Empresa jurídica “rebaixa” Sérgio Moro de função
21/04/2021 às 06:21 Ler na área do assinanteO ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro, Sérgio Moro, foi, aparentemente, “rebaixado” do cargo de sócio-diretor a consultor na empresa de assessoria jurídica Alvarez & Marsal.
A mudança de função vem apenas seis meses após ele ter sido contratado pela companhia. Moro estava avaliando oportunidades de trabalho, depois que pediu demissão do Ministério da Justiça, em março de 2020.
Moro passou a fazer parte do quadro de funcionários da empresa como diretor da área de disputas e investigações. Agora, a Alvarez & Marsal está alegando ao Tribunal de Contas da União (TCU) que o ex-juiz não é sócio de nenhuma das empresas, mas apenas consultor e que só recebe quando presta algum serviço.
“A remuneração do Sr. Sérgio Moro decorre tão somente dos honorários pagos pela empresa-cliente nos específicos casos em que está autorizado a atuar e com base na efetiva prestação de serviços como consultor”, diz a consultoria.
No entanto, em comunicado publicado em seu próprio site, em 30 de novembro de 2020, a Alvarez & Marsal havia afirmado que o ex-ministro da Justiça estava sendo contratado como sócio-diretor para atuar na área de Disputas e Investigações. Até o release de apresentação do ex-juiz, como sócio-diretor da empresa que administra a recuperação judicial da Odebrecht, ainda está no ar.
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, pediu esclarecimentos à Alvarez & Marsal sobre a admissão de Moro, na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo; onde tramita a recuperação judicial da Odebrecht e questionou sobre os documentos de contratação.
Bruno Dantas acredita que há conflito de interesse na admissão de Moro porque, como juiz, ele contribuiu para a piora da situação econômica da empresa e, depois, passou a receber renda dela em seu processo de reestruturação.
Sérgio Moro foi considerado “suspeito” pelo TCU porque ele atuou no processo da “Lava Jato”, que levou à prisão de vários executivos e ao processo de delação premiada e acordo de leniência da companhia.
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