueio, como eu mesmo sou.
Inconformado, e também bloqueado pelo senador, Caio Coppolla não deixou por menos. Impetrou um Mandado de Segurança no Supremo Tribunal. Muito bem fundamentado, as razões pleiteadas neste pedido, não carecem sequer de avaliações profundas para seu entendimento, ainda que saibamos o que esperar... Veja matéria do Jornal da Cidade - https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/29397/por-censura-e-covardia-politica-caio-coppolla-aciona-o-stf-contra-pacheco-veja-o-video .
Fica uma pergunta e uma certeza:
* O que há por trás dessa incompreensível covardia do senador Rodrigo Pacheco?
* Ele perdeu o respeito dos brasileiros!
Com figuras públicas como essa, podemos afirmar que a transição andou para trás.
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Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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