Sociopatas, psicopatas ou mentes assassinas e a Síndrome de Otelo
24/05/2016 às 18:16 Ler na área do assinanteMentes assassinas: psicopatas devem ser tratados como doentes? Como criminosos comuns? Ou como vítimas da degradação familiar?
Em 8 de dezembro de 1980, o líder dos Beatles foi atingido por quatro tiros na porta de seu apartamento, no Central Park West, Nova York. Horas antes, o cantor já havia se encontrado com seu assassino, Mark Chapman, que na oportunidade pediu a Lennon um autografo no disco “Double Fantasy”. Curiosamente, o encontro foi registrado em foto por Paul Goresh, amigo do cantor. A declaração de Lennon de que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo é apontada como um dos motivos para o crime. Às autoridades, Mark dizia ouvir vozes, mas sua insanidade mental nunca foi comprovada.
Os recentes fatos que envolveram a apresentadora Ana Hickmann, atestam a ideia da vulnerabilidade de artistas expostos diante da mídia e que para muitos são presas fáceis de suas obsessões e comportamentos destituídos de normalidade.
O que gera mentes psicopatas? O que são sociopatas?
Muitos psicólogos forenses e criminologistas usam os termos sociopatia e psicopatia indistintamente. Muitos especialistas discordam sobre se há diferenças significativas entre as duas condições. Eu afirmo que há distinções significativas entre eles.
Os sociopatas tendem a ficar nervosos e facilmente agitados. Eles são voláteis e propensos a explosões emocionais, incluindo acessos de raiva.
Eles são susceptíveis de ser ignorantes e viver à margem da sociedade, incapazes de manter um emprego estável ou ficar em um lugar por muito tempo. É difícil, mas não impossível para um sociopata formar ligações com os outros.
Muitos sociopatas são capazes de formarem vínculos com um indivíduo ou grupo particular, embora eles não tenham nenhuma consideração com a sociedade em geral, ou com as suas regras.
Aos olhos dos outros, o sociopata parecerá muito perturbado. Quaisquer crimes cometidos por um sociopata, incluindo assassinato, tenderão a ser casual e espontâneo, em vez de planejado.
Psicopatas, por outro lado, são incapazes de formar ligações emocionais ou sentir empatia real com outros, embora muitas vezes eles tenham personalidades encantadoras. Psicopatas são muito manipuladores e podem facilmente ganhar a confiança das pessoas.
Eles aprendem a imitar emoções, apesar de sua incapacidade de realmente senti-las, e vão parecer normais para pessoas inocentes.
Psicopatas são muitas vezes bem-educados e mantêm empregos estáveis. Alguns são tão bons em manipulação e mimetismo que têm famílias e outros relacionamentos de longo prazo, sem que aqueles que o rodeiam suspeitem da sua verdadeira natureza.
Quando cometem crimes, os psicopatas planejam cuidadosamente cada detalhe com antecedência e muitas vezes têm planos de contingência em vigor. Ao contrário de suas contrapartes sociopatas, criminosos psicopatas são frios, calmos e meticulosos.
Psicopatia é o mais perigoso de todos os transtornos de personalidade anti-social por causa da maneira que os psicopatas dissociam suas emoções das suas ações, independentemente de quão terríveis sejam.
Muitos seriais killers prolíficos e notórios, incluindo o falecido Ted Bundy e John Wayne Gacy, e Dennis Rader (“Bind, Torture, Kill” ou BTK) são psicopatas sem remorso.
Assassinos psicopatas visualizam suas vítimas inocentes como objetos desumanos a serem abusados para sua diversão.
Os psicopatas na maioria das vezes são inteligentes e articulados. Eles podem ser pessoas divertidas, interessantes, conversadoras, preparadas para dar respostas rápidas e inteligentes, de forma convincente contam histórias improváveis, mas de maneira a que o assunto pareça verdadeiro. Eles são muito eficazes nas suas aparências e freqüentemente são charmosos e simpáticos.
No entanto, para muitas pessoas eles são muito dissimulados de falsa docilidade, aparentando hipocrisia e superficialidade. São observadores astutos e muitas vezes têm-se a impressão que os psicopatas estão encenando algum papel, de forma mecânica interpretando um roteiro já estabelecido.
O estudo acerca da Síndrome de Otelo, revela o delírio que alimenta o ciúme, que pode ser parte de um transtorno crônico ou paranóia, mas também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral ou de alcoolismo crônico.
O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas.
Pio Barbosa Neto
(*) Professor, escritor, poeta, roteirista
(Fonte : Fonte: PsychologyToday traduzido a adaptado por Psiconlinews)
Pio Barbosa Neto
Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará