Estamos sob controle rígido … só não vê quem não quer

As filas que proliferam em todos os cantos, e a ordem até do que podemos ou não consumir, estão aí para provar

22/04/2021 às 07:24 Ler na área do assinante

Poucos tem tido a coragem de se rebelar ou resistir abertamente ao “monte de regras e ordens absurdas” que se criou no país (e vou me abster de falar do resto do mundo) sob a desculpa de combater o avanço do coronavirus. É, de fato, uma situação no mínimo curiosa, considerando que o brasileiro “via de regra, sempre foi avesso justamente às regras”, dando o velho jeitinho pra tudo.

E justamente os que questionam as ordens de prefeitos e governadores travestidos de “pequenos ditadores” (sim, porque até nisso eles não conseguem ser grandes), acabam viralizando em vídeos nos quais, geralmente são multados, humilhados, arrastados e até presos.

Mas acredito que há um limite para tudo e em algum momento a resistência aos absurdos de que somos vítimas, serão em número suficiente para fazer frente aos “vigias e fiscais de plantão”, que não terão outra alternativa … senão a de cair na real, pedir desculpas e sair de fininho, sob risco de linchamento.

Resolvi tocar neste tema, pois tenho observado muito ao redor e sentido até certa dificuldade em fazer certas coisas que, para mim, sempre pareceram simples, desde que passei a ter autonomia e o direito de escolha, ainda muito jovem. Por exemplo, com as novas restrições de horários que se impõe para tudo, nos últimos 12 meses, o simples ato de comprar pão na padaria, que levava apenas dois minutos, com direito a escolher ainda um pão doce ou guloseima na saída, agora leva pelo menos 1 minuto na fila do álcool gel (normalmente formada do lado de fora da padaria), mais uns 3 a 4 minutos no balcão (pois há um número reduzido de atendentes e tem o tal do distanciamento social) e pelo menos mais 5 minutos na fila para pagar.

No final, são pelo menos 10 a 12 minutos para se fazer o que sempre foi tão simples e rápido, que sequer fazia parte das recordações de nosso dia. E estou falando de um bairro tranquilo, com pelo menos 5 a 6 opções de locais para comprar o pão, e todos muito perto, permitindo o deslocamento a pé. Imaginem, então (e creio que muitos leitores poderão confirmar), como não estão as filas em bairros mais periféricos, mais populosos e com menos locais de comercialização (muitos, aliás, cujas portas acabaram baixadas definitivamente).

E são as filas, por sinal, um sistema de “controle social” historicamente utilizado por governos comunistas e socialistas. Ou seja, para “mostrar quem manda e quem determina o que, onde e como pode ser feito, ou o que onde e como pode ser consumido” e assim por diante.

No supermercado, por exemplo, tivemos recentemente (e corremos o risco de ainda ocorrer, hoje, em alguns municípios) o fechamento de corredores inteiros ou de fileiras inteiras de determinados produtos, sob a justificativa de “não serem essenciais”. Mas quem é que tem o direito de determinar o que é essencial para um e não é para o outro?

O corredor de pneus estava fechado … mas o item não seria essencial para os milhões de pessoas que tem se deslocado para os trabalhos que “eles mesmos, os pequenos ditadores” consideram essencial? Um motorista de aplicativo, por exemplo, não poderia necessitar de um pneu ou de óleo lubrificante para o motor e itens de segurança para seu automóvel? Um médico, a caminho do hospital, não poderia ter um pneu estourado e a necessidade de compra imediata, no local mais próximo?

Um restaurante que, mesmo a portas fechadas, ainda atendendo por telefone e entregando a domicílio, não teria direito a manter no cardápio aquele prato de sucesso em que um dos ingredientes é uma pequena dose de vinho (mesmo o mais simples e barato)? Pois então, com a restrição, se o produto estivesse em falta, durante uma semana, pelo menos, não poderia comprar, pois não era essencial.

A moda agora é a fila para a vacina, que já começa na fila ao telefone, por horas ou até mesmo dias com um aparelho pendurado na orelha, na tentativa de agendar data e horário para que seu parente mais velho tenha o direito de levar a picada.

E mesmo se não considerarmos as filas, temos ainda os horários para sair e para entrar em casa, com os toques de recolher, inconstitucionais, porém aceitáveis para os maiorais do nosso judiciário. Temos horário limitado para utilizar o transporte público (sempre lotados), para trabalhar (quando ainda estamos empregados) … enfim, estamos sob o controle mais rígido nas mínimas ações, tudo justificado “por eles” ...

… para esticar a curva, aumentar os leitos de UTIs, isolar os grupos de risco e, então, tudo voltar ao normal dentro de 30 a 60 dias ...

… e lá se vão mais de 480 dias e as filas seguem aumentando, os horários se reduzindo, as regras se endurecendo … as UTIs e hospitais de campanha foram desmontados, o dinheiro foi gasto sem transparência … a sociedade vai ficando dependente da ajuda do governo e o socialismo vai sendo implantado suavemente.

Sim, muitos vão dizer que estou em “pleno surto de teoria da conspiração”… mas seria então conspiração um vírus proveniente sabemos de onde (cujo país só beneficiou economicamente, desde então), com ordens absurdas e desencontradas de uma OMS escancaradamente aparelhada e manipulada pela esquerda, e em um momento em que dezenas de governos alinhados à este sistema político assistencialista e populista (características essenciais a quem quer se perpetuar no poder e ter o domínio sobre as massas empobrecidas), vinham sendo retirados do poder e substituídos (democraticamente) por outros com conceitos e práticas mais conservadoras.

Não seria, então, o estabelecimento do caos (e nada melhor do que um agente invisível, desconhecido e de “difícil combate”, como um vírus) uma maneira para tentar reverter a derrota?

Para deixar bem claro ao leitor que, para tudo há limite e (sem qualquer intenção de incitar a violência) às vezes temos que questionar e mesmo resistir, ofereço alguns links de reportagens em que pessoas que viveram o comunismo e o socialismo na pele (algumas até hoje) contam como “é o inferno aqui mesmo na terra”.

https://pleno.news/mundo/brasileira-explica-o-horror-do-comunismo-na-polonia.html

https://es.theepochtimes.com/recordando-el-racionamiento-de-comida-bajo-el-comunismo_334584.html

https://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/8216-este-pais-nao-era-assim-cronica-de-uma-fila-na-

Aproveitem e apreciem as filas nos países do bloco comunista, na Europa Oriental das décadas de 70 e 80 e, para terem certeza de que a situação ainda persiste e só piora, vejam também algumas fotos na Venezuela e em Cuba (o país onde “a alma viva mais honeste em nosso planeta” curtiu férias

recentemente).

E aproveito para deixar aqui meu abraço “de urso” a amigos que amam os Stalins, Castros, Guevaras, Chávez e Maduros espalhados pelo mundo. Levem eles para casa, ou melhor, que tal curtir uma longa fila na companhia deles?

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Uélson Kalinovski

Jornalista desde 1996, com especialização em Ciência Política e mais de uma década de experiência na cobertura dos temas nacionais, em Brasília.
Executivo da produtora UK Studios, em Jundiaí/SP.
ukalinovski@gmail.com / Uelson Kalinovski (Facebook e YouTube) / @uelsonkalinovsk (Twitter)

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