A esquerda como retrocesso autoritário, doença coletiva, enfermidade política e degradação social

07/05/2021 às 09:28 Ler na área do assinante

Em certa ocasião, o famoso pensador e intelectual americano P. J. O'Rourke proferiu uma máxima que resume perfeitamente a esquerda política. Ele disse:

"No âmago do esquerdismo está uma criança mimada — infeliz, como todas as crianças mimadas, insatisfeita, exigente, indisciplinada, despótica e inútil. O esquerdismo é uma filosofia de pirralhos chorões."

Não há como negar as verdades expressas por P. J. O'Rourke sobre a esquerda política com tanta perfeição. Militantes socialistas são pessoas histriônicas que se comportam de forma infantilizada, acham que devem receber tudo gratuitamente do estado, que trabalhar é "opressão" e "exploração", e que o estado deve ser considerado um deus soberano que tem a palavra final sobre tudo.

Inflexíveis e totalitários, militantes não aceitam absolutamente nada que possa contradizer a sua arcaica e obsoleta ideologia de estimação. Ignorantes, não tem o menor conhecimento do que efetivamente gera riquezas — o mercado e a produtividade, e não o estado —, são coletivistas que desprezam o indivíduo e possuem um anseio febril em impôr suas tirânicas doutrinas sobre toda a sociedade, se necessário através da força.

Em linhas gerais, minhas experiências pessoais com militantes nunca foram positivas. Essas pessoas são irremediavelmente histéricas e irracionais, são incapazes de debater ideias de forma civilizada, e sentem a necessidade de impor suas convicções de forma agressiva sobre terceiros. Militantes veem como inimigos mortais todas as pessoas que discordam de suas ideias distorcidas, levadas na consideração de "certezas absolutas". Portanto, questioná-las constitui uma verdadeira "heresia".

Outro enorme problema da esquerda está na confiança absoluta que eles possuem no estado e em todo o seu corpo de políticos e burocratas, acreditando cegamente que estes podem resolver todos os problemas que afligem a sociedade humana. A realidade prática mostra de forma efetiva, no entanto, que o governo e a burocracia estatal não resolvem problemas, eles criam problemas.

Em nenhum lugar do mundo, o estado produziu prosperidade e desenvolvimento. Deixar o estado no controle de tudo — o grande objetivo da esquerda — é ficar refém do socialismo totalitário.

O segredo para reduzir problemas e conflitos na sociedade é permitir que as pessoas tenham prosperidade. Esse é o elemento que facilita a solução para todos os demais problemas. E a política não produz prosperidade; os negócios, os indivíduos livres e o setor privado produzem prosperidade.

Por isso os indivíduos devem ser livres para produzir no mercado. E o que permite a aquisição de prosperidade é a liberdade econômica. Liberdade econômica, por suz vez, gera progresso. Progresso gera desenvolvimento e diferentes níveis de prosperidade para os indivíduos.

Para constatar essa verdade, basta que analisemos quais são os países mais prósperos e desenvolvidos do mundo, e como foi que atingiram o nível de progresso e desenvolvimento do qual usufruem. Para citar apenas alguns, Estados Unidos, Austrália, Suíça, Estônia, Singapura e Nova Zelândia estão entre as nações mais prósperas e ricas que existem.

Nenhum desses países atingiu progresso e prosperidade por conta do estado, mas por usufruírem de um elevado nível de liberdade econômica. Nesses países, a iniciativa privada não é asfixiada por uma carga tributrária excruciante, por burocracias aviltantes e paralíticas, por regulações arbitrárias, por licenças, permissões ou concessões que demoram meses ou anos para serem formalizadas.

No entanto, militantes de esquerda não estudam história nem economia. Portanto, dialogar com essas pessoas geralmente é uma tarefa terrivelmente contraproducente.

As pessoas precisam entender que o estado mais atrapalha do que ajuda. No Brasil, a burocracia estatal sempre foi o grande obstáculo para o desenvolvimento dos indivíduos, da sociedade e do setor privado. Recentemente, tivemos mais um dramático exemplo de como o estado atrapalha o desenvolvimento pessoal dos cidadãos.

Uma menina de 17 anos, Elisa Flemer, foi impedida de entrar na USP porque não tinha diploma do ensino médio. Adepta do homeschooling, a garota há muitos anos estuda em casa. Inteligente e estudiosa, ela passou em quinto lugar no curso de engenharia civil da USP. No entanto, a justiça estatal a impediu de ingressar na Universidade, porque ela não tinha o pedaço de papel pomposamente conhecido como diploma.

Vendo potencial na estudante, no entanto, a empresa StartSe — localizada na Califórnia, nos Estados Unidos — concedeu a ela uma bolsa de estudos na Escola Internacional de Negócios da StartSe University, que cobrirá todas as suas despesas no Vale do Silício. O CEO da Companhia, Junior Borneli, deu a seguinte declaração:

“Nós, da StartSe, acreditamos que não são os diplomas que definem nossas habilidades, mas sim o conhecimento que se adquire. Por isso, decidimos acompanhar a Elisa no seu desenvolvimento.”

Infelizmente, aqui no Brasil a esquerda, o estado e a burocracia estão muito mais preocupados com formalidades vazias, como diplomas, certificados, documentos autenticados, carimbos e a papelocracia infinita que não acaba nunca — e resume bem porque o Brasil não se desenvolve, não permite que seus cidadãos se desenvolvam e mostra perfeitamente porque perdemos nossos maiores e melhores talentos, que acabam indo embora, justamente por encontrar muito mais oportunidades em outros países.

Evidentemente, ninguém da esquerda vai se pronunciar sobre o caso da menina Elisa Flemer, porque ele mostra como o estado é deletério para o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade. Além do mais, Elisa era adepta do homeschooling, que é simplesmente o ato de estudar em casa e ser totalmente independente nos estudos e na educação.

A esquerda odeia isso porque possui uma natureza inerentemente coletivista; por isso, ela detesta que os indivíduos tenham qualquer tipo de autonomia e independência. A esquerda pretende manter a forma convencional e compulsória de ensino curricular do Ministério da Educação, porque seu grande objetivo é doutrinar os cidadãos, para formar uma cidadania padronizada, obediente ao seu projeto de poder.

O homeschooling não permite isso, visto que concede liberdade aos estudantes para aprender de forma mais livre e orgânica, permitindo que cada um tenha uma educação de acordo com as suas necessidades pessoais. Ou seja, o homeschooling representa um grande obstáculo ao programa de doutrinação coletiva da esquerda política. Essa é uma das fortes razões para se defender arduamente o homeschooling.

É fácil perceber que o grande objetivo da esquerda é promover o estado como um deus soberano e absoluto, e sujeitar todas as pessoas à sua obediência. Não seria exagero nenhum, portanto, afirmar que — para militantes de esquerda — o estado é como uma religião.

De fato, a política em si é para a esquerda uma espécia de religião, assim como partidos são como classes sacerdotais e os políticos são considerados semideuses, que devem ser obedecidos incondicionalmente. O esquerdismo na prática não passa de uma seita autoritária que exige de forma despótica e inflexível a servidão dos indivíduos e a total obediência destes para com o estado. A esquerda política pode ser compreendida como uma seita coletivista que pretende transformar os indivíduos em escravos do estado.

É verdade que a esquerda tem um lado aparentemente "rebelde", do qual ela parece orgulhar-se bastante, como uma criança que aprendeu a descascar a bergamota sem a ajuda da mamãe. Essa rebeldia, no entanto, manifesta-se apenas quando um governo de direita está no poder. Quando é um governo de esquerda que está no comando, a classe doutrinada dos militantes autoritários exige subserviência total da população, rotulando como "fascistas" todos aqueles que ousam expressar insatisfação e descontentamento.

Mas por que a esquerda é despótica e totalitária? Por que ela se considera portadora de uma inquestionável verdade absoluta? E por que ela venera tanto o estado, bem como todo o seu corpo de políticos e burocratas? Por que ela os considera sacrossantos e infalíveis? De onde vem tanta subserviência?

A observação sistemática do comportamento de militantes progressistas responde a todas essas perguntas. E o elemento que motiva toda a fúria e ferocidade da turba militante é um dos piores e mais antigos defeitos humanos: a inveja. A esquerda política odeia pessoas inteligentes, motivadas, criativas e construtivas. Por isso tem uma obsessão doentia pelo igualitarismo, pois seu maior objetivo é rebaixar todos ao mesmo nível.

O progressismo, antes de tudo, pode e deve ser entendido como uma ideologia infantil — o que nos remete à citação de P. J. O'Rourke, presente no início do artigo. A esquerda é, de fato, uma ideologia de adultos que comportam-se como crianças beligerantes e irracionais, completamente desprovidas de virtudes como altruísmo, abnegação, autocontrole e autodomínio. Ou seja, são como crianças histéricas incapazes de se controlar e agir de forma civilizada. Isso se deve ao fato de que militantes progressistas agem primariamente como criaturas emocionais, e não racionais. Esta talvez é a característica mais preponderante da esquerda política.

Tanto nas redes sociais como também no mundo real, essas pessoas frequentemente manifestam comportamento histriônico, beligerante e agressivo, estão sempre reclamando de tudo e frequentemente colocam a si próprias na posição de vítimas, o que revela uma necessidade patológica de chamar a atenção.

Muitos militantes realmente acreditam que eles são pobres vítimas de um sistema injusto e cruel, e os seus políticos de estimação — de alguma forma que nem eles próprios são capazes de entender— conseguirão suplantar o atual sistema, que dará lugar a uma utopia mais vicejante e colorida, transformando o mundo em um lugar melhor.

Que o mundo é um lugar injusto, hostil e cruel, não há dúvida. E muitas das reivindicações da esquerda tem sua razão de ser. Não obstante, não ajuda em nada para a sua causa que seus adeptos se comportem de forma beligerante, histriônica, indolente e agressiva, considerando como inimigos mortais todas as pessoas que pensam diferente deles. Esse pensamento monolítico e uniforme é, por si só, uma manifestação do caráter despótico e totalitário da esquerda, o que só faz a grande maioria das pessoas adquirir ainda mais resistência e repulsa à doutrina esquerdista.

A melhor cura para um mundo destrutivo é ser construtivo. Ao ser destrutiva, a esquerda contribui para piorar o mundo, e não melhorá-lo. O grande problema é que aí nos deparamos com outra contradição da esquerda. A militância possui um discurso que é drasticamente diferente do que ela realiza na prática. Isso serve para mostrar que a maioria dos militantes não passam de vagabundos que desejam protestar, apenas com a intenção de receber coisas gratuitas do estado. A militância — de uma forma geral — não está interessada em construir absolutamente nada. Essas pessoas não querem ser produtivas ou construtivas, elas só querem que seus políticos de estimação cheguem ao poder, para que elas possam receber benefícios assistencialistas do papai-estado.

O comportamento infantil é um padrão da mentalidade esquerdista, sendo — sem dúvida nenhuma — a característica mais forte da militância. Toda essa carga emocional da esquerda é evidência de sua infantilidade. A esquerda jamais é prática, pragmática e racional, mas sempre emocional, histérica e indolente. Sua maior estratégia é o apelo ao sentimentalismo das massas e de seus adeptos. Isso porque seu grande objetivo não é, jamais, resolver problemas, mas chegar ao poder e lá permanecer indefinidamente.

Assim, ela pode extrair inúmeros benefícios da máquina estatal, enriquecer avidamente, aumentar seu capital político e conquistar o eleitorado com esmolas assistencialistas. Com essas estratégias, a esquerda pode se perpetuar indefinidamente no poder. Essa é uma situação em que tanto os demagogos populistas quanto o curral eleitoral podem tirar proveito. No final das contas, tudo não passa de oportunismo planejado para adquirir vantagens financeiras e materiais.

A verdade é que quando lidamos com militantes, não estamos lidando com adultos maduros, responsáveis e bem resolvidos consigo mesmos, mas com pessoas que possuem sérias deficiências mentais. Como o psiquiatra americano Lyle H. Rossiter afirmou, o esquerdismo deve ser tratado como um transtorno psiquiátrico.

A compreensão dessa verdade facilita muito as coisas. O esquerdismo é um desastre psicossocial, que promove a estagnação e o retrocesso da civilização. Para que haja progresso e prosperidade, essa lastimável enfermidade coletiva deve deixar de existir.

Wagner Hertzog

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