"Desmascarado", Kajuru é convidado a sair do Cidadania, sob pena de expulsão

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A executiva nacional do Cidadania decidiu, nesta segunda-feira (12), convidar o senador Jorge Kajuru (GO) a se retirar do partido. Se o parlamentar se recusar a sair, será aberto um processo de expulsão contra ele.

O partido alega que Kajuru agiu como alguém "subserviente" ao gravar e divulgar, no sábado (10), conversa particular que teve ao telefone com o presidente Jair Bolsonaro. O material foi publicado nas redes sociais do senador.

Durante pouco mais de 6 minutos da ligação que Kajuru fez ao presidente, o senador insinua que está sendo “orientado” a direcionar os trabalhos da CPI da Covid de forma que as investigações não prejudiquem o Governo Federal. Mas, o diálogo aponta que Bolsonaro apenas reclama que a CPI está focada nele. Os senadores do Cidadania, Alessandro Vieira e Kajuru assinaram o pedido de requerimento da CPI ao Supremo.

“Então, é uma CPI completamente direcionada para a minha pessoa”, lamenta Jair Bolsonaro.

Ciente do que Kajuru havia feito, a legenda optou por primeiro convidar o senador a se retirar; a fim de evitar maiores constrangimentos no processo de desfiliação. Essa decisão, inclusive, já poderia ter sido tomada há mais tempo; uma vez que o Cidadania é partido de oposição ao Governo e a sigla entendeu que Kajuru se comporta mais como um aliado.

O Cidadania não deseja enfrentar um processo de expulsão contra o senador porque é bem mais demorado e envolve passar pelo conselho de ética da legenda.

Curioso é que o fato de Kajuru ter gravado o telefonema não foi considerado pelos integrantes do Cidadania como agravante. O que “pesou” para o convite de desligamento foi mesmo o “teor” da conversa entre Kajuru e o Presidente que, segundo a Executiva apontou, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao, supostamente, tentar interferir nos trabalhos de uma CPI. Algo, no mínimo, ridículo.

Diante do ocorrido, Kajuru informou que já havia entrado com um pedido de desfiliação no começo desta segunda-feira (12), antes do partido decidir convidá-lo a sair. Ele justificou que não tinha feito isso antes em consideração aos colegas de bancada: Alessandro Vieira (SE) e Eliziane Gama (MA). O goiano pretende se filiar ao Podemos agora.

"Eu segurei até agora em consideração e respeito ao Alessandro, à Eliziane e ao Roberto Freire. Gosto do Roberto Freire (presidente da sigla), agora não sou obrigado a concordar com ele em tudo que ele quer", disparou, acrescentando que não tem vínculo próximo com presidente.
"Não tenho nada com ele. Nunca fui na casa dele. Não tem uma foto minha com ele, em lugar público, almoço, nada. Nem com ele, nem com o filho dele. Não tenho relação nenhuma com eles. Minha relação é republicana", garantiu.

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